A comissão de ética do hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen recebeu nesta semana toda a documentação do paciente Arlan Cordeiro, que faleceu na unidade de Terapia Intensiva (UTI) no dia 4 de dezembro. Só depois dessa avaliação é que a direção do hospital vai tomar providências e se manifestar sobre o caso. A esposa do falecido, Marilene Cordeiro, 33, diz que vai meter um processo contra o hospital, porque o marido teria sido maltratado.
Arlan foi internado no dia 21 de novembro no Marieta e passou seis dias de rolo no pronto-socorro, sem um leito, nem tratamento adequado. Hipertensivo, o paciente foi diagnosticado com pancreatite ...
Arlan foi internado no dia 21 de novembro no Marieta e passou seis dias de rolo no pronto-socorro, sem um leito, nem tratamento adequado. Hipertensivo, o paciente foi diagnosticado com pancreatite, mas a família nunca teria sido informada do verdadeiro quadro da doença. Além do descaso, Marilene denuncia que o esposo foi motivo de chacota por conta da barriga, que ficou inchada em decorrência da pancreatite. O caso teria ocorrido no dia 24 de novembro.
Revoltada, Marilene conta que chamou oito vezes as enfermeiras pra acudir o marido, que estava gritando de tanta dor. Sem sucesso, Arlan pediu ajuda da esposa pra ir, ele mesmo, atrás de um médico. Os dois percorreram com dificuldade um dos corredores do pronto-socorro do Marieta, e Arlan teria dito pro médico que tinha alguma coisa estranha em sua barriga. Daí o médico olhou pra ele e respondeu: o que tem aí dentro da tua barriga é um bebê e todos os enfermeiros começaram a rir, relembra, ainda revoltada.
Segundo ela, o médico que fez piada foi Darcio José Krieck Filho, que também foi responsável pela internação de Arlan, e teria tratado o pobre coitado com o maior descaso. Eu me senti a pessoa mais vulnerável do mundo, por ver o meu marido com dor, naquela situação, e ainda debochando dele, lamenta.
O que diz o Marieta
Diante da denúncia ao DIARINHO, a assessora de comunicação do hospital, Roberta Ramos, diz que a direção d já ouviu a versão do médico e mandou todos os documentos da internação de Arlan, incluindo os prontuários, pra comissão de ética analisar.
A partir da avaliação e do parecer da comissão é que a direção do toma providência, explica. A comissão de ética é formada por médicos e enfermeiros que trabalham no próprio hospital. De acordo com a assessora, todos os funcionários, inclusive o médico acusado pelo deboche, serão ouvidos. Não há prazo pra análise ser concluída.