Colunas


Polarização: nem um, nem outro para presidente


Polarização: nem um, nem outro para presidente

A polarização, de forma geral, é ambiente de clausura moral e dificuldade de racionalização do mundo. Por falta de argumentação as pessoas se asseguram em pensamentos lógicos, com distorções que são prescritas pelo desejo interior e pelo afastamento dos movimentos dos fatos. O confronto “Lula-Bolsonaro” serviu enquanto a vingança apontada ao PT embarcou sentimentos de traição revelados pela “Lava Jato”. Há múltiplos sinais como símbolos deste fenômeno: eleitor acionando as teclas com arma de brinquedo, brigas entre eleitores, desaforos entre familiares, tempestades nas redes sociais e, até mesmo, mortes. Hoje há mais oxigênio no ar.

A Quaest publicou pesquisa no último dia 5/6 cujos resultados lançam muitas evidências da estafa do “lulismo-bolsonarismo”. O primeiro plano se revela quando 66% dos entrevistados afirmaram que o presidente Lula não deveria se candidatar. Para Bolsonaro a frequência é de 65% - dois em cada três entrevistados. Essa negatividade para ambos não se refere apenas a cada um deles, mas à rejeição ao confronto. Simplesmente, muitos dos entrevistados afirmam rejeição de candidatura a ambos [por ser mais de 50%].

Quando apontado para cenário de 2º Turno, Lula [PT] e Bolsonaro [PL] empatam com 41% de intenção de votos. O principal aspecto é que 13% não votariam em nenhum deles. Lula [PT] mantém 41% contra 40% de Tarcísio de Freitas [Republicanos]. E 14% não votariam em nenhum deles. Tarcísio saiu de 26% contra 52% de Lula [dez/24] e chegou a empate técnico. Isso significa que a vantagem do atual Presidente vem diminuindo mês a mês. Não é apenas a condição de percepção econômica-voto, mas um processo de mudança de comportamento do eleitorado.

A vingança eleitoral esfria neste inverno político e parece que tudo que poderia ser, foi. Daqui por diante a colisão eleitoral Lula-Bolsonaro é como tentar tirar leite de pedra. Os cenários apontam mudança de sinais com uma pitada de antecipação: a configuração do fim da reeleição, nas discussões e debates do processo eleitoral de 2026. O fim da reeleição em 2034 poderá ser feito pelo voto em 2026! Há antídotos, mas é preciso assessoria política e eleitoral especializada nesta análise. É necessário solidez para não sofrer os riscos da intuição e do “eu acho que...”

Outra mudança no comportamento eleitoral se faz pela necessidade de ajustes confiáveis à economia e aos investimentos governamentais [educação respeitável e saúde segura] e os descontroles de gastos dos recursos públicos do Congresso Nacional, do Poder Judiciário e do Governo Federal – muito dinheiro nosso para benefícios seletivos vergonhosos [veja-se o Plano de Saúde dos Senadores, as verbas de gabinete, plano funerário...]. A indignação está transitando da revolta para a repulsa generalizada ao mundo de riquezas alheias consumidas na Política e dos políticos. O pensamento autônomo de alguns políticos será fortalecido.

A transição pela qual estamos passando não se encontra na gestão pública e nos políticos, mas no eleitorado, nas conversas do cafezinho, nos programas de rádio, nos jornais. Deixemos de lado as redes sociais e suas bolhas cheias de vácuo. É hora de refletir com sabedoria sobre as novas eleições e seus efeitos de curto e médio prazos. Do cansaço sobre os confrontos revanchistas nasce a aversão ao paraíso dos políticos!

Agora, nem um, nem outro: o voto é para as pessoas que não se lambuzam do poder e sofrem suas consequências.

Sérgio S. Januário

Mestre em Sociologia Política


Conteúdo Patrocinado


Comentários:

Deixe um comentário:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Para fazer seu cadastro, clique aqui.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

ENQUETE

O que você achou do corte do banho e da comida a moradores de rua?



Hoje nas bancas

Confira a capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯


Especiais

O que a TV Justiça não mostrou: momentos marcantes de um julgamento histórico

JULGAMENTO DO GOLPE

O que a TV Justiça não mostrou: momentos marcantes de um julgamento histórico

Onda bolsonarista é tentativa de inspirar novo 8 de janeiro, diz especialista

“Nepal já”

Onda bolsonarista é tentativa de inspirar novo 8 de janeiro, diz especialista

As 3 alternativas que poderiam livrar o ex-presidente da prisão

E agora, Bolsonaro?

As 3 alternativas que poderiam livrar o ex-presidente da prisão

Verde-amarelo em disputa e pautas "invertidas" marcam 7/9 antes de julgamento de Bolsonaro

SETE DE SETEMBRO

Verde-amarelo em disputa e pautas "invertidas" marcam 7/9 antes de julgamento de Bolsonaro

Malafaia usa Bíblia para transformar investigação em provação divina

Nos cultos

Malafaia usa Bíblia para transformar investigação em provação divina



Colunistas

Hoje no Desembucha: Bete da cultura

JotaCê

Hoje no Desembucha: Bete da cultura

Cuidar da mente não é luxo: é sobrevivência no século 21

Ideal Mente

Cuidar da mente não é luxo: é sobrevivência no século 21

Detran cria guia pra diferenciar bikes elétricas, patinetes e ciclomotores

Charge do Dia

Detran cria guia pra diferenciar bikes elétricas, patinetes e ciclomotores

Agosto Branco

Coluna Esplanada

Agosto Branco

Os gestos de Carol de Toni

Coluna Acontece SC

Os gestos de Carol de Toni




Blogs

As estratégias para hidratação do L’Étape Brasil by Tour de France

A bordo do esporte

As estratégias para hidratação do L’Étape Brasil by Tour de France

Balanço positivo

Blog do JC

Balanço positivo






Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.