Reunir a família pra passear, tomar um sorvetinho e, lógico, torrar o 13º nas compras de Natal. Este foi o programa de muita gente ontem à tarde, na city peixeira, no único domingo em que o comércio abriu as portas. Das 16h às 22h, o calçadão da Hercílio Luz tava apinhado de uns passeando, outros querendo comprar presentinhos ou só mesmo dando uma bizolhada nos preços.

Quem ainda não comprou os presentes pra encher o saco do Papai Noel tem que correr contra o tempo, afinal de contas, o natal praticamente chegou. Hoje o comércio fica aberto das 9h às 22h. Amanhã, das 9h às 16h, de acordo com a convenção coletiva de trabalho entre o sindicato do Comércio Varejista de Itajaí e o sindicato dos Empregados no Comércio.

Mesmo com o grande movimento de pessoas, nem todos os lojistas tavam satisfeitos, pois quem tá faturando mesmo neste final de ano é o varejo popular de calçados e roupas. Já o segmento de móveis e eletrodomésticos tá mais parado que água de poço, considerando-se que o período que costuma ser de vacas gordas.

Fabiano Russi, 39 anos, supervisor da loja Mercado Móveis, afirma que as vendas tão muito abaixo do esperado. “Acho que o pessoal gastou antes, nas ofertas que fizemos no mês de novembro”, considera. Russi conta que o que tá salvando a lavoura das lojas do segmento de eletroeletrônicos é a venda dos smartphones e notebooks. “Todo mundo quer ganhar esses produtos que, em geral, são caros. Este Natal foi do smarthphonea e dos notebooks. Quem sabe, a copa do Mundo aqueça as vendas dos televisores nos próximos meses”, avalia o supervisor.

Final de ano é difícil entrar na Casa da Sogra

Mesmo apelando pra estratégia de promoções, sorteios e brindes, as redes de lojas do segmento de móveis e eletrodomésticos tão perdendo de goleada pras lojinhas de roupas e calçados. Neste final de ano, todo o mundo sabe que é difícil entrar na Casa da Sogra. A loja, gerenciada por Moisés Fonseca, 33, em toda a época de Natal tem muito movimento, mas neste ano aumentou uns 10%.

“O brasileiro deixa pra última hora. O pessoal recebe o décimo terceiro e vem gastar. Por isso, a loja fica com essa quantidade de gente e fica difícil pra atender todo o mundo”, comenta o lojista, que conversa com a reportagem arrumando calçados e atendendo clientes que pedincham mais um descontinho.

Vendendo tudo à vista, Fonseca garante que consegue preços bons e não acredita em promoções. “Hoje em dia, ninguém é mais bobo. O pessoal vai na internet e pesquisa os preços pra saber se as promoções são verdadeiras”, carca o lojista.

É a mulherada que gasta?

Juliomar Nardes, 30, gerente da loja MD Bolsas, tá se acostumando a lidar com o público feminino. Ele acha que as vendas tão satisfatórias, justificando o aumento de três pra seis funcionários no estabelecimento pra atender os clientes, na maioria mulheres. “Independente do ramo, no comércio quem gasta mesmo é a mulherada. Mulher quem gasta dinheiro. O homem sempre é pé atrás na hora de comprar”, considera o lojista.

Mas logo surge pelo calçadão da Hercílio Luz a cabeleireira Marli Luppi, 42, caminhando com sua filha Lindsey, pra mostrar que nem toda a mulher é gastadeira. “A gente só tá pesquisando os preços e eu trouxe ela [a filha] junto pra aprender a economizar desde cedo”, afirma com convicção.

Marli acha que os preços estão caros, por isso prefere deixar pra comprar depois, inclusive a bicicleta sonhada pela filha. “Eu busco qualidade e preço bom, pra isso tem que pesquisar e saber esperar a hora certa pra comprar”, considera a cabeleireira.

A manicure Isabel Martins, 46, também tava com a filhota pesquisando os preços e só compra quando acha que realmente tá em conta. “Os preços não estão bons, não. Vamos deixar pra depois”, afirma.

Ao contrário de Marli e Isabel, Jeison Silva, 26, marceneiro, aproveitou a tarde gostosa de domingo pra passear com a família e não resistiu, comprando umas roupinhas. “Acho que os preços estão bons, assim como o atendimento”, considera o carinha.

Segundo o gerente do Itajaí Shopping, Alessandro Assunção, tudo tá rolando dentro do previsto, com a expectativa de crescimento em relação ao ano passado. “Houve um crescimento se comparado ao Natal anterior, mas não fechamos o balanço ainda”, diz Assunção. Hoje o shópis abre das 10h às 23h e amanhã das 10h às 18h.