Um fuzil israelita de última geração, usado em guerras urbanas, uma escopeta, dois rifles, cinco bananas de dinamite, toucas balaclavas, coletes à prova de bala, uma picareta e um carango furtado. Foi com todo este material que Éverson Diego Borges Lewandowski, 34 anos, acabou preso na madrugada de ontem, em São João Batista. Ex-morador de Camboriú e um velho conhecido das otoridades pela prática de estelionato, a polícia acredita agora que Éverson mudou de ramo e tá metido com os criminosos que atacam bancos e caixas eletrônicos.
A prisão do bandidão aconteceu meio que por acaso. Antigo morador do bairro Monte Alegre, na Capital da Pedra, Everson tava devendo umas contas pra dona justa. Por isso se mudou com a família pr ...
A prisão do bandidão aconteceu meio que por acaso. Antigo morador do bairro Monte Alegre, na Capital da Pedra, Everson tava devendo umas contas pra dona justa. Por isso se mudou com a família prum sítio na comunidade do Timbé, no bairro Fernandes, em São João Batista. Foi lá que policiais militares o encontraram, na companhia da esposa e dos três filhos. O bandido ainda tentou dar um migué nos homidalei e se identificou com o nome falso de Fábio Alexandre dos Santos, apresentando inclusive uma carteira de motora fajuda. Mas a farsa não colou.
Como Éverson estava foragido, a polícia fez uma busca na casa e encontrou nove cheques em nome de outras pessoas, três carteiras de motora, sete certificados de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV), dois registros de Veículo (CRV), nove carteiras de identidade, todas em branco. Também foram apreendidos um computador e uma impressora, que a polícia acredita serem usados pra forjar documentos falsos. Atestados médicos em branco e com carimbo de médico, além de diversas fotos 3x4 de pessoas desconhecidas e fotocópias de diversos documentos verdadeiros foram ainda recolhidos na baia. No sítio, os policiais encontraram o Vectra Hatch 2009, placa LPF-9293 (Mafra). Os PMs descobriram que o carango foi roubado em 15 de novembro, em Balneário Camboriú.
Quando a equipe comandada pelo delegado Ângelo Fragelle, de São João Batista, fazia a papelada pra meter o bandidão em cana, acabou descobrindo que o nome verdadeiro dele era Éverson e que o cara tava foragido da justiça. O motivo não foi divulgado.
Não demorou muito, e os tiras, junto como os peritos do IGP, chegaram no armamento que tava escondido no carro. Quando os policiais abriram o porta-malas do Vectra tomaram um baita susto. O carango parecia que tava pronto pra uma guerra. Dentro havia cinco bananas de dinamite, um fuzil TAR-21 calibre 5,56 mm e todas as outras armas e equipamentos. Havia até uma mochila com brasão do Exército Brasileiro e dois rádios comunicadores.
O material que estava no porta-malas do Vectra leva a polícia a acreditar que Éverson, que até então era conhecido por falsificação e estelionato, esteja ligado a quadrilhas de caixeiros. Por isso, uma equipe da diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC) de Floripa foi até São João Batista e catou o bandido. O caso vai ser investigado agora por Floripa. Os tiras da DEIC preferem ainda não comentar a prisão de Éverson.
Especialidade de Éverson era falsificar documentos
A notícia de que Éverson foi preso com armamento pesado e que tá sendo investigado pela DEIC como caixeiro surpreendeu a polícia da região. O tenente Tiago Teixeira Ghilardi, da PM de Camboriú, confirma que o bandido é velho conhecido. O último endereço conhecido de Éverson pela polícia da Capital da Pedra era uma baia na localidade de Bacia, no interior do município. Nos registros da PM, o nome do cara aparece em pelo menos 42 boletins de ocorrência policial a maioria como autor de algum crime. Falsificação de documentos, peculato, estelionato, ameaça contra mulher, violência doméstica e corrupção ativa estão entre eles.
A polícia Civil também conhece Éverson. O forte dele, segundo um agente da divisão de Investigação Criminal (DIC) da Maravilha do Atlântico, que o prendeu por duas vezes, seria estelionato e a falsificação de documentos.