
Casos e ocasos
Por Rosan da Rocha - rrocharrosan@gmail.com
Alerta vermelho
Nos últimos meses, vieram a público, ocorrências de mau atendimento e várias mortes suspeitas no Hospital Municipal Ruth Cardoso de Balneário Camboriú, que têm chamado a atenção com relação ao regular funcionamento do nosocômio, mais precisamente referente à gestão e fiscalização da unidade. Na semana que passou foi a morte envolvendo um adolescente.
Mortes em hospitais acontecem quase todos os dias, mas o que acende um alerta vermelho e temor na população é quando essas mortes são de crianças e adolescentes onde os pais, testemunhas e algumas circunstâncias demonstram possível imperícia e/ou negligência de profissionais que deveriam ter o cuidado e a competência para exercer suas atividades com maestria.
A situação piora quando tal assunto possa estar sendo tratado com falta de humanidade, desleixo ou negligência por quem deveria denunciar, fiscalizar e tomar decisões.
Até o momento, não se viu nenhuma medida eficaz realizada pelo poder executivo da cidade e, muito menos, pelo legislativo. O que se tem conhecimento é que a prefeita mudou o gabinete para dentro da unidade hospitalar, realizou reuniões, trocou funcionários e prometeu investimentos que não surtiram efeito imediato algum para o perfeito e bom funcionamento do hospital.
No legislativo pouco se viu qualquer ação concreta para buscar uma solução imediata ao grave problema. Houve um ou outro pronunciamento na tribuna, reclamação ao Ministério Público e ficou nisso. Os vereadores que apoiam a prefeita politicamente viram as costas para o problema e, consequentemente, para os eleitores vulneráveis que os elegeram, pois os mais abastados economicamente, assim como eles, procuram hospitais particulares ou que aceitem seus caros planos de saúde.
Mas nada é tão ruim que não possa piorar. Funcionários do hospital, profissionais da área da saúde, estão insatisfeitos com a gestão hospitalar e não podem sequer expressar suas preocupações, ideias e sugestões, pois vêm sofrendo retaliações e ameaças, criando um ambiente propício para que outras perdas de vidas humanas ocorram.
O problema crucial já falei e repito: está em um cargo que exige experiência, alto conhecimento técnico de gestão e administração em saúde pública, que não pode ser ocupado por pessoa que não tenha esses atributos, muito embora possa ser um(a) excelente profissional na área em que é graduado(a).
A secretaria de Saúde, assim como a de Educação e Segurança Pública, tripé de sustentabilidade de uma boa administração municipal, tem que ser tratada com a máxima seriedade, pois cuida da saúde, bem maior de todo ser humano.
Mas se a mandatária do município estiver preocupada, primeiro, em agradar amigos e/ou políticos, a população continuará sofrendo, esperando por alguma ação do Ministério Público ou Divina.
Mas que tome cuidado, pode também estar morrendo, precocemente, seu atual governo.