A divisão de Investigação Criminal (DIC) de Itajaí e Balneário terminou o ano com um saldo positivo: 309 bandidos atrás das grades. A DIC é um setor especializado da polícia Civil que investiga assassinatos e outros crimes de maior impacto social, como tráfico de drogas, formação de quadrilha, assaltos e estelionatos. Das 309 prisões, 112 foram feitas pelos tiras de Itajaí e 197 por Balneário Camboriú. Mas o número de prisões poderia ser ainda maior, acreditam os delegados responsáveis pelas delegas. Para isso ocorrer, as DICs precisariam de mais efetivo e uma estrutura pensada pra agilizar o trampo dos agentes.
Sozinha, a DIC de Balneário, que é responsável por investigar crimes em Camboriú, Itapema, Porto Belo, Bombinhas, Tijucas e Canelinha, além de Balneário Camboriú, foi a responsável por 197 prisões ...
Sozinha, a DIC de Balneário, que é responsável por investigar crimes em Camboriú, Itapema, Porto Belo, Bombinhas, Tijucas e Canelinha, além de Balneário Camboriú, foi a responsável por 197 prisões. O número de prisões chamou a atenção das otoridades de segurança no estado, e a divisão foi considerada uma das mais atuantes da Santa & Bela. A informação é da delegada Magali Nunes Ignácio, titular da 29ª regional de Polícia Civil.
Das 47 prisões realizadas em 2011, o número pulou pra 141 no ano passado e aumentou ainda mais neste ano, com as 197 guentadas. A maioria das prisões foi por mandado de prisão, roubo, tráfico de drogas e assassinato. Segundo o delegado Osnei Valdir de Oliveira, pra conseguir realizar tantos tejes presos, mesmo com pouca estrutura, foi preciso, acima de tudo, muita dedicação e comprometimento da equipe. O ideal era realizar uma divisão interna, o que agilizaria o processo investigativo. Só que pra isso são necessários mais agentes, ponderou.
Pro dotô, o ideal era poder montar três equipes internas: homicídios, crimes patrimoniais e combate ao tráfico. Cada equipe teria que ter quatro tiras, um escrivão e um delegado.
O delegado também berra contra a falta de estrutura da divisão, já que os oitos policiais civis da DIC se espremem em uma única sala pra cuidar dos mais diversos casos e falta local para guardar os veículos apreendidos. Porém, essa situação deve mudar em breve, já que na semana passada foi aberta uma concorrência pública para alugar um imóvel. O objetivo é encontrar uma nova sede pra depê. A previsão é que os tiras se mudem até o mês de fevereiro pra o novo endereço.
Enquanto isso, em Itajaí...
A DIC de Itajaí, que é responsável por dar o teje preso em bandidões das cidades de Navegantes, Penha, Balneário Piçarras, Barra Velha, São João do Itaperiú e Luís Alves, além da city peixeira, realizou 112 guentadas este ano. Deste número, 59 foram prisões em flagrante e 53 em cumprimento de mandado de prisão, segundo o delegado Rui Garcia dos Santos, que é titular da 4ª regional, à qual a divisão é subordinada.
A diferença entre o número de prisões das DICs de Itajaí e Balneário chama a atenção. Itajaí prendeu quase que a metade do número de bandidos que Balneário. Pro delegado Rui, a diferença está no efetivo das duas divisões.
O regional explica que Itajaí tem menos policiais que Balneário, mas não informou o número de tiras da DIC peixeira. Não é interessante que eles (criminosos) saibam o número de agentes que trabalham, pois podem usar isso a favor do crime, disse o regional. Extraoficialmente, o DIARINHO descobriu que oito policiais fazem parte da DIC peixeira.
O delegado da DIC, Celso Pereira de Andrade, não quis informar os números de prisões feitas ou o efetivo da divisão, pois acredita que essas são informações sigilosas.
Chefão da Civil admite estrutura precária
O coro de reclamações quanto à estrutura das divisões é engrossado pelo delegado Aldo Pinheiro Dávila, chefe da polícia Civil. Ele concorda que o número de agentes e até de delegados não é suficiente. O ideal, segundo ele, seriam pelo menos dois delegados para cada divisão, tendo em vista o número de crimes que são investigados. Ele concorda com o delegado Osnei, quando diz que o ideal era poder fazer três divisões internas. Isso facilitaria o trabalho. Mas pra que isso aconteça, precisamos de mais agentes e isso somente ocorre com concurso público, enfatizou.
O delegado também concordou com o berreiro por causa da estrutura precária. Ele afirma que a divisão peixeira não sofre com isso, pois está instalada em um prédio que foi escolhido pra ter estrutura pro trampo da polícia. O delegado preferiu não comentar a diferença entre o número de prisões das duas divisões.
História da DIC
A divisão de Investigação Criminal (DIC) foi criada em 2001, mas acabou sendo desativada e reinstituída somente em abril de 2011, através de uma portaria assinada pelo delegado chefe da polícia Civil, Aldo Pinheiro Dávila. No início do mês de dezembro, o governador Raimundo Colombo publicou no diário Oficial o decreto regulamentando a divisão.
Mesmo antes da regulamentação, a divisão já estava presente em algumas das maiores cidades de Santa & Bela com o objetivo de, pelo menos em tese, investigar os crimes de maior repercussão e gravidade. Dentre os crimes investigados estão homicídios, furto e roubo (incluindo latrocínio), roubo a bancos, estelionatos e também o tráfico de drogas, além do cumprimento de mandados de prisão.
DIC BALNEÁRIO
Prisões: 197
Efetivo: oito agentes, duas escrivãs e um delegado
Viaturas: cinco
DIC ITAJAÍ
Prisões: 112
Efetivo: cinco agentes, um escrivão e um delegado
Viaturas: Seis