O assassinato da travesti Jenifer Toledo, 27 anos, ocorrido mês passado em Balneário Camboriú, pode ter sido um latrocínio, que é quando o criminoso mata a vítima para roubá-la. Essa é a teoria de Ana Paula Barreto, presidenta da associação dos Travestis e Transexuais de Balneário Camboriú. Segundo ela, Everton Ricardo Rosa, 23, que foi preso pela polícia, esgoelou e enforcou Jenifer para roubar o carro da profissional do sexo. A polícia Civil descarta essa versão.
O que leva a chefona da associação dos travestis a acreditar em latrocínio é a informação de que Everton, depois de matar Jenifer, trancou o apartamento dela por fora e saiu com as chaves do carro ...
O que leva a chefona da associação dos travestis a acreditar em latrocínio é a informação de que Everton, depois de matar Jenifer, trancou o apartamento dela por fora e saiu com as chaves do carro da travesti no bolso da calça. Era um Citroën C4, novinho, afirma Ana Paula.
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Versão não convence
Para ela, essa história de Everton de que agiu em legítima defesa porque a travesti tentou penetrá-lo à força não cola. Isso não existe, comenta. O carro só não teria sido levado porque o assassino fugiu. Ele matou mesmo pra roubar. Ele foi lá com a intenção de fazer essa maldade, completa.
Este é a primeira vez que uma travesti que trabalha como profissional do sexo é assassinada dentro do apartamento onde mora por um cliente, ressalta Ana Paula. Agressões, discussões, coisas assim já aconteceram. Mas matar uma trans é a primeira vez, faz questão de dizer, preocupada.
Jenifer era o nome feminino de Cristian Pinto Toledo. Ela era de São Leopoldo e todo verão costumava vir para trabalhar em Balneário Camboriú como prostituta. Jenifer era cadastrada na associação dos Transexuais da cidade e, garante Ana Paula, jamais tinha se metido em qualquer confusão. Era minha amiga, sei da boa índole dela. Era uma pessoa do bem, afiança Ana Paula.
Polícia descarta latrocínio
O delegado Osnei Valdir de Oliveira, da Divisão de Investigações Criminais (DIC) de Balneário Camboriú, diz que mesmo com a prisão do assassino, o caso ainda continua sendo investigado e, por conta disso, mais diligências policiais estão sendo feitas.
Sob argumento de não atrapalhar as investigações, não repassou detalhes do que está sendo apurado, mas já adiantou que não trabalha com a hipótese de que Everton matou Jenifer para roubar. Não é latrocínio. O que se apura é o crime de homicídio, destaca.
O inquérito, estima o delegado Osnei, deve ser concluído nos próximos 30 dias.
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Morreu durante um programa
Jenifer e Everton marcaram o programa sexual pela internet. A travesti trabalhava num apartamento do edifício Iris, onde também morava durante a temporada. Na noite de 31 de novembro, vizinhos escutaram uma discussão e ligaram para a polícia. Quando as autoridades chegaram, encontraram a travesti enforcada por um cinto.
Durante a autopsia, a polícia encontrou um naco de pele de um dos dedos de Everton, na garganta da profissional do sexo. Pra polícia, ela mordeu a mão do assassino quando ele tentou sufocar seus gritos. Uma câmara de segurança do edifício registrou Everton entrando e saindo do apartamento.
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