Itajaí

Comerciante reage a assalto e acaba na UTI do Marieta

Dono do mercadinho levou três tirombaços, ao cair no braço com bandido. Balas atingiram o pulmão, o intestino e passaram pertinho do coração

A aposentada Cecília de Oliveira, 63 anos, voltou pra casa sem suas compras na manhã de ontem. Lá pelas 9h30, chegou ao Mini Mercado Geraldo, na rua Enedina D’ávila Ferreira, no bairro Cordeiros, em Itajaí, e encontrou o comércio com as portas fechadas e isolado por uma fita preta e amarela. Achou tudo muito estranho. De dentro do carro estacionado em frente ao mercado, o agricultor Alírio Rampelote, 60, também observava com cara de estranhamento. Não era normal o mercadinho de seu José Antônio Geraldo, o Zé Geraldo, 68 anos, estar fechado àquela hora da manhã.

Sem saber do acontecido no entardecer do dia anterior, os dois haviam deixado suas casas mais cedo naquela manhã para ir até a mercearia, onde esperavam encontrar o dono do mercadinho. Dona Cecília ...

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Sem saber do acontecido no entardecer do dia anterior, os dois haviam deixado suas casas mais cedo naquela manhã para ir até a mercearia, onde esperavam encontrar o dono do mercadinho. Dona Cecília compraria os ingredientes pro almoço, e o agricultor Alírio faria uma entrega de frutas e verduras. Nem imaginavam que, naquele momento, seu Zé Geraldo tava entubado num dos leitos da unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital Marieta Konder Bornhausen, em estado grave. Ele foi baleado três vezes, à queima-roupa, depois de reagir a um assalto. Os bandidos fugiram, levando R$ 6 mil do caixa.

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Dona Cecília ficou chocada ao ouvir o que tinha acontecido. “Nossa, coitado. Eu venho aqui quase todos os dias e só fiquei sabendo agora”, espantou-se. O agricultor Alírio também ficou surpreso, ao ouvir que o parceiro de negócios de mais de 30 anos tava male-male no hospital. Mas admitiu que, ao ver o mercado isolado pela fita da polícia, não pôde deixar de pensar em encrenca. “Desconfiei de alguma coisa ruim”, disse. O que não lhe passou pela cabeça foi que seu Geraldo estava no hospital lutando pela vida.

A bala caída em frente à porta do mercado, ainda manchada de sangue, era o indício mais grave do acontecido na quinta-feira. Passavam poucos minutos das 18h quando dois homens chegaram numa moto Titan azul e pararam em frente ao mercado. Lá dentro não havia clientes, apenas seu Zé Geraldo e a esposa Rita Maria. Por conta do horário de verão, ainda era dia claro, mas isso não impediu os bandidos de agirem. Um dos rapazes desceu da moto e, armado, anunciou o assalto.

O comerciante tava de costas pra porta. Assim que ouviu as palavras do bandido, o dono do mercadinho se virou e saiu no soco com o criminoso. Agarrados, os dois ficaram se batendo até que três tiros encerraram a briga.

Quando Sílvio chegou, lhe disseram que o pai havia morrido

A dona de casa Adriane Shleder, 35, conversava com outra vizinha em frente ao portão quando ouviu o barulho dos disparos. “Na hora, achamos que fossem bombinhas que a gurizada taca”, disse. Ela ainda viu os dois homens fugindo na moto, e foi quando dona Rita Maria saiu correndo e berrando do mercado que a vizinha percebeu que algo tava errado.

Foi também nesta hora que Sílvio Geraldo, 47, chegou em casa. Dos três filhos, ele é o único que mora com os pais. O pasteleiro encontrou a mãe sentada chorando em frente ao mercado, dizendo que seu Zé Geraldo tava morto. “Mataram meu marido”, relembra ele a fala da mãe, enquanto exibe a camisa do pai, perfurada pelos tiros e com manchas de sangue.

Desesperado, o filho correu para dentro do mercado e encontrou seu Zé Geraldo sentado numa cadeira, sangrando por conta dos três tiros que levou no peito e na barriga, mas ainda consciente. O comerciante era acudido por vizinhos e clientes, que não paravam de chegar ao mercadinho para ver o que tinha acontecido. “Depois do assalto, a rua inteira fechou aqui”, lembra o pedreiro Antônio Alves Antunes Júnior, 52, vizinho do mercadinho e que também tava por lá.

Bandidos levam R$ 6 mil do caixa

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Antes mesmo de o corpo de Bombeiros ser acionado, o dono do mercadinho foi levado por um vizinho à unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do bairro Cordeiros, na mesma rua. De lá, pela gravidade dos ferimentos, foi transferido às pressas pro hospital Marieta, onde até ontem permanecia internado.

A polícia Militar foi acionada, chegou a realizar buscas aos assaltantes, mas nenhum suspeito foi encontrado. A dupla conseguiu fugir com aproximadamente R$ 6 mil, que tavam no caixa do Mini Mercado Geraldo.

No local do crime, os assaltantes deixaram cair um capacete, uma blusa azul, um par de tênis e um boné. Todo o material foi recolhido pela polícia Civil, que agora investiga o caso.

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O delegado Celso Pereira de Andrade, chefe da divisão de Investigação Criminal (DIC) de Itajaí, responsável por investigar esse tipo de crime, não quis comentar o assunto.

“Acho que vou ficar com o meu velhinho ainda por um bom tempo”

No finalzinho da tarde de ontem, dona Rita Maria, 64, chegou animada e esperançosa do hospital Marieta Konder Bornhausen. Poucas horas antes, seu Zé Geraldo passou por uma cirurgia para reconstituir parte do intestino e tirar as balas que ficaram alojadas no corpo. A reação do marido à operação teria sido positiva, informou a esposa do comerciante. “Acho que vou ficar com o meu velhinho ainda por um bom tempo”, brincou.

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Os três tiros em seu Zé Geraldo foram entre o peito e a barriga. Um perfurou o pulmão, outro o intestino e o terceiro passou bem pertinho do coração. “Agora há pouco, tiraram os tubos dele. Eu o chamei pelo nome. Aí ele olhou pra mim e começou a chorar”, contou dona Rita Maria, contente com a situação, já que teve certeza de que o marido tá lúcido. “O médico disse que a reação de hoje pra amanhã é importante, e Zé Geraldo tem 99% de se recuperar”, comentou ainda.

Reagir nunca é a opção correta, diz tenente

O comerciante Zé Geraldo agora luta pela vida porque tentou defender à unha sua propriedade. Mas o que ele fez não foi algo correto. “Reagir é sempre uma ação incorreta. A vida é o maior bem que a gente tem, por isso, deve se prezar sempre pela preservação dela”, afirma o tenente Luís Antônio Pittol Trevisan, da PM de Itajaí.

Manter a calma, não fazer movimentos bruscos e sempre avisar aos bandidos o que vai fazer são algumas dicas dadas pelo tenente, listadas a pedido do DIARINHO. “E, durante esse momento, aproveitar para perceber as características dos assaltantes que possam ajudar depois na perseguição e nas investigações”, diz ainda o oficial da PM. Tatuagens, cor da pele, roupas, bonés, relógio, anéis e correntes são alguns dos detalhes que podem ser observados discretamente pelas vítimas.

Assim que os ladrões forem embora, tem que ligar imediatamente pro 190, que é o número de emergência da PM. Se tiver vítima, como no caso do assalto ao mercadinho de seu Zé Geraldo, então tem que ligar antes pro Samu (192) ou pros bombeiros (193).

O tenente ainda sugere que se faça um levantamento dos bens e do dinheiro levado pelos ladrões, além dos documentos e dos cartões magnéticos. É importante que as vítimas, além do boletim de ocorrência feito pela PM, também deem um pulo até a delegacia de polícia Civil e registrem o assalto por lá, indicando o que foi roubado.






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