Negociando Tesouros
Por Magrão - Ciadocolecionador@yahoo.com.br
Proprietário e apresentador do canal Negociando Tesouros e proprietário da CIA do Colecionador
Colecionando história: as cédulas do Brasil de 1942 até hoje – Parte 3
Neste episódio vamos abordar um período que grande parte da população brasileira vivenciou de perto: o Cruzeiro de 1970 a 1986.
Em 15 de maio de 1970, o Cruzeiro Novo passou a se chamar apenas “Cruzeiro”. Foi mais uma jogada de marketing e padronização — afinal, ninguém chamaria a moeda eternamente de “nova”, ainda mais em um país que já enfrentava constantes reformas monetárias.
Após a morte do presidente Costa e Silva, assumiu o general Emílio Garrastazu Médici, tendo como ministro da Fazenda Antônio Delfim Netto, um dos nomes mais influentes da política econômica durante o regime militar. Delfim ficou famoso pela frase: “É preciso fazer o bolo crescer para depois dividir”. Nesse período, o Brasil vivia o chamado “milagre econômico” (1968–1973), com rápido crescimento do PIB, expansão da indústria e grandes obras de infraestrutura, como a Transamazônica e Itaipu. Em contrapartida, era também a fase mais dura da censura e repressão política.
Foi nesse contexto que surgiu a primeira família do Cruzeiro, em 1970, com os valores de 1, 5, 10, 50 e 100 Cruzeiros (Foto 1).
Em 1972, apareceu uma das cédulas mais belas desse padrão: a famosa “cédula das raças”, que exaltava a diversidade étnica brasileira. Seu valor de face era Cr$ 500,00, o equivalente, na época, a aproximadamente um salário mínimo (Foto 2).
Com o ministro Mário Henrique Simonsen e diante de uma inflação crescente, surgiu uma nova estampa para o Cruzeiro, com um design inovador para a época: as conhecidas “cédulas carta de baralho”. O motivo do apelido? Elas podiam ser posicionadas em qualquer sentido, sem ficarem de cabeça para baixo. A primeira dessa série foi a nota do Barão do Rio Branco, de Cr$ 1.000,00, apelidada no colecionismo de “Cabeção” (Foto 3).
Em 1981, já sob o governo do general João Baptista Figueiredo, o último presidente da ditadura militar, e com o ministro Ernane Galvêas, surgiu a segunda família do Cruzeiro, mantendo o padrão do “Barão” em todas as cédulas. Os valores eram de 100, 200, 500, 1000 e 5000 Cruzeiros (Foto 4).
Por fim, em 1984, ainda com Figueiredo e Galvêas, e com a inflação descontrolada, veio a terceira família do Cruzeiro, trazendo três novos valores de alto poder aquisitivo: 10.000, 50.000 e 100.000 Cruzeiros (Foto 5).
Como podemos ver, a inflação tomou conta do cenário econômico brasileiro e algo precisava ser feito.
Não perca a quarta parte da nossa história, que começa em 1986!
