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A opinião do vento. O argumento do tempo


Estamos no tempo das opiniões. Para tudo, para qualquer coisa, a opinião surge e ressurge como o vento que, incansável e eterno, vai e volta. Opinião é uma experiência intuitiva, de carga subjetiva, cuja orientação é revestida de crenças pessoais e cuja substância é feita de crenças pessoais. Com o tempo vira um capricho, uma teimosia arrolada no “sempre foi assim”. Opinião é inevitável ter como instrumento de diálogos cotidianos; é importante para se viver o dia a dia, em grupos de amigos e familiares.

A opinião é um ato de subjetividade e seu caminho vai do indivíduo para o objeto. É o sujeito que informa o que o objeto é; é o sujeito que se impõe sobre o os fatos. Mas é preciso que outras pessoas aceitem e validem tal opinião: a legitimidade é sempre formada em grupo. É na crença coletiva, como método, que a opinião se forma e se firma. Se a maioria aceita a opinião como referência de verdade, então, estará validada. É por isso que, em Ciência e Filosofia, de nada vale ter opinião: sem argumento não há conhecimento.

Sobre política todos têm uma opinião ao melhor caminho de luta e solução; sobre curas de doenças todos têm opinião para tratamentos e curas; sobre justiça todos têm a pena a ser aplicada. Opiniões semelhantes servem para formar esferas de identidade, para aproximar pessoas, para orientar grupos sociais. Os que divergem acabarão por formar outros grupos sociais, lá com suas opiniões. Opiniões distintas servem para identificar os grupos sociais, para confronto de preferências, para fortalecer posicionamentos. E assim geramos a cultura como regras de convivência.

Opinião é importante, serve para o dia a dia, é um senso-comum, uma sabedoria do cotidiano, mas não tem valor de conhecimento. Conhecimento está baseado em experimentos, em testes, em debates, em críticas. É a crítica que ascende, melhora, desenvolve o conhecimento; a concordância sem críticas, para o conhecimento, é ausência de desenvolvimento. O melhor para o conhecimento é a crítica. No conhecimento é o objeto que informa o sujeito, por meio de métodos, testes, conceitos, parâmetros, análises [separar] e sínteses [agregar]. Por isso se persegue tanto a objetividade, o conhecimento objetivo, informado pelo objeto.

O conhecimento só anda para frente puxado pela crítica e é por isso que qualquer iniciante ao conhecimento científico passa por uma “banca de cientistas avaliadores”. Este ritual marca a diversidade de representantes da ciência frente ao posicionamento argumentativo do conhecimento proposto. Ali os representantes da comunidade científica observarão desde o título [o menor resumo possível do trabalho] até as considerações finais [pois que conclusão de conhecimento é demasiado arrogante].

Se você tem opinião sobre vacinas, sobre política, sobre comportamento humano, sobre o bem e o mal, sobre o bom e o ruim, sirva-as em mesas rodeadas de amigos. Mas saiba que sua opinião é uma reserva pessoal e que está longe de se projetar como conhecimento, em condições de testes, de críticas, de conceitos.

Um objeto que cai em sua frente está envolvido em um campo de forças e energias gravitacionais de atração de massa. E este mesmo objeto, com seu “peso”, no espaço sideral, se ocupará de outro campo de forças e energias. Há algo invisível no movimento de queda, que a ciência tenta decifrar e demonstrar. E isso é mais do que opinião. Deixemos as vacinas para os especialistas, e nos vacinemos tão logo seja possível.


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