Colunas


Belezas naturais não resistem sem saneamento


Belezas naturais não resistem sem saneamento
(foto: divulgação)

Santa Catarina é um território com uma combinação rara de atributos: indicadores sociais elevados, força econômica descentralizada, identidade cultural preservada e uma das belezas naturais mais admiradas do país.

Essa imagem consolidada de prosperidade, organização e qualidade de vida puxa um movimento migratório relevante e também impacta positivamente uma das economias turísticas mais robustas da América Latina. O que não faz sentido é que em uma terra de oportunidades, segurança, renda e desenvolvimento humano, a população viva também o paradoxo da falta de saneamento, um ativo “invisível”, mas extremamente estratégico para um estado-símbolo de turismo ecológico e proteção ambiental.

Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) mostram que apenas 34% da população catarinense têm acesso à coleta de esgoto, um número bem abaixo da média nacional (59%) e distante do que se espera de um estado com o nosso potencial. Essa contradição é, de fato, inaceitável.

A boa notícia é que esse cenário já começou a mudar. Temos exemplos concretos de que, com planejamento, investimento e parceria, é possível transformar a realidade de forma impactante ...

Já tem cadastro? Clique aqui

Quer ler notícias de graça no DIARINHO?
Faça seu cadastro e tenha
10 acessos mensais

Ou assine o DIARINHO agora
e tenha acesso ilimitado!

Essa imagem consolidada de prosperidade, organização e qualidade de vida puxa um movimento migratório relevante e também impacta positivamente uma das economias turísticas mais robustas da América Latina. O que não faz sentido é que em uma terra de oportunidades, segurança, renda e desenvolvimento humano, a população viva também o paradoxo da falta de saneamento, um ativo “invisível”, mas extremamente estratégico para um estado-símbolo de turismo ecológico e proteção ambiental.

Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) mostram que apenas 34% da população catarinense têm acesso à coleta de esgoto, um número bem abaixo da média nacional (59%) e distante do que se espera de um estado com o nosso potencial. Essa contradição é, de fato, inaceitável.

A boa notícia é que esse cenário já começou a mudar. Temos exemplos concretos de que, com planejamento, investimento e parceria, é possível transformar a realidade de forma impactante para o futuro. É o caso de São Francisco do Sul, hoje o município com o maior número de praias certificadas pelo Programa Bandeira Azul em Santa Catarina, um selo internacional de reconhecimento de qualidade ambiental e infraestrutura de excelência.

Chegamos ao município em 2014 e, desde então, somos responsáveis por ampliar e modernizar os serviços de água e esgoto, contribuindo diretamente para a melhora na balneabilidade da região. É um indicador de como o saneamento pode “sair do subsolo” e ecoar sua relevância na estratégia de desenvolvimento regional.

Mas é claro que esse esforço não pode ser solitário. Saneamento só funciona quando há complementariedade entre os agentes públicos e privados. Não basta ter um bom operador; é preciso que o poder público assuma a liderança do processo, que a regulação funcione com eficiência e que a população seja ouvida e envolvida. Esse compasso tem ajudado o Estado a fazer sua transição com consistência

Isso porque mexer no saneamento é mexer no DNA de uma cidade. Nós não estamos falando apenas de obras, tubulações ou infraestrutura. Estamos falando da proteção do nosso maior patrimônio: as pessoas e o meio ambiente. Estamos trabalhando com a transformação de realidades, o que só é possível contando com municípios organizados, população consciente, capacidade de planejamento e alto potencial de atratividade para investimentos privados. Ou seja: a ideia de que cidades-líderes nascem prontas é um mito; elas se tornam potentes quando combinam gestão eficiente e compromisso com a dignidade e o bem-estar de quem mora nela.

Aí entra também o nosso propósito. Ao trabalhar com saneamento em Santa Catarina, colocamos em prática projetos sob medida, compatíveis com o desenho urbano de cada município atendido, com sua densidade populacional, sua sensibilidade ambiental e nossa capacidade de investimento e execução. Especificamente em regiões litorâneas, onde a balneabilidade das praias influencia o fluxo econômico de uma temporada inteira, os investimentos em esgoto passam a ser também investimentos em reputação e competitividade. Trata-se de incorporar o saneamento ao projeto de território, com tudo o que isso implica em governança, financiamento, tecnologia e transparência.

À medida que o país avança no debate sobre universalização, é essencial reconhecer que o saneamento é uma política de ordenamento urbano, de valorização ambiental e de proteção ao patrimônio natural e humano. Em estados com vocação turística, ecológica e social como Santa Catarina, esse entendimento ganha ainda mais peso.

Não é confortável revelar uma contradição estrutural entre desenvolvimento e infraestrutura básica de um estado com tamanha força. Porém, expor esse contraste nos responsabiliza, como sociedade, por buscar soluções para um problema crônico que não é “privilégio” daqui – e sim uma lacuna que afeta todo o país, revelando um déficit tão invisível quanto perigoso. Investir em esgoto e água pode não aparecer no cartão-postal, mas é a maior oportunidade de crescer com responsabilidade ambiental e qualidade urbana que hoje temos nas mãos.

 

* Por Reginalva Mureb, diretora-presidente do Grupo Aegea em Santa Catarina, empresa responsável por operações de saneamento em cinco municípios do estado


Conteúdo Patrocinado


Comentários:

Deixe um comentário:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Para fazer seu cadastro, clique aqui.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

ENQUETE

A Câmara de Itajaí deve ter mais vereadores?



Hoje nas bancas

Confira a capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯


Especiais

Júlio Lancellotti é calado nas redes enquanto padres conservadores discursam para milhões

IGREJA CATÓLICA

Júlio Lancellotti é calado nas redes enquanto padres conservadores discursam para milhões

Governo consegue aprovar Plano Clima após diluir responsabilidade do agro

PLANO CLIMA

Governo consegue aprovar Plano Clima após diluir responsabilidade do agro

Três meses após sanção da Lei Felca pais não sabem proteger filhos na web

Controle parental

Três meses após sanção da Lei Felca pais não sabem proteger filhos na web

Empresas de festas visam adolescentes e marketing predatório aposta até em porta de escola

NA PORTA DA ESCOLA

Empresas de festas visam adolescentes e marketing predatório aposta até em porta de escola

Lula encomenda proposta para reduzir dependência de combustíveis fósseis no Brasil

COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS

Lula encomenda proposta para reduzir dependência de combustíveis fósseis no Brasil



Colunistas

Marina velada pela névoa

Clique diário

Marina velada pela névoa

Ex-amigos disputam

JotaCê

Ex-amigos disputam

Sem presentes do Papai Noel

Charge do Dia

Sem presentes do Papai Noel

Capacidade de executar é o novo talento

Mundo Corporativo

Capacidade de executar é o novo talento

Quando o Natal pede mais do que celebração

Casos e ocasos

Quando o Natal pede mais do que celebração




Blogs

Prefeitura de Itajaí está perdida no mapa

Blog do Magru

Prefeitura de Itajaí está perdida no mapa

Republicanos da terra do marreco

Blog do JC

Republicanos da terra do marreco

Infinito enquanto dure: A eternidade cabe num instante

VersoLuz

Infinito enquanto dure: A eternidade cabe num instante

Saúde não é moda. É coerência biológica.

Espaço Saúde

Saúde não é moda. É coerência biológica.






Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.