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A culpa é sua, eleitor


“Não quero Lula!”. Não quero Bolsonaro!”. Este é um dos resultados mais gritantes da pesquisa eleitoral realizada pela Quaest e divulgada na semana que passou. Este aspecto demonstra duas porções da vida eleitoral. De um lado, a estrutura institucional do processo eleitoral segundo a qual são os partidos políticos que decidem, exclusivamente, quem serão os candidatos que concorrerão aos cargos em disputa. São as Primárias [primeiro movimento de organização dos partidos e candidatos] que, em nosso caso, são fechadas, de cúpula, que nos “dão” os candidatos. O eleitor aqui [apenas um espectador] tem influência indireta, pequena e generalizada nas consultas efetivadas em pesquisas sobre comportamento eleitoral [e não somente de intenção de voto]. De outro lado está o afastamento do eleitor [espectador], institucionalmente organizada e docilmente aceita pelo votante de segundo tempo do jogo.

Os resultados da pesquisa são muito efetivos e se expressam em série de dados divulgados pelo mesmo instituto em outros momentos. São 67% dos eleitores a gritar que são contrários à candidatura de Jair Bolsonaro [ainda que esteja legalmente impedido de concorrer, encarna o símbolo de um dos lados da polaridade]. No outro polo está o pré-candidato Lula com 59% da população a esculachar que este não deveria se candidatar. Somente isso seria um empurrão dos dois símbolos-do-polo para fora do cenário de disputa. Mas serão os partidos a impor os candidatos aos eleitores.

Após vem a dissimulação. Mesmo se impondo os candidatos vamos falar numa tal de “festa da democracia” e que “o voto é o poder do eleitor” [que começa na campanha e acaba no ato de votar]. Há uma perversa celebração do eleitor como definidor político e responsável pelos resultados eleitorais, quando este mesmo eleitor está separado do processo de definição dos candidatos. Veja-se o caso do filho de Bolsonaro [que também tem mãe] a gosto do pai a concorrer ao cargo de Senador em Santa Catarina. Este é apenas um exemplo extremo do que todos os partidos fazem ao se fecharem em cúpulas para definir seus candidatos. Nada especial para um o outro lado das “desavenças políticas” [e não apenas diferenças].

Como não é possível termos candidaturas livres [de imposições de donos partidários], o eleitor opta pelos candidatos decididos e lançados pelos partidos. Isso dificulta muito e muito a ...

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Os resultados da pesquisa são muito efetivos e se expressam em série de dados divulgados pelo mesmo instituto em outros momentos. São 67% dos eleitores a gritar que são contrários à candidatura de Jair Bolsonaro [ainda que esteja legalmente impedido de concorrer, encarna o símbolo de um dos lados da polaridade]. No outro polo está o pré-candidato Lula com 59% da população a esculachar que este não deveria se candidatar. Somente isso seria um empurrão dos dois símbolos-do-polo para fora do cenário de disputa. Mas serão os partidos a impor os candidatos aos eleitores.

Após vem a dissimulação. Mesmo se impondo os candidatos vamos falar numa tal de “festa da democracia” e que “o voto é o poder do eleitor” [que começa na campanha e acaba no ato de votar]. Há uma perversa celebração do eleitor como definidor político e responsável pelos resultados eleitorais, quando este mesmo eleitor está separado do processo de definição dos candidatos. Veja-se o caso do filho de Bolsonaro [que também tem mãe] a gosto do pai a concorrer ao cargo de Senador em Santa Catarina. Este é apenas um exemplo extremo do que todos os partidos fazem ao se fecharem em cúpulas para definir seus candidatos. Nada especial para um o outro lado das “desavenças políticas” [e não apenas diferenças].

Como não é possível termos candidaturas livres [de imposições de donos partidários], o eleitor opta pelos candidatos decididos e lançados pelos partidos. Isso dificulta muito e muito a geração de novos líderes políticos, novos “assentamentos” partidários; elimina a possibilidade de posicionamentos ideológicos a definir comportamentos políticos. Nada disso! O que temos é a determinação dos “proprietários” dos partidos que não precisam se importar com quaisquer nuances de ideologia, de discussão ampliada, de relacionamento com “as bases”, com as necessidades políticas e sociais dos eleitores. Saem de suas vontades, quereres, desejos, imputações... os caminhos e os sapatos para a caminhada.

O eleitor vai limpando o caminho, induzido a festejar sua potência eleitoral e seu “reinado” durante o período em que os candidatos lhe dirigem a palavra. Depois este mesmo eleitor será responsabilizado pela sujeira deixada pelos candidatos na caminhada e na gestão. Eis que afinal, por incautos apontamentos, de dedo em riste, lhe dirão: “Mas foi o eleitor que decidiu assim, por estes eleitos e que deve pensar melhor na hora de votar”. Pobre eleitor!


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