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Itajaí, uma cidade maltratada pelo último prefeito
José Roberto Provesi
O cidadão itajaiense foi premiado com um desarranjo administrativo e o descaso com a coisa pública por uma figura que sovou os glúteos no assento mais desejado do município: a cadeira do prefeito de Itajaí, que, infelizmente, foi eleito por três mandatos e quase nada fez, exceto fechar o Porto de Itajaí.
A minha indignação, e certamente a de muitos, é que 12 longos anos se passaram e a cidade ficou a ver navios literalmente. Não é que ele conseguiu paralisar o Porto por 24 meses! Deixa pra lá e vamos virar a página para falar de um assunto que deve merecer a atenção do atual prefeito Robson Coelho: o Centro Municipal de Abastecimento Paulo Bauer (conhecido como Mercado Público do Peixe).
Embora algumas reformas tenham sido executadas ao longo dos últimos anos, o atual mercado continua com a mesma “cara” desde a sua inauguração, em 1980.
Está óbvio que essa construção nada icônica não representa e não faz jus a um dos grandes pilares da economia de Itajaí, que é a produção de pescados — e muito menos ao maior PIB de Santa Catarina. Itajaí tem se destacado por ser considerada a capital náutica do Brasil e pela explosão imobiliária que está presente em todo o seu território. Aqui merece o reconhecimento o setor da construção civil que, com vigor e ousadia de seus empresários, tem empoderado a cidade como uma das três cidades com o metro quadrado mais valorizado do país. Essa expansão da verticalização urbanística, com edifícios cada vez mais sofisticados, vem exigindo uma contrapartida natural do poder público: projetos de ruas e avenidas, iluminação pública, equipamentos de convivência pública, entre outros.
Estou convicto de que chegou a hora de o gestor público trazer à mesa técnicos em urbanismo e empresários comprometidos com o desenvolvimento da cidade. Apenas para ilustrarmos, evitar-se-iam os meios-fios decorados com peixinhos, por exemplo. Quando passo na avenida Ministro Victor Konder (Beira Rio), já observo o início da ampliação e modernização da Marina Itajaí, que promete ser um ícone de Itajaí com um shopping náutico e um belo boulevard; logo me vem à cabeça o Mercado Público do Peixe, que está distante a 200 metros.
O entorno e as instalações do atual Mercado Público do Peixe estão precários, lembrando a feira da Dona Xepa. Pois bem, eu não quero ser um atirador de pedras. Minha recomendação é que um Novo Mercado do Peixe seja construído, valendo-se de uma Parceria Público-Privada (PPP), utilizando as facilidades e finalidades da Itajaí Participações, bem como a aplicação dos recursos da outorga onerosa em vigor. Que seja desenvolvido e executado um projeto que contemple uma área externa voltada para bares e restaurantes e uma bela praça para tornar o local num novo ícone para uma nova Itajaí. Tudo isso pode ser feito sem recursos públicos.