A história da criação da letra e música da marcha “Terra Feliz” e sua oficialização como Hino do Município de Itajaí é bem curiosa e merece ser contada.
Nesse ano de 1971, no mês de novembro, o Grêmio Estudantil do Colégio Salesiano Itajaí realizava o 1º Festival Estudantil da Canção. Dele participavam escolas da cidade, que podiam inscrever até quatro músicas da autoria de seus alunos.
Foi assim que os alunos da 3ª série do curso de contabilidade, da Escola Técnica de Comércio de Itajaí, a conhecida escola do Professor Mourisco, decidiram também participar do festival, ficando encarregado o grupo de alunos composto por Florisvaldo Diniz Filho, presidente do Grêmio estudantil da escola; Luiz Soares, ex-vereador; Zilton Esmael Cruz, comerciante, João Santana e outro de nome Silvestre de compor uma música.
O grupo de compositores se reunia na escola, depois do término das aulas, às 22 horas, por vários dias. Primeiro fizeram a letra e a seguir criaram a música. Diniz Filho, que tinha conhecimentos musicais, então, deu à música criada um ritmo de marcha, que ele julgou ser mais adequada à letra.
Para apresentação da composição no festival, marcha que recebeu o nome de “Terra Feliz”, os alunos contrataram o conjunto “Silver Stones”. Mesmo tendo sido classificada em 3º lugar, a música dos alunos da 3ª série do curso de contabilidade foi a que mais empolgara a plateia e merecera os maiores aplausos. Naquela ocasião, muitos dos presentes já aventaram a possibilidade de transformar a marchinha em Hino de Itajaí.
A razão desse agrado estava em que a composição musical é um hino de louvor à cidade de Itajaí. Naquele começo da década de 1970, Itajaí vivia um tempo de crescimento e busca de maior desenvolvimento econômico e social e era já uma cidade florida. Trabalhava-se por desenvolver a pesca, a indústria e a novidade do turismo. Havia no ar um clima de exaltação das belezas e potencialidades do município. A letra da composição expressava muito bem aquele clima. Daí o agrado geral.
Numa reunião política, em que estavam presentes prefeito e vereadores, o jornalista Antônio Carlos de Campos e Silva, que havia sido jurado do festival, levou a ideia de oficializar a composição como Hino de Itajaí, o que recebeu aprovação geral. Dois vereadores, Francisco Júlio Wippel e Manoel José Sagaz, apresentaram o projeto de lei, que mereceu aprovação unânime dos vereadores presentes à sessão daquela noite de 29 de novembro.
Mais de uma centena de alunos e populares presentes saíram, então, em caminhada pela rua Hercílio Luz, acompanhados do conjunto “Silver Stones”, festejando e cantando o “Hino de Itajaí”, cujos últimos versos declamam um convite ao turista: “Deste imenso país, do Oiapoque ao Chuí, conheça uma alegre cidade, visite nossa Itajaí”.