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Futebol sem bola e sem goleiro


Futebol sem bola e sem goleiro

Os desafios chegam até cada um de nós a cada dia. Vivemos a vida em nome dos desafios. Seguimos linhas retas organizadas por instituições sociais, por estruturas sociais que “dizem” o que devemos fazer, como devemos fazer e porque devemos fazer. E fazemos. Isso nos organiza na vida e nos permite acreditar que há um “ajuste” para que a vida tenha fluxo já planejado. Acordamos e iniciamos todas as linhas da vida a ser vivida.

Quando algo a ser feito foge de todo o processo de organização derivada das instituições sociais parece que os rumos da vida ficam absolutamente incertos, inseguros, duvidosos. Monta-se, diante de nossos sentidos, uma Crise, um sistema sem forma definida, sem resultados previsíveis, sem controle efetivo. Isso nos faz ficar sensível a tudo o que ocorre ao nosso redor, olhamos para qualquer movimento e tentamos organizar os fatos que se precipitam em torno de nossos olhos.

Uma crise é uma desorganização das coisas, um descontrole sobre as consequências, um desencontro entre o dia de hoje e os dias seguintes. É como andar de olhos vendados em ambientes desconhecidos e nunca antes visitados. O futuro é um sistema de existências que nunca serão encontradas, mas precisam estar lá para alimentar a vida de hoje. Quando os dias seguintes já não podem inspirar a vida de hoje, haverá descontinuidade no circuito de instruções para a caminhada.

Quando observamos uma mudança a ser efetivada, nos preparamos para que o processo seja sem traumas ou descontinuidades severas. Mudanças são instrutivas e nos revigoram para um futuro transformado. Tentamos, de muitas formas, impor algum tipo de controle sobre as reposições que se nos afetam.

Se tudo fica incerto entramos em Crise. Uma Crise é, exatamente, uma Catarse: uma condição segundo a qual o velho já morreu, mas o novo ainda não vingou. O Novo organizado e que nos instrui para a trajetória de podermos acordar e sentir que tudo está, de muitas formas, a circundar as rotas estabelecidas. Notícia é quando algo sai do “regulamento social” e, em seguida, passa a ser controlado e reorganizado por instituições. Notícia é quando o desajuste social é apresentado como denúncia por estar fora do que deveria ser, das regras, do ajustado.

É por isso que o término de um governo e o início do outro é feito sob condições de controle institucional. A Instituição da Transição de Governo é, claramente, a acomodação das necessidades e a evitação dos acasos e das perturbações à existência. O fim de um Governo não é o término de um Estado. É este – O Estado – que deve carregar as regras do Direito e dar estabilidade ao Comportamento Democrático.

Hoje parece que estamos a tentar jogar uma partida de futebol cujas regras estão incertas, que os árbitros estão desorientados, os atletas sem posição determinada e a torcida sem identidade. É tudo muito confuso porque não há “luminosidade” sobre as regras e, a cada movimento, não há conforto para o dia de amanhã. Há uma Crise a rodopiar no ar, sensação de que as metas, os gols são meio por acaso, sem evolução, sem estética. Gols acidentais e faltas em todos os momentos, e  árbitros a procurar um pássaro sob o céu, e a torcida sem poder gritar.

O Brasil Político testemunha um jogo de futebol sem bola e sem traves e sem goleiros.


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