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Inverno de muitas cores


A nossa Santa e bela Catarina não é bela por acaso. Suas cidades têm flores enfeitando-a o ano todo, seja em pequenas plantas decorativas ou em grandes e majestosas árvores. Na primavera, a vida toma cor e cobre todo o chão. Há flor e verde por todos os lados, em todos os lugares. O amarelo do ipê ilumina. No verão, o espetáculo continua e o destaque é para os jacatirões, que enchem nossos olhos, nossas matas, nossas encostas e jardins com generosas doses de pétalas que vão do branco até o vinho. No outono, algumas folhas caem, mas ainda desabrocham flores.

No inverno... Ah, no inverno também há flor por todo o estado de Santa Catarina, em todo o sul. A despeito da chuva, as touceiras de azaleia se cobrem de flores de um vermelho suave, dando vida aos nossos dias frios e convidando o sol a brilhar, até que a primavera chegue. Aliás, nem só de vermelho são coloridas as nossas flores de inverno: as cores da azaleia vão de um vermelho suave, quase rosado, até o vermelho vivo, passa por um tom alaranjado e vai até o branco. E tem o manacá-da-serra, jacatirão que floresce no inverno, coberto de flores nesta época.

Tenho prestado atenção, nas minhas andanças por Joinville, Jaraguá, Corupá, São Bento do Sul, São Francisco do Sul, etc., na exuberância da azaleia e do jacatirão do frio em nossos invernos.

E eles me fazem lembrar de minha avó Paula, que me deu uma muda de azaleia, um toquinho de caule que ela cortou do jardim da sua casa, em Curitiba, para eu fincar no chão do jardim da minha casa quando eu morava em Joinville, há alguns anos. O toquinho brotou e cresceu, viçoso, e floresceu, majestoso, por alguns invernos. Minha avó Paula se foi e a touceira de azaleia também, pois fui mudá-la de lugar e ela também não resistiu.

Mas a florescência da azaleia me lembra também da minha amiga Urda, a escritora loura de Blumenau, dos dedos cheios de poesia. Nunca conversei com ela sobre azaleia, mas a flor me lembra Urda. Talvez porque ela goste muito de flores – sei disso porque ela é uma grande admiradora do jacatirão e foi uma das maiores incentivadoras, desde a ideia inicial até a concretização do livro “Meu Pé de Jacatirão”, que publiquei há algum tempo e para o qual ela fez o prefácio – e porque eu a imagino maravilhada, embevecida, emocionada diante de uma pequena árvore de azaleia coberta de flores, assim como ficaria entusiasmada diante de um pé de ipê coberto de luz, de um pé de jacatirão todinho em flor ou um flamboiã carregado de vermelho.

Assim como Urda se lembra de mim quando vê ou ouve falar de jacatirão, eu me lembro de Urda e de Vó Paula quando vejo a azaléia. Acho que a azaléia combina bem com aquela cara de feliz da Urda, que faz a gente ficar feliz também, e com aquele sorriso doce de Vó Paula, que deixou tanta saudade. E as duas têm em comum o fato de serem descendentes de imigrantes alemães.

Urda e Vó Paula são daquelas pessoas que olham e veem. As flores nunca ficaram apenas do lado de fora de seus olhos: elas adentram o olhar e ficam lá, iluminando seus rostos.


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