Colunas


Coluna Fato&Comentário

Coluna Fato&Comentário

Edison d´Ávila é itajaiense, Mestre em História e Museólogo, mestre em Cultura Popular e Memória de Santa Catarina. Membro emérito do Instituto Histórico e Geográfico de SC, da Academia Itajaiense de Letras e da Associação de Amigos do Museu Histórico e Arquivo Público de Itajaí. É autor de livros sobre história regional de Santa Catarina

Trânsito público na Vila de Itajaí: normas de 1868


As últimas mudanças havidas no  tráfego de  ruas do centro e bairros da cidade - criação de mais binários e proposta de abertura de novas vias urbanas - têm gerado  discussões a propósito da qualificação do trânsito de Itajaí.

O trânsito é componente indissociável da vida urbana atual. Terá sido sempre assim? Pois em 1868, quando se prontificou o primeiro “Código de Posturas” da então Vila do Santíssimo Sacramento de Itajaí,  diversas normas já tratavam de sua regulação, mesmo sendo diminuto o trânsito público da época, como se pode supor. 

O princípio geral prescrito no “Código de Posturas” era o livre trânsito das pessoas nas vias, a se proibir tudo aquilo que pudesse embaraçá-lo, como cercas,  cancelas, materiais em deposição, tapumes, andaimes e animais soltos nas ruas. 

Pelas poucas vias da Vila transitavam muitos pedestres, algumas cavalgaduras (animais de montaria)  e somente dois tipos de veículos, estes à tração animal,  carros e carroças. A maioria ...

Já tem cadastro? Clique aqui

Quer ler notícias de graça no DIARINHO?
Faça seu cadastro e tenha
10 acessos mensais

Ou assine o DIARINHO agora
e tenha acesso ilimitado!

O trânsito é componente indissociável da vida urbana atual. Terá sido sempre assim? Pois em 1868, quando se prontificou o primeiro “Código de Posturas” da então Vila do Santíssimo Sacramento de Itajaí,  diversas normas já tratavam de sua regulação, mesmo sendo diminuto o trânsito público da época, como se pode supor. 

O princípio geral prescrito no “Código de Posturas” era o livre trânsito das pessoas nas vias, a se proibir tudo aquilo que pudesse embaraçá-lo, como cercas,  cancelas, materiais em deposição, tapumes, andaimes e animais soltos nas ruas. 

Pelas poucas vias da Vila transitavam muitos pedestres, algumas cavalgaduras (animais de montaria)  e somente dois tipos de veículos, estes à tração animal,  carros e carroças. A maioria da população fazia seus deslocamentos a pé, porque ter um animal de montaria, carro ou carroça requeria bons recursos financeiros, pois custavam caro.

Para os veículos de tração animal e para as cavalgaduras, o “Código de Posturas” estabelecia regras de circulação nas vias públicas da Vila. Já nesse ano de 1868 se tinha o entendimento de que as vias públicas deviam ser espaços específicos e seguros do trânsito. Nelas, portanto, haveria de ter regramentos de circulação que deveriam ser conhecidos e sempre respeitados.

Os carros e carroças deviam ter seus eixos untados com alguma substância gordurosa para evitar o chiamento ao transitar em serviço pelas ruas da Vila, havendo multa de 4.000 réis para o condutor que assim não procedesse. Esses veículos pagavam a contribuição estabelecida pela Câmara Municipal, sendo os mesmos numerados pelo Fiscal do legislativo. Ainda não existia a Prefeitura, sendo o município administrado somente pela Câmara de Vereadores.  Os condutores dos veículos, denominados carreiros e carreteiros, eram obrigados a conduzi-los pelo centro das ruas, já que as margens das vias deviam ficar livres para o trânsito do pessoal a pé, porque ainda não existiam os passeios públicos ou calçadas.

Também foram estabelecidas regras para o controle da velocidade. Assim, nenhum cavaleiro poderia correr pelas ruas da Vila, havendo multa para o infrator e apreensão do animal. As exceções para esse controle ficavam apenas para os Oficiais da Câmara e da Justiça que levassem ofícios urgentes,  a médicos e farmacêuticos nas visitas a doentes graves e às pessoas que se dirigissem às farmácias, à época chamadas de boticas, para buscar remédios com urgência. Enfim, a cavaleiros e condutores de carros e carroças se estabelecia que não deveriam  transitar no espaço público, “em outro passo que não for o tranquilo e quieto”!

Bons tempos, quando tranquilidade e quietude públicas eram também valores prezados pela administração municipal.


Conteúdo Patrocinado


Comentários:

Deixe um comentário:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Para fazer seu cadastro, clique aqui.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

ENQUETE

Você acha que a “CNH acessível” será boa para o trânsito?



Hoje nas bancas

Confira a capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯


Especiais

Privatização de cemitérios em São Paulo expõe racismo religioso a culto de Umbanda

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

Privatização de cemitérios em São Paulo expõe racismo religioso a culto de Umbanda

Quilombolas denunciam exclusão do espaço de decisões na COP30

COP30

Quilombolas denunciam exclusão do espaço de decisões na COP30

Tarcísio desperdiça oferta lucrativa e vende terras públicas por 10% do preço em São Paulo

SÃO PAULO

Tarcísio desperdiça oferta lucrativa e vende terras públicas por 10% do preço em São Paulo

Operação no Rio expõe contradições na atuação do Ministério Público estadual, diz defensor

RIO DE JANEIRO

Operação no Rio expõe contradições na atuação do Ministério Público estadual, diz defensor

Entre a polícia e o tráfico, moradoras do Complexo da Penha ficam com os escombros

RIO DE JANEIRO

Entre a polícia e o tráfico, moradoras do Complexo da Penha ficam com os escombros



Colunistas

Anúncio de “bunker” nas escolas em SC

Charge do Dia

Anúncio de “bunker” nas escolas em SC

A onda “Cleitin”

Coluna Esplanada

A onda “Cleitin”

Comitê Integra da Alesc busca parceria nos EUA para projetos de segurança escolar

Coluna Acontece SC

Comitê Integra da Alesc busca parceria nos EUA para projetos de segurança escolar

Prefeito Robison na China

JotaCê

Prefeito Robison na China

Ideal Mente

Quando o medo de decepcionar os outros nos faz abandonar a nós mesmos




Blogs

Movimento dos Indicados

Blog do JC

Movimento dos Indicados

O vento e o vazio

VersoLuz

O vento e o vazio

O valor de ter um amigo

Blog do Magru

O valor de ter um amigo

Direto do jornal impresso...

Blog da Jackie

Direto do jornal impresso...






Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.