Coluna Fato&Comentário
Por Edison d'Ávila -
Padre Pedro Baron – mestre da juventude de Itajaí
Completam-se 50 anos da morte do Padre Pedro Baron, fundador e primeiro diretor do Colégio Salesiano Itajaí, na próxima sexta-feira, dia 23 de novembro. Italiano da região de Turim, ele nascera a 26 de dezembro de 1913. Tendo ingressado na Congregação dos Salesianos de Dom Bosco, ainda seminarista veio para o Brasil num ideal missionário e aqui se ordenou sacerdote em 1941. Professor e, a seguir, diretor de colégio, logo demostraria grande tino administrativo, competência educativa e zelo religioso. Revelou-se entre seus confrades salesianos hábil interlocutor com lideranças comunitárias e competente tocador de obras. Por essa razão, em 1956, ao assumir a Congregação Salesiana o Ginásio Itajaí, seria o Padre Baron o indicado para fundar e dirigir o Ginásio Salesiano Itajaí, cujas atividades se iniciaram naquele ano. Italiano alto e forte, tez alva, cabelos castanhos escuros e olhos claros, voz com leve sotaque itálico, tinha Padre Baron como marca principal de suas qualidades “uma solene autoridade”. Mas essa autoridade notável nada lhe impedia de ser conselheiro, confidente e confessor extremamente receptivo e tolerante. Deixava-se acercar por seus alunos, à moda de Dom Bosco, e com eles interagia de maneira alegre, espirituosa e sadia. Por mais de uma década dirigiu o ginásio, depois Colégio Salesiano Itajaí, agregando enorme qualidade à educação da juventude de Itajaí. Concomitantemente exercia o magistério como exímio professor de Religião e Civilidade. Porque para o Padre Baron a educação católica salesiana, à época exclusivamente para alunos do sexo masculino, destinava-se a fazer de meninos e rapazes futuros “varões completos, no corpo e no espírito”, conforme muito bem escreveu seu ex-aluno, professor Renato André Wöhlke. Três anos após sua chegada a Itajaí, ele deu início à construção do atual e majestoso prédio do Colégio Salesiano e, em junho de 1968, meses antes de seu falecimento, inaugurou a moderna Capela do Colégio. Em todas essas obras, o Padre Diretor demostrava toda sua operosidade, confiança e vontade firme, mobilizando professores, alunos, pais de alunos: a comunidade de Itajaí – desde as mais altas autoridades, líderes políticos, empresariais e sindicais, até pessoas do povo. Ciente de que a obra educacional do Colégio Salesiano Itajaí não atendia a infância e a juventude mais carentes da cidade, em 1961 ele deu início junto ao bairro Nossa Senhora das Graças à obra de assistência social e educacional, no modelo dos Oratórios Festivos salesianos, do atual Parque Dom Bosco. Disse dele o já citado professor Wöhlke, num discurso biográfico publicado no “Anuário de Itajaí 2002”: “O homem que é grande, o é em todas as épocas. Padre Baron foi um homem para aquela época, mas sobrepujou.” Itajaí agradecida reconhece o trabalho, realizações e a dedicação do Padre Baron pela cidade e o homenageia com o nome de uma escola municipal, em Cordeiros; com uma praça pública, nos altos da rua Brusque, onde está o seu busto, e com um grupo escoteiro que o tem como patrono. São homenagens que tornam o nome do Padre Pedro Baron e sua memória perenes entre nós. Como ele bem o merece! Nota: Dia 24/11, sábado, às 19 horas, na Capela do Colégio Salesiano, será celebrada Missa pela alma do Padre Pedro Baron, em memória dos 50 anos de seu falecimento, para a qual estão sendo convidados alunos e ex-alunos salesianos, professores, pais e comunidade em geral.