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Edison d´Ávila é itajaiense, Mestre em História e Museólogo, mestre em Cultura Popular e Memória de Santa Catarina. Membro emérito do Instituto Histórico e Geográfico de SC, da Academia Itajaiense de Letras e da Associação de Amigos do Museu Histórico e Arquivo Público de Itajaí. É autor de livros sobre história regional de Santa Catarina

Pedregulhos, estrada de ferro, Matadouro, Nossa S. das Graças


Pedregulhos, estrada de ferro, Matadouro, Nossa S. das Graças
Edison d'Ávila-historiador

A prefeitura de Itajaí inaugurou no último sábado, dia 4 de fevereiro, a praça Nossa Senhora da Graça, no bairro do mesmo nome. Segundo notícia deste jornal, ela conta com centro comunitário, parque infantil, quadra de esporte, academia ao ar livre e biblioteca comunitária. Trata-se de  equipamento público de utilíssimo proveito social e cultural para os moradores.

Em verdade, o bairro de há muito tempo reclamava maior atenção do poder público com investimentos no campo social e cultural, que viessem somar ao trabalho social e educacional já realizado pela escola e centro infantil já em funcionamento por muito tempo. 

O bairro Nossa Senhora das Graças, localizado entre a rua Brusque e o maciço montanhoso do Morro da Cruz, já teve diferentes nomes. A primeira referência à localidade é do começo do século XX, quando em 1908 o político e comerciante Samuel Heusi doou ao município toda aquela faixa de terras para se construir o Matadouro Público. Em documentos, o lugar é chamado de Pedregulhos. Talvez porque no início da morraria se tirassem muitas pedras, usadas na construção civil como fundamento de edificações. Como no final da área há uma nascente de água, era lá que estava construído o Matadouro Público, que podia se utilizar da muita água corrente que existia. Naquela época e ainda por muitos anos depois, só era permitido  abater gado bovino para consumo da população em matadouros públicos. De lá saíam carroças e a seguir o caminhão da prefeitura que fazia a entrega da carne, em quartos do boi,  nos açougues da cidade para ser vendida a retalhos aos consumidores.

O povoamento mais adensado só começou a partir da inauguração da Estrada de Ferro, em 1954, que atravessou a localidade, sendo hoje o traçado da avenida do Contorno Sul, e onde se construiu pequena estação para embarque e desembarque dos viajantes do trem. Por causa da expansão econômica de Itajaí devida ao grande ciclo de exportação da madeira pelo porto, muita gente veio do interior do Vale do Itajaí, transportada pelo trem,  já desembarcavam ali na pequena estação e naquela área se estabeleciam.

Foi quando a região passou a ser denominada de Estrada de Ferro e considerada então a mais carente do município. Mas já nos anos finais da década de 1950 aquele nome fora abandonado e se passou a chamar de Matadouro.

Nessa mesma época, irmãs religiosas do Colégio São José e algumas moças e senhoras pertencentes à Pia União das Filhas de Maria, organização católica, voltaram-se a atender social e religiosamente aquela população pobre. Fora quando se obteve da prefeitura um terreno para  construção de pequena capela, dedicada a Nossa Senhora das Graças, justamente a área em que agora se construiu a praça.

Também coube ao município levar a cabo a construção de um estabelecimento de ensino primário, o qual se denominou Escolas Reunidas Irmã Anchieta, a religiosa que dera início ao trabalho social na localidade. Presentemente, a escola tem o nome de Grupo Escolar Carlos de Paula Seára, desde que foi construída, em 1970, uma nova edificação escolar que recebeu o nome do prefeito que a mandou construir.

Agora o bairro da cidade é identificado como Nossa Senhora das Graças, nome que é o mais apreciado pelos seus moradores e faz memória de parte importante da história daquela comunidade. 


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