Itajaí

Pivete de 17 anos é morto com três tiros

Guri tentou escapar do assassino em beco, mas baleado não conseguiu ir longe

Horas antes de morrer, Jonathan Castro da Silva, 17 anos, o Pivete, teve um pressentimento de que algo ruim estava pra acontecer. Ele dividiu o mau presságio com uma ex-namorada. Disse que precisava sair do bairro São Paulo, mas não conseguiu. Antes que deixasse o bairro, Pivete foi fuzilado com três tirombaços no início da noite de quarta-feira, na rua Tomé João da Ventura, bairro São Paulo, em Navegantes. Os primeiros disparos aconteceram no meio da rua, mas Pivete morreu em um beco, onde tentava escapar do assassino.

Os tiros no portão de madeira e as marcas de sangue na areia sobre o chão de terra batida mostravam os últimos passos do guri. Foi no beco estreito que leva à casa da diarista Josiane dos Santos ...

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Os tiros no portão de madeira e as marcas de sangue na areia sobre o chão de terra batida mostravam os últimos passos do guri. Foi no beco estreito que leva à casa da diarista Josiane dos Santos, 33, que Pivete agonizou até a morte.

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Josiane não tava em casa, mas foi avisada do acontecido por telefone. Na hora, tudo que pensou foi que, em vez de um garoto da rua, quem estivesse caído morto fosse um de seus filhos. Ela só ficou aliviada quando chegou em casa e foi informada pelos policiais militares que não tinha nada a ver com a história. “Foi um susto”, contou. Josiane não conhecia Pivete e, pelo que ela própria acredita, é provável que ele tenha corrido ao beco por ter sido o melhor lugar para tentar fugir do assassino.

O primeiro a encontrar Pivete morto foi o filho mais velho de Josiane, um rapaz de 17 anos. O guri tava na casa de um amigo quando ouviu os disparos e percebeu que não se tratava de nenhuma bombinha, como desconfiaram os vizinhos. Preocupado, o gurizão correu até o beco de casa e encontrou Pivete já estirado no chão.

Ao poucos, mais vizinhos e moradores da rua foram chegando para ver o que tinha ocorrido. Entre eles, estava a ex-namorada da vítima. “Quando eu cheguei, ele já tava jogado aqui no chão”, contou a menina de 14 anos. Ali, ela teve certeza de que o pressentimento de Pivete tinha fundamento. “Ele falou que ia acontecer alguma coisa”, lembra.

Os socorristas chegaram a ser chamados, segundo os vizinhos, mas o guri baleado três vezes acabou morrendo antes da chegada da ambulância. Quando a polícia Militar chegou até o local, também não pôde fazer nada a não ser identificar o garoto, que é figurinha carimbada na PM. Além de passagens por furto, Pivete já tinha sido flagrado em um roubo, tráfico e posse de drogas. O envolvimento com o mundo do crime deve ter lhe custado a vida.

Morava na rua

De acordo com os vizinhos, Pivete não tinha casa. Ele morava no Paraná com os pais, mas quando os dois morreram, veio para Navegantes, onde ficou um tempo com uma tia. Depois, saiu da casa da parente para morar no bairro São Paulo, onde perambulava de canto em canto. Nos últimos dias, de acordo com vizinhos, Pivete estava morando em uma casa com amigos.

O corpo do garoto foi levado ao instituto Médico Legal (IML) de Itajaí, onde permanecia até a manhã de ontem. Segundo o que soube Josiane, a tia já tinha sido informada de que o sobrinho tinha morrido, mas fez pouco caso e disse que tinha perdido a fé nele. “A família falou que não tá nem aí, que pode ser enterrado como indigente”, disse a diarista.

Se para os parentes o guri já não tinha mais jeito, os vizinhos garantem que Pivete tentava se reerguer. Depois de levar duras de policiais e de uma juíza, que o mandaram estudar, o gurizão teria tentado arrumar um emprego e voltar à escola. Ele ainda estaria ajudando a cuidar de um menino surdo do bairro. “Mas agora não tem mais como”, lembrou a ex-namorada, dizendo o que todos já sabiam: era tarde demais.

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Já é o sexto dimenor executado em 2013

A morte de Pivete, a 24ª registrada na city dengo-dengo este ano, traz um dado alarmante: só neste ano, seis menores foram executados. A PM informou que já tem o nome do matador de Pivete, que também seria um menor, de 16 anos. Segundo o coronel Marco Antônio Otávio, o assassino de Pivete mandou mais duas pessoas pra terra dos pés juntos este ano.

A morte está relacionada ao tráfico de drogas, já que os dois tinham envolvimento com o mundo das porcariadas. O coronel só não soube precisar se a execução foi uma rixa ou falta de pagamento de drogas. O homidalei também não descartam que a morte tenha sido encomendada pela facção criminosa dos Jeremias, que está instalada no início do bairro São Paulo, ou pelo primeiro Grupo da Capital (PGC), que ocupa o fundão do bairro. “Não sabemos a qual facção cada um pertence”, comentou.

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O DIARINHO tentou conversar com o delegado Rodrigo Carriço, responsável pelo caso, mas ele não atendeu a reportagem ontem à tarde.






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