O conceito de percepção vem da psicologia e trata sobre a habilidade de captar, processar e entender as informações sensoriais que são recebidas todos os dias. Embora esse processo seja comum a todos, as pessoas tendem a construir percepções diferentes sobre a mesma realidade. Essa dualidade interpretativa será explorada a fundo pela nova minissérie da Amazon Prime Video, intitulada “A namorada ideal”. Todos os seis episódios da produção foram disponibilizados no dia 10, cada um deles dividido entre as perspectivas das duas protagonistas.

O original é uma adaptação do livro homônimo da autora norte-americana Michelle Frances, lançado em abril de 2017. Sua história se inicia com Laura (Robin Wright), uma galerista de arte que possui a vida perfeita: carreira de sucesso, dinheiro e uma família digna de capa de revista. Porém, tudo muda quando seu filho Daniel (Laurie Davidson) lhe apresenta a nova namorada, Cherry (Olivia Cooke), uma mulher da classe trabalhadora. O primeiro encontro entre as duas não deixa uma boa impressão. Se por um lado Laura está convicta que a nova namorada é uma oportunista, por outro Cherry acredita que a mãe de Daniel é uma narcisista paranoica.

À medida que as interações aumentam, crescem também as desavenças e as desconfianças entre as duas. Como nenhuma delas está disposta a abrir mão de seu relacionamento com Daniel – que é muito próximo da mãe desde a morte de sua irmã mais velha, Rose, ainda criança. Rapidamente, a “guerra fria” entre as duas escala e toma contornos mais violentos. Com a proposta de compartilhar dois pontos de vista distintos, “A namorada ideal” constrói um suspense envolvente, que busca explicitar que a divergência de interpretações não está restrita aos grandes acontecimentos, mas também pode ser percebida nas pequenas atitudes – como uma resposta mais seca ou um olhar torto.