Ele deixou o Brasil pela última vez em 2011, foragido de um presídio do Rio Grande do Sul. Morou tranquilamente por dois anos em uma luxuosa propriedade em Concepción, no Paraguai, de onde comandava a distribuição de cocaína e de crack pra Balneário Camboriú, Itajaí e toda a região sul. Agora vai trocar o luxo e a vida boa pela cela de uma prisão. O itajaiense Gilmar Ribeiro, o Índio, 43 anos, um dos principais narcotraficantes do país, foi preso no domingo por agentes da secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai, com o apoio da polícia Federal de Itajaí, na fazenda onde morava, no país vizinho.
Outras oito pessoas também foram presas. Cerca de 10kg de cocaína, rifles, uma metralhadora artesanal e um rifle de longo alcance, além de munição pesada, também foram apreendidos. Os agentes do Senad e os policiais paraguaios também desmontaram um laboratório usado pelo bando de Índio pra fazer um pré-refino da cocaína.
Apontado como sucessor de Jarvis Gimenes Pavão no tráfico de drogas, Índio foi preso pelos agentes paraguaios através de informações levantadas por policiais federais brasileiros. De acordo com ...
Outras oito pessoas também foram presas. Cerca de 10kg de cocaína, rifles, uma metralhadora artesanal e um rifle de longo alcance, além de munição pesada, também foram apreendidos. Os agentes do Senad e os policiais paraguaios também desmontaram um laboratório usado pelo bando de Índio pra fazer um pré-refino da cocaína.
Apontado como sucessor de Jarvis Gimenes Pavão no tráfico de drogas, Índio foi preso pelos agentes paraguaios através de informações levantadas por policiais federais brasileiros. De acordo com uma fonte da PF, é difícil precisar, mas acredita-se que ele distribuía mensalmente no mínimo 30 quilos de cocaína e crack somente para a região de Balneário Camboriú e Itajaí.
Índio tomou o posto de comandante da distribuição de drogas de Pavão assim que o chefe foi preso, em 2009. Pavão era conhecido por ter montado um império em Balneário Camboriú com o dinheiro do tráfico de drogas nos anos 90, o qual agora era administrado por Índio. Com a prisão do Pavão, ele [Índio] assumiu o lugar. Assumiu todos os fornecedores e continuou mandando as quantidades pra cá, informou uma das fontes da PF.
Segundo a PF, ele já vinha sendo monitorado, mas utilizava identidades falsas no Paraguai para conseguir fugir das otoridades.
Já chegou a mandar meia tonelada de coca pro Brasil
Índio figura como um dos maiores bandidões do narcotráfico com atuação no Brasil. Há dois anos, numa mega operação que mobilizou duas centenas de agentes da polícia Federal e da secretaria Nacional Anti-Drogas (Senado), foi desmontado esquema de distribuição de pasta base de cocaína para o sul do Brasil, incluindo Santa Catarina e as regiões de Itajaí e Balneário Camboriú.
O chefão, que estava escondido no Paraguai, não foi localizado, mas oito de seus comparsas foram presos em quatro estados brasileiros. Pelo que informaram as autoridades na época, o esquema da rota mandava todo o santo mês para o Brasil cerca de 500 quilos de pasta de coca e funcionava como uma espécie de consórcio: pra diminuir custos de transportes e da compra de policiais, Índio se associou a outros traficantes que mandavam as porcarias para o Brasil. Boa parte das drogas vinham dos cartéis colombianos.
Primeiras prisões rolaram em Itajaí
A primeira prisão de índio foi em 17 de abril de 1994, quando ele tinha 24 anos. Foi pego em Itajaí por porte de drogas. Pagou fiança e foi liberado. Em janeiro do ano seguinte, caiu pela primeira vez por tráfico. Entre 95 e 98 foi preso várias vezes por tráfico. Num dos flagras dados por policiais civis, estava com mais de dois quilos de maconha.
Finalmente, em 1998 começou a cumprir sua primeira condenação por tráfico. Deveria ficar cinco anos e quatro meses no xadrez. Mas em março de 99 fugiu do cadeião do Matadouro com outros 27 presos. Em 2001, foi capturado e um ano depois fugiu novamente, desta vez do presídio da Laguna. Acabou caindo novamente em agosto daquele ano, preso por agentes da divisão de Investigação Criminal (DIC) de Itajaí em Mangueirinha, no Paraná.
Depois de cumprir pena e ser colocado em liberdade, o traficante foi preso em 2010, em Lages, ao lado da mulher, por ordem da justiça por conta de mais broncas com a venda de porcarias. Transferido para o Rio Grande do Sul, conseguiu escapar e estava foragido no Paraguai desde então.