Matérias | Entrevistão


Itajaí

Paulo "Puc" Hering

“Meu filho aprendeu a dormir na casa de pescador e a comer peixe seco com pirão. Eu adoro essa praia!”

Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Se alguém perguntar pelas ruas da centenária praia de Armação, em Penha, onde mora o empresário Paulo Hering, talvez não logre resposta. Mas se questionar os pescadores, as crianças que brincam nas ruas ou os veranistas do vilarejo sobre Puc Hering, vai ouvir pronta resposta.

Paulo Roberto Hering, o Puc, não é conhecido na localidade onde sua família tem casa desde a década de 20 somente pelos seus feitos empresariais ,– seu tataravô é fundador da Companhia Hering e ele mesmo teve uma ascensão espetacular no mundo dos negócios, – de simples contínuo chegou a diretor e um dos principais acionistas da antiga Ceval, hoje a multinacional Bunge.

De homem de negócios milionário, após a venda da empresa na década de 90, de repente Puc se tornou, simplesmente, um bon vivant.

 

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Paulo Roberto Hering, o Puc, não é conhecido na localidade onde sua família tem casa desde a década de 20 somente pelos seus feitos empresariais ,– seu tataravô é fundador da Companhia Hering e ele mesmo teve uma ascensão espetacular no mundo dos negócios, – de simples contínuo chegou a diretor e um dos principais acionistas da antiga Ceval, hoje a multinacional Bunge.

De homem de negócios milionário, após a venda da empresa na década de 90, de repente Puc se tornou, simplesmente, um bon vivant.



Sua casa em Armação é famosa por abrigar as festas mais animadas da praia. Puc e sua esposa são bons anfitriões. No jardim da bela casa à beira mar, reúnem-se ex ou atuais governadores, prefeitos, senadores, deputados, pescadores, artistas, empresários, boêmios e até os penetras.

Ao Entrevistão do DIARINHO, Puc falou sobre as recordações que têm da descoberta de Armação pelos alemães de Blumenau, que faziam viagens, verdadeiras epopeias, que duravam dias para chegar ao litoral. Também falou, muito, sobre a Armação de hoje. Empreendedor nato, em Armação Puc construiu uma marina, um restaurante e até um barzinho pra tornar suas estadas mais animadas.

Falou também sobre business, a aposentadoria precoce depois da venda da Ceval e do retorno ao ramo têxtil, onde confessa já estar passando o bastão para o único filho.


Articulado, inquieto, generoso, simpático, simples, divertido, cativante e muito modesto. Assim é Puc Hering que, talvez por timidez, resistiu aos insistentes convites para a entrevista durante quase dois anos. Em dezembro de 2011, contudo, Puc finalmente cedeu, e aceitou ser o personagem do Entrevistão. Na ocasião, abriu as portas da sua casa e aceitou responder a todas as perguntas das jornalistas Franciele Marcon e Samara Toth Vieira. O resultado você confere a seguir. As fotos são de Flavio Tin.

DIARINHO – O senhor é Hering de qual ramo da família? Tem algo a ver com a tecelagem Hering?

Paulo Hering: Sim. O Hermann Hering foi o fundador da Companhia Hering e o meu bisavô era o filho mais velho dele. Ele veio para Armação em 1920, chamado pelo doutor Beckmann, que era professor. Então esse meu bisavô fez a primeira casa aqui na Penha. A casa é lá no centro, perto da praia da Fortaleza, onde estão as três casas mais antigas de veraneio. Esse meu bisavô tinha vários filhos, e todo ano a família vinha para Armação. Mas não era aquele negócio de vir no final de semana, porque levava dois dias para chegar à praia. Eles pegavam o vapor Blumenau, paravam na fábrica de Papel em Itajaí, da qual a Companhia Hering era sócia, e ficavam lá acampados uma noite. Depois pegavam a balsa, do lado de cá pegavam uma carroça e vinham pela praia de Navegantes. Daí entravam nessa rua atrás do Vandir [na praia Vermelha], que existe até hoje - às vezes eu passo por lá para me lembrar. [A família inteira vinha?] O que cabia, porque a família era grande. Aqui na praia começaram a alugar casas de pescadores. O pessoal não estava acostumado com essas coisas de praia. Nada de biquíni, as mulheres tomavam banho de saia. Da praia da Fortaleza até o restaurante do Alírio eles se instalavam, porque de lá para cima a praia era perigosa. Diziam que tinha índio, que tinha negros, que tinha não sei o que, mas não tinha problema, era só questão de se adaptar. Trouxeram fios da fábrica para cá, mandaram tingir com o tipo do material que o pessoal fazia rede, pescavam com os moradores daqui. Aprenderam a pescar. Isso foi uma troca de conhecimento. Trocava peixe por carne seca. Eles ficaram vindo até mais ou menos o período da Segunda Guerra mundial. Aí a casa na praia ficou fechada. Em 1950, o meu pai fez uma casa com o doutor Paulo Mayer, que é muito famoso nessa região. Ele fez uma casa na Fortaleza, que há pouco tempo pegou fogo, há uns 20 e poucos anos. Daí começou a segunda geração dos alemães veranistas na praia. Os velhos já tinham morrido, passaram pros filhos a casa. Eu nasci em 50 e o que acontecia: acabavam as aulas na escola e eu vinha para cá. Foi uma época boa. [Seus avós vieram da Alemanha?] Não, são descendentes. Todos eles nasceram no Brasil. A família tem 136 anos. Aqui tinha uma cultura açoriana que era muito forte. A praia não tinha essas coisas de terreno de Marinha. Era o porto do Zeferino, o porto da Tercília, o porto de não sei de quem. A gente brinca dizendo que eram tribos, porque as famílias eram muito unidas e isso é um negócio bem açoriano. A praia era deles e não podia colocar nenhuma embarcação na frente que fechava o pau. [E a pesca?] A pesca começou a declinar porque você vê, a guerra terminou há 60 anos. Ficaram com as mesmas embarcações até hoje, então não conseguem sair muito longe. Na época, os pescadores de barcos grandes eram riquíssimos. Isso aqui [Penha], era melhor que Camboriú, que Piçarras, que Barra Velha, porque era um porto natural. Eles paravam os barcos e descarregavam, salgavam o peixe e levavam para São Paulo ou Itajaí. [Mudou muito a Armação desse tempo para Armação de agora? O senhor sente falta daquela época?] Todo mundo que fica velho começa a falar do passado, mas você não pode fazer isso.... Você tem que acompanhar o que está acontecendo. Eu não posso ficar aqui dizendo: “tem que ser como era naquela época”. O mundo vai mudando, está globalizado. Numa época eu fui contra essa beira-mar [refere-se ao calçamento e passeios da orla da praia de Armação], briguei muito com o pessoal e até fiz um jornal: “Nós de Armação”. Porque você tem que fazer uma coisa com projeto e o pessoal quando ganha uma prefeitura é uma briga... Falam assim: “esses alemães na frente da praia. E nós aqui atrás”. Porque eles começaram a vender os terrenos na frente do mar e foram para a rua de trás. Aí ficaram pobres. O peixe começou a não dar mais, começou a diminuir, mas isso é uma questão econômica. Tudo tem que crescer. Essa beira-mar eu fui contra. Eu briguei com o prefeito Sebastião, na época, porque eles queriam pegar um trator, encher com R$ 10 de diesel, arrebentar as cercas. Achou que isso ia dar votos para eles. Os alemães não votam aqui mesmo, pensavam. O meu título de eleitor está aqui [Penha], há 30 anos. Na época eu dizia que 60% do PIB de Santa Catarina estava em Armação. Piçarras era pequena. Camboriú não tinha nada. O meu pai era viajante, ele conhecia muita gente e começou a espalhar lá por Lages, para os amigos dele: “A praia de Armação é maravilhosa, cheia de mato na frente, tem bastante peixe”. Depois dos anos 50, meu pai trouxe para cá umas 50 pessoas, que não tavam acostumadas com a praia, porque não tinha nem estrada. Para vir de Blumenau, era um Deus me livre. Então esse pessoal começou a construir e ficou uma coqueluche. Ficou o terreno de frente para mar mais caro da região, mais caro que em balneário Camboriú.


DIARINHO – O senhor foi um dos acionistas da Ceval, atual Bunge. O senhor atuava como administrador da empresa?

Paulo Hering: Eu comecei como auxiliar de escritório, no edifício Catarinense, no sétimo andar. A Companhia Hering, para poder expandir, ela não podia mais investir em malha, então tinha uma operação do Badesc, em que se podia pegar dinheiro para investir em outra coisa. Então fizemos um projeto e pensamos em uma fábrica de óleo de soja. Mas soja ninguém sabia o que era; soja era vendida em farmácia. Em 70, no Rio Grande do Sul tinha soja, mas aqui em Santa Catarina, terra dobrada, cultura pequena... De Lages para cima, tinha soja, mas também não era muito. Então fizemos o projeto junto ao governo do estado, foi aprovado e começamos a fazer a fábrica de óleo de soja em Gaspar. Não ganhamos o terreno em Itajaí, não ganhamos em Indaial, não ganhamos em Blumenau. Aí fomos em Gaspar e o prefeito, que era o Paulinho Wehmuth, topou. Ele deu o terreno com as isenções de impostos por 20 anos. Começamos o projeto em 1973 e quando chegou no BRDE [Banco Regional de Desenvolvimento Econômico], o engenheiro olhou e disse: “mas vocês vão fazer uma fábrica aqui em Gaspar? Isso não é assim, não dá...”. Esse era o Vilmar Schmurmann. A Companhia, então, convidou o Vilmar para participar do projeto. Ele ficou. Montou esse case que foi a Ceval. Foi um sucesso! Ele que montou tudo com a equipe. Eu não entrei na Ceval porque era Hering, eu entrei convidado pelo Vilmar. Fui procurar emprego como qualquer um. Eu só era acionista da companhia, meu pai não era diretor, não era nada. Daí, eu comecei a trabalhar, fiz vários cursos, viajei muito. Deu aquela crise no Rio Grande do Sul das cooperativas, fomos lá e compramos todas as cooperativas. Em um ano, não sei nem quantas compramos. Depois tinha a fábrica, que o pessoal não sabia tocar em São Miguel do Oeste, depois em Chapecó, e a de Campos Novos, porque o governo ia passar uma rodovia por lá. Então começamos a expandir, e foi um case que no Brasil nunca teve nessa área agrícola, com tanto crescimento assim. Depois fomos atrás do êxodo, os gaúchos foram indo para o Paraná, Mato Grosso, Cuiabá, e nós fomos atrás. Não tinha mais soja, nós crescemos demais, fizemos uma fábrica grande, e, mais ou menos, abrimos o leque. Montávamos fábricas próximas de onde estava a soja. Porque Gaspar era uma coisinha, tentamos plantar soja em Gaspar, em Ilhota, mas dá enchente. [Por que a Ceval foi vendida quando estava no auge?] Isso foi uma decisão do grupo. Ela cresceu demais. Como era uma empresa exportadora, pegava dinheiro muito barato, em contrato de câmbio. Nós inventamos o contrato de soja verde, e fizemos uma equipe de compra muita boa. Mas as multinacionais viraram um canibalismo, assim como nós também fomos comprando os pequenos no Brasil. Então, nós pagávamos tudo sempre em dia, os produtores acreditavam na gente. As cooperativas estavam falidas e não pagavam os produtores, e nós entramos neste ramo e começamos a fazer um cadastro do pessoal que vinha do Rio Grande do Sul e os financiamos, já que os bancos não financiavam. Então nós fechamos os contratos e pegávamos esse dinheiro e investíamos na compra de soja. Crescemos tanto que chegou um ponto que, competir com os grandes, despertou o interesse das multinacionais. Então, a Companhia Hering e o conselho da Ceval se reuniram, e decidiram ficar com a Companhia, que também passou pelas suas crises. Ficamos com a Companhia Hering e vendemos a Ceval para uma multinacional. Tinham grandes players no mundo: Bunge, Cargill, e mais uma empresa da França. A Ceval foi vendida num preço bom, a Companhia Hering se capitalizou, até porque a maioria das ações [da Ceval] eram dela. A Hering teve um período muito ruim anos atrás, e vendeu muito patrimônio para sobreviver. Então, decidimos vender a Ceval toda, não ficamos com nada. Porque nós tínhamos a Seara, que compramos em 80. Nós tínhamos a Brasfrigo em Itajaí, que aquilo era uma mina de ouro. Mas vendemos tudo e não ficamos com nada. Foi feito um negócio bom, porque commodities é um negócio muito complicado para dar lucro. Tem muito dinheiro, muito capital de giro, paga as tuas contas, mas o balanço é difícil. As fábricas, os grandes players do mundo, não dão muito valor. Eles querem saber da capacidade de compra. E nós tínhamos uma fama: ninguém conseguia vender no Brasil. Os atravessadores não tinham como atuar porque tava tudo concentrado na Ceval.

DIARINHO – Todos os acionistas foram favoráveis à venda?


PUC: Foi um consenso, porque todos se davam muito bem. A Hering com a nossa turma da Ceval, apesar de eles terem a maioria das ações. Tinha que vender. [Sempre foi uma administração profissional ou era um negócio familiar?] Tudo profissional. Meu sobrenome é Hering, mas eu trabalhei lá por mérito próprio, não tinha regalia. Não pedi nada para parente. Eu conversei com o Vilmar Schurmann e entrei na Ceval. No começo eu servi café, eu trabalhei no escritório, eu abria a janela de manhã. Multifuncional. [risos]. Não tinha horário, era trabalho o dia inteiro. Quando você gosta de fazer uma coisa, você faz mesmo. [Olhando para trás, vocês fizeram a venda no momento certo?] Momento certo! Vendemos em 1998, 1999...

DIARINHO – Porque o senhor quis largar a vida de empresário?

PUC: Eu queria largar. Comprei um apartamento em Balneário Camboriú, montei um escritório. Falei: vou passear, vou aproveitar a vida. Eu estava com 50 anos. Comprei a lancha, fiz tudo o que eu quis. Andei por este mar, fui até a Bahia. Fiz muita amizade, mais do que já tinha. Comprei um jipe para fazer trilha no mato. Comprei umas velharias, que eu gosto. Enfeitei a casa, fazer essas brincadeiras de rancho [aponta para os objetos de decoração na mesa do jardim onde acontece a entrevista]. [Quantos anos durou essa diversão?] Olha, seis anos. Foi uma fase. Andar de lancha sozinho até Santos... Daí tem que vir um pouco para o chão de novo. A sorte que eu peguei a empresa do meu pai, a Resima, e fiz o meu escritório lá. O meu filho se formou em 2002, em Administração, mas para tocar a empresa eu coloquei um ex-colega meu da Ceval. Eu fiquei mais ou menos livre, porque eu vinha aqui para a praia toda quinta-feira. Venho até hoje, agora mais ainda. Mas esse rapaz saiu, e o meu filho assumiu toda a empresa recentemente. Eu tenho o meu escritório, não posso ficar em casa. Já pensasse eu acordar de manhã em um apartamento em Blumenau? Tomar café da manhã. E agora? Televisão, internet? Tu tens que fazer alguma coisa! Aposentado tem que fazer alguma coisa! Depois de uma vida de negócios, você tem que se centrar. Tem gente até que pegou psicólogo pra se resolver. Porque tu tais cheio de dinheiro, mas e agora? [Quantos funcionários o senhor tem hoje em Blumenau?] São 60 funcionários na Resima. Mas é o meu filho Bernardo, de 31 anos, que está tocando.

DIARINHO – Há décadas o senhor escolheu Armação do Itapocoroy para fixar residência a maior parte do tempo. Qual o motivo?


PUC: Você olha em volta... Você vê que eu fui o primeiro a sair da área lá de cima, dos alemães veranistas, nas casas que citei antes, e comprei o terreno aqui na beira mar. Era o terreno do seu Pedro, que são seis terrenos que eu fui comprando devagarzinho. O que eu vou fazer? Eu vou mudar a cabeça do pessoal pela minha? Não! Se eu entro numa tribo estranha, eu tenho que dançar conforme a tribo dança. Eu não posso chegar aqui agora e querer mandar. Os amigos são todos antigos, conheço todas as famílias por nome. O Marinho Boppi, amigo de infância. Todo mundo eu conheço por nome, daqui até a praia do Quilombo. As casas dos alemães e as dos pescadores. Me sinto bem, eu não preciso colocar muitos guardas porque eu tenho olheiros. Eu tenho segurança, mas também tenho amizade com todos em volta. E nós tínhamos uma turma de inverno aqui, que era o Konder Reis... O teu avô [refere-se ao avô de Samara e fundador do DIARINHO, Dalmo Vieira], tinha um pouco de diferença comigo, mas depois ele entendeu que eu estava fazendo coisas boas. Nós fomos conversando. O Doda era muito amigo dele, e meu também. O Dalmo era um cara muito batalhador e pelo certo. Escreveu não leu, o pau comeu. Porque esse negócio de esgoto na praia, ele fiscalizava tudo. O pessoal da vizinhança jogava na praia, mas o Dalmo não jogava o da casa dele. Isso é um problema grave do município hoje. O Beto Carrero foi outro amigo. Um dos primeiros meus aqui na praia. Ele passou mal para se estruturar aqui também. Outro cara que a gente tem que tirar o chapéu aqui na praia é pro Vandir Weidle. Esse cara, se fez coisa errada ou não, não sei, mas naquela época ele fez a coisa certa. Ele é engenheiro florestal, ele fez a casa dele com esgoto, fez um morro de arrima. Se não tivesse o mato que ele pagou para cuidar, não sei. A Mata Atlântica no terreno do Vandir é a maior que tem em todo o nosso litoral. Ele preserva. Agora vem as leis novas. Eu acho que a praia é de todo mundo, mas na época a lei era: quem pode ir para a praia vai de baleeira, porque não tinha estrada para chegar na praia. Agora, com essa imensidão de automóvel, todo mundo querendo ir para a praia, tem o direito, claro, mas tem que compensar em alguma coisa. Imagina quantos automóveis temos. O Ingo Hering, que era o dono da Companhia Hering, andava com o mesmo carro 10 anos. Nunca andou de Mercedes, não. A firma era grande, mas ele investiu também em creche, em refeitório, fez as coisas todas pelos funcionários. Não tinha nada de esnobar. Nada de andar por aí de Mercedes, Porsche e tal... E o Vandir é assim, um cara bem simples. Mas daí começa a bater a inveja. E hoje tá isso aí, os jornais de Santa Catarina não estão falando muito disso não, estão quietinhos. Mas se você entra no site SOS Terra de Marinha, vai lá para o Norte do Brasil, aquilo está uma briga de foice para acabar com esse negócio de terra de Marinha. O dinheiro vai para o governo federal, e o governo federal não conhece a área de Marinha da qual é dono. Tem que passar essas terras pro município. O município vai saber administrar, vai saber arrecadar, vai dar retorno para o povo do município. Agora, eles fizeram um aumento de 1300% no laudêmio [imposto pago pelas terras de Marinha]. Tem gente que tem terreno de frente para o mar, mas não tem mais o dinheiro para pagar o imposto.

DIARINHO – Diz a lenda que o senhor tem uma relação amistosa com os moradores locais, mas que não gosta muito da invasão de turistas na frente da sua casa. O que lhe incomoda nisso?

PUC: Se eu entro em um lugar, eu tenho que ir aceitando. Mas como tem a lei para todo mundo, tem que ter lei para os farofeiros também. Eu chamo de farofeiro! O pessoal vem aqui e põe cinco carros, com cinco músicas diferentes no último volume, e ficamlá na praia. Eles põem bem alto porque querem ouvir da praia. Aí, o pessoal vem fazer churrasco. Começam às oito horas da manhã a tomar cachaça... Todo mundo tem direito, eu também tomo. Mas começa a dar briga, batem em criança, batem na mulher. Falta cultura para esse pessoal. Não tem nem banheiro na praia. Se a lei diz: “não faz fogo na praia”, então não faz! A prefeitura tem que fazer banheiro público. Tem que dar condições pras pessoas frequentarem a praia. [O que o senhor acha do trapiche?] O trapiche é um problema político. O trapiche tava caindo há tempos, aí caiu, ficou embargado. Eu sugeri para o prefeito, para os vereadores: “Porque vocês não fazem um trapiche lá no coreto? Tem o coreto, tem a pracinha, não precisa fazer fundamento, não precisa fazer nada, é só fazer um trapiche em cima das pedras. Pede autorização para a Marinha, faz um trapiche para poder parar embarcação. Depois falaram que eu queria fazer o trapiche lá, por causa da minha marina [a Marina mestre Doda]. Deus me livre! Só reclamo porque aqui onde é o trapiche não tem onde estacionar. Eles pegaram uma empresa de fora pra refazer o trapiche. Pagaram uma nota. Se fosse eu fazer o trapiche, cobrava 20% daquilo que foi gasto. Não estou criticando, por mim podem gastar quanto quiserem. Mas é um trapiche de madeira, entra bicicleta, os velhinhos são atropelados pelas bicicletas. Os guris pulam daquele negócio, arrebentam as tábuas. Todo mundo vai pescar de noite ali, vai limpar seu peixinho. Mas a gurizada vai lá e quebra os focos de luz e a prefeitura não repõe. Esse é o grande problema do poder público, tem verba para fazer as coisas, mas não sabem conservar. O trapiche eu fui contra, eu briguei para botar lá na frente do coreto, onde tem uma praça pública e grande, onde atrás os pescadores poderiam vender o seu pescado numa feirinha. Eu sou contra os atravessadores. Porque o cara pesca, vende o camarão, por exemplo, por R$ 1, R$ 1,5. Aí um vai e compra. Descasca o camarão num canto aí, sem esgoto, tudo clandestino, e vende para Joinville, Blumenau pelo triplo. Então, não estão fazendo nada pelo pescador..

DIARINHO – É fato que o senhor, quando da sua mudança, achou a localidade meio monótona e começou a abrir alguns locais para frequentar, inclusive um restaurante e a marina?

PUC: Eu sempre digo: não adianta você comprar terrenos e ficar especulando, achando que um dia vai ficar rico vendendo, como em Camboriú se vende hoje. Eu peguei o exemplo da Praia Grande, onde um alemão comprou aquilo em 1955 e fez um loteamento. Ele não fez propaganda, não veio ninguém. Então, a praia ficou morta e ele pagando imposto. Como eu tinha herança de outros terrenos aqui, eu fui comprando áreas em Armação. Mas eu não posso deixar um terreno devoluto para querer ganhar, e pior, correndo o risco de morrer daqui a pouco. Então eu passei no mestre Doda, ele era aposentado, um carpinteiro naval nato, nunca estudou, mas fazia os maiores barcos, as baleeiras. Eu tinha um terreno ao lado. Eu falei: “Doda, vamos fazer uma marina aí”. Fizemos a marina, ele fez um barzinho do lado. Fazíamos festa. Era só boêmia. Eu comprei uma casinha do lado para ampliar a marina. Depois comprei um terreno que estava abandonado, depois comprei outro terreno abandonado e foi indo... Juntei oito terrenos. Passa um riacho no meio, que tinha 58 esgotos ligados lá em cima. Os alemães de Blumenau, que têm casa ali também, jogando esgoto neste terreno. Então, cortei o esgoto clandestino de todo mundo. Arrumei o negócio. Tirei 380 carradas de lixo. O riacho era o lixão de Armação. E agora? Chamaram o Ibama, que eu tava fazendo não sei o que. O pessoal lavava marisco naquela água de esgoto e botava as crianças com lata de querosene para vender marisco. Não dá! Fiz uma troca com o prefeito, dei outro terreno e ele conseguiu tirar aquele pessoal dali numa boa. Agora estou querendo tirar a licença da Fatma, já dei entrada, fiz tudo certinho, gastei não sei quanto para arrumar o esgoto. A marina está perfeita. O problema é que passa o riacho e tem essas leis que falam em 30 metros, não sei o que. Eu quero ampliar. Eu quero que caibam mais barcos. Hoje tem 60 vagas secas. Vagas molhadas eu vou fazer aqui na frente de casa, eu já requeri da Marinha umas boias. Quando tiver barco grande, pode vir. Eu dou água, poita.

DIARINHO – O senhor tem muitos amigos no PSDB. É filiado ao partido?

PUC: Não, não. Eu sou filiado a um outro partido, acho que nem existe mais, por causa de uma brincadeira, [mostra o quatro onde ele está assinando um documento ao lado do ex-governador Antonio Carlos Konder Reis]. Eu sou muito amigo do Konder Reis, ele me deu muitas aulas políticas, mas eu não sou político. Uma vez ele chegou aqui e pediu para eu me inscrever num partido. Me convidaram para ser o presidente de honra, mas eu pedi para me deixar longe disso. Mas sou amigo de todo mundo. Eu fiz uma festa no ano retrasado e veio aqui: PP, PSDB, PT. Veio Décio e Ana Paula Lima, veio o Pavan, o Konder Reis, o Paulinho Bornhausen, estavam todos aqui. Eu disse: “Quem quer brigar, que brigue aqui e agora” [risos]. Eu só quero saber do bem do município. Querem fazer uma beira-mar? Tem que fazer uma coisa consciente! Porque vocês olham essa orla, não tá bonita?! Então para que fazer uma rua reta? Na Europa toda não existe. Faz uma rua em curva, no meio das árvores. O pessoal que tem terreno, recua, não tem problema. Eu fui presidente da associação de moradores. O pessoal fala que quer colocar iluminação, quiosque padronizado, mas não tem projeto. Fazer coisa na marra, sem projeto, eu não vou deixar.

DIARINHO – Seu nome já foi cogitado para ser candidato a prefeito de Penha. Porque o senhor não aceitou o desafio?

PUC: Eu fui convidado várias vezes, mas eu não tenho esse perfil. [Mas o senhor não foi um administrador?] Sim, mas para ser prefeito não precisa ser só administrador. Bom administrador não ganha voto nenhum. Para ser prefeito você tem que abrir mão de tudo. Tem que fazer conchavo para lá e para cá. O pessoal nos municípios pequenos, acha que tudo é dinheiro. Os políticos pedem: “não dá um dinheiro para mim não?”. Não é assim, pessoal. Dá um desastre, uma enxurrada, teve um desastre natural quando quebraram umas 50 baleeiras... Eu fiz uma reunião com os pescadores, mas nada oficial. Fiz uma churrascada e fui ajudando quem teve os barcos estragados. Eu fiz porque quis, não porque sou obrigado. Agora, se eu fosse candidato, seria obrigação eu fazer isso. E também não sou muito de falar em público. Eu gosto de dar conselho. Se eu puder dar conselho, eu dou. Converso muito com os prefeitos. Ando por aí e digo: “tem um problema por onde você passa todos os dias e não está vendo”. Naquela entrada do Beto Carrero, tinha um circo velho, uma carreta ali, que eu insisti, insisti e demorou três meses para eles tirarem. Tava bem na entrada da Penha. Agora, passei lá e tiraram a carreta, mas continua o capim alto e tudo amontoado. Liguei de novo para um vereador amigo meu, o Juju, e disse: “Juju, tem que arrumar, tem que ter um embelezamento, passar uma foice...”. Fizeram um asfalto bonito, inauguraram, mas tem um buraco. Olha, você não consegue falar com ninguém de bom senso. Pede pra fechar o buraco, mas não, fica dois meses, três meses e o buraco ali. O ônibus quase capota, tem que desviar. Daí falam: “isso é com a Casan”. O prefeito é a autoridade máxima, vai lá e manda fechar.

O trapiche, quando quebraram, eu ameacei o prefeito. Falei: vou pegar o Aquiles, vereador do PMDB que faz oposição. “Aquiles, vamos fazer um negócio. Vamos ali no Espíndola comprar madeira, prego e pegar meus funcionários da marina. Vamos fazer um mutirão, chamar o DIARINHO, e falar: “Vereador do PMDB tá arrumando trapiche”. Botei um fogo, e agora estão arrumando [risos].

DIARINHO – Esse carinho todo que o senhor tem com a Penha, é igual com Blumenau?

PUC: Com Blumenau também. Blumenau é muito grande e eu sou muito pequeno. Mas a Companhia Hering foi parceira do teatro Carlos Gomes, ajuda na lei Rouanet, ajuda o futebol, ajuda numa porção de coisas. A. [O senhor ainda tem ações da companhia Hering?] Tenho.

DIARINHO – O senhor acha que Penha vem sendo bem administrada?

PUC: Eu acho que o prefeito está fazendo uma administração boa. Eu andei de ônibus com ele. Santa Lídia, aquelas ruas estão todas asfaltadas, creches maravilhosas, escolas nos bairros mais pobres. Abriu muita favela aqui na Penha em função do Beto Carrero. Ele arrumou o interior. Mas ele tem que ter um plano mais arrojado para a orla marítima, para o turismo. [Como o senhor imagina o turismo da Penha?] Eu gostaria de pensar o turismo de Penha sem automóvel. O automóvel é um artigo que não vale mais nada. Eu acho que todo mundo hoje tem automóvel. Aí quer botar na beira da praia e quer mostrar. Isso não tem mais valor hoje. Quando era guri, a gente sempre queria ter um carro, uma Mercedes para aparecer para as meninas... Se fizer um passeio bem feito, que possa andar o carro em uma via, mas na outra fechar para o pedestres, melhor. Não adianta colocar comércio na beira da praia. É rua de lazer.

DIARINHO – O senhor é um excelente anfitrião. As suas festas têm fama de serem as mais animadas da orla. Qual o segredo do bem receber?

PUC: Open house [Casa aberta], [risos]. Eu aprendi com os meus pais quando eles vieram para cá. Como não tinha nada para fazer, os alemães veranistas, em cada casa, inventavam uma cancha de bocha, de tênis, uma churrasqueira. Na casa que era do meu bisavô tem até hoje um pula-pula. Você tinha que se reunir, fazer amigos. Íamos pescar juntos. E todos os finais de semana tinha um churrasco na casa de um. Pena que isso está passando. Eu ainda aguentei, mas a geração de hoje é difícil, cada um fica na sua casa, uns vão para Balneário Camboriú. Só que em Camboriú você é apenas mais um. A minha casa vive de fases também. Há 30 anos, quando eu fiz essa casa, era festa todos os dias. Era um clube. Em Camboriú você não tem um clube, Itajaí você tem um clube que é o Guarani, em Blumenau tem o Tabajara. Camboriú é uma cidade cosmopolita, mas eu não conheço ninguém. Tenho apartamento lá, mas eu vou descer do 20º andar, botar uma sunga e andar na praia? Tá louco!

DIARINHO – O seu caseiro virou vereador na Penha?

PUC: Não, o Juju não era meu caseiro. O Juju era amigo do meu filho. Ele tem 33 anos, e o meu filho tem 31. Quando o Juju tinha 18, meu filho tinha 15, 16. Eu sempre tinha um olheiro, porque a gurizada com 15 anos sabe como é. Então comprei um carro de serviço, e o Juju era o motorista da gurizada. Meu filho andava no Aquarius, em Piçarras, dava um pulo no Bali Hai. Sei também que eles iam para Camboriú escondido [risos]. Tinha que deixar alguém em cima. E era o Juju. [Quando ele decidiu se enveredar para a política, o senhor bancou a campanha dele a vereador?] Não banquei com dinheiro, mas banquei conversando com meus amigos todos, os pescadores, pedindo para dar uma chance para o guri. Ele é meio espevitado, falador, mas é um cara prestativo, tem um coração bom. O meu filho aprendeu a dormir na casa de pescador. Ele aprendeu a comer peixe seco com pirão. Eu adoro essa praia! [O seu filho tem o mesmo amor por Armação?] Não, agora não mais. Eu aguentei ele por perto até uns 25, 30 anos. Mas a turma dele, a dos riquinhos, está lá [refere-se a Balneário Camboriú, Porto Belo]. Estão lá no Cachadaço [praia onde param barcos de luxo], fazendo besteira. Não sabem nem andar de lancha, não sabem pescar. O meu filho sabe andar de lancha, sabe pescar.

DIARINHO – O senhor tem uma rampa de barcos e vegetação de restinga na frente de casa. No restante da praia não há sequer vegetação. Como conseguiu esse feito?

PUC: Rampa, naquela época, podia fazer. Era só falar com a Capitania dos Portos. Então fiz as três rampas também na marina. Se tivesse que pagar uma multa, pagaria. Agora me associei a Acatmar [Associação Catarinense de Marinha], e o Ibama e a Fatma tão destinando licenças. A minha marina tem 60 lanchas, e eu quero colocar 120. É bom para o município porque o posto de gasolina vende, a padaria vende, o pescador vende, porque movimenta a economia. Aquela ponte que eu fiz lá frente, que é uma rampa, já existia. Os antigos faziam aquela rampa, que chamavam de pinguela, de eucalipto. Porque não tem passagem pela praia. Então, todo ano, desde que comprei, eu fazia uma ponte de eucalipto. Era uma maravilha, mas caía sempre. Então chegou um dia, eu disse: “vocês vão me desculpar, pode vir multa, pode vir tudo, mas eu vou fazer uma ponte”. Eu fiz uma ponte linda, o pessoal vai lá tirar foto do canhão que eu coloquei na frente. Mas se um juiz quiser que eu derrube a ponte... Derrubo! Não tem problema. Quer que eu tire a rampa? Tiro! Mas daí ninguém pode colocar lancha na água. A Marinha, quando vem para a cá, puxa a lancha na minha marina.

DIARINHO – Penha deixou de ser a cidade pacata que era e há muito tem registrado casos de violência. O senhor tem medo da violência?

PUC: Olha, o jornal não consegue colocar o tanto que tem. Tem muita coisa. Eu tenho os meus olheiros, eu saio, vou ali no bar do Dedé, que é o cara mais antigo, para escutar histórias de antigamente. Tem uma turma ali, que é muito simples, de pescador. Você tem que estar no meio do povo para saber das coisas. Sobre os assaltos, a gente escuta. Eu aqui tenho vigia, mas eu fiz amizades. O pescador começa a trabalhar a uma, duas da manhã. Então sempre tem gente de olho na minha casa. Lembrei de outra história de farofeiro. O pescador vai pescar cinco horas da manhã, vem cansado às 11h. Leva o pescado para família descascar e vai dormir. Como é que ficam os barcos com a invasão dos farofeiros? Entram, quebram e roubam coisas dos barcos. Tem farofeiro que não quem cultura. Eu fui no prefeito há dois anos, e disse: “pelo amor de Deus, pega uma bateira, dá um emprego para um cara andar para lá e para cá fiscalizando, evitando que quebrem os barcos de pescadores”. Ele fez. Não é uma ideia boa?! Eles passam ali e dizem: “não pode subir na baleeira”. Aconteceu comigo. Eu parava a minha lancha aqui na frente, quando fui ver um dia de manhã, tinha uns 10 em cima, pulando, mexendo na direção. Tinha um caminhão parado aqui na frente de casa, que era deles. O que eu vou fazer? Subi no caminhão do cara e fiquei lá brincando na direção. Fiquei um tempão, quando o cara veio, escapei de apanhar. “O que tu tais fazendo aí, seu alemão?”. Eu disse: “o que tu tais fazendo na minha lancha?”. Eu completei: “tô sozinho brincando aqui, tu tá com em 10 no meu barco” [risos].

DIARINHO – O senhor tem um vizinho ilustre, o ex-governador Antônio Carlos Konder Reis. São amigos?

PUC: Amicíssimos. Todas as coisas que eu entendo de política, ele que me ensinou. É é um dos poucos políticos que não encheu o bolso. Eu sou amigo também do motorista dele. Esse cara conta histórias de quando o Konder Reis ia viajar. O motorista era meio malandro, queria umas notinhas a mais pra depois ser ressarcido das despesas. E o Konder Reis: “dá essa nota aqui, pedro. Quero conferir!” [risos]. Eu operei uma vez as pernas, tive um problema no fêmur e fiquei 20 dias descansando. O Konder Reis vinha todos os dias conversar. No ano passado ou retrasado, eu falei para ele: “doutor Antônio, o senhor vai estar sozinho no Ano Novo?”. Ele disse que sim e eu: “então, vem para o ano novo, vou fazer um leitãozino”. Ele é protocolar. No Ano Novo a gente quer beber até umas sete, depois tomar um banho, começar a se arrumar. Mas o homem não me chega às sete? Arrumadinho, certinho. E nós ainda tomando banho de piscina... [risos].

DIARINHO – Por que PUC?

PUC: Puc foi apelido aqui na praia, por causa de Paulo, por causa da pinta que tenho na testa.

DIARINHO – Quais são os seus planos para o futuro?

PUC: Continuar com saúde, viajar bastante. Viajar mais pelo Brasil, porque pra Europa eu já viajei muito. Ler e ficar aqui pela praia.

RAIO-X

Nome: Paulo Hering

Natural: Blumenau

Idade: 61 anos

Estado civil: Casado, pai de um filho

Formação: Administração pela Furb, de Blumenau.

Trajetória profissional: Cobrador, vendedor; funcionário do Banrisul; entrou na Ceval em 1972, onde atuou como faz tudo e chegou a diretor até a sua venda em 1998; diretor da Resima e acionista da Companhia Hering




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