Colunas


O dia do(a) advogado(a)


Hoje comemoramos o dia 11 de agosto, nacionalmente dedicado a nossa profissão.

A história sobre como surgiu essa data comemorativa é do conhecimento geral e a história sobre a profissão de advogado também, portanto, dispensáveis, neste texto, outros comentários a respeito. Não obstante, a data inspira outras reflexões, uma delas sobre os efeitos do avanço científico, tecnológico e social sobre nossa profissão.

Não está distante o tempo em que ser advogado representava uma honra. Não está distante o tempo em que a remuneração ao advogado representava uma HONRA. Aliás, daí a expressão honorário. Malgrado esse pouco tempo, o que observo hoje na advocacia em nada se compara ao que dela ouvi falar outrora.

A análise que me permito fazer, observando a atuação de diversos colegas, é que perdemos, em algum ponto desse caminho, o significado de nossa profissão. Salvo as exceções, a grande maioria busca tão somente ganhar dinheiro, pagar suas contas ou, então, apenas sobreviver.

Hoje, ouso dizer, é o mercado que dita as regras. O Direito em si está sendo relegado a uma condição inferior.

Bem por isso percebo uma divisão em nossa profissão, que conceituo em três categorias, a saber: a dos grandes advogados (de atuação localizada em grandes capitais, para grandes causas, com atuação global (isso mesmo, de Rede Globo). A dos advogados em geral (de atuação em todas as cidades do país, para causas médias e pequenas, sem atuação global). A dos advogados sobreviventes (de atuação de qualquer jeito, em qualquer lugar, sem estrutura, sem qualificação a não ser o próprio curso de formação).

Essas categorias ainda se subdividem entre ADVOGADOS VELHOS e JOVENS. Aqueles que têm até cinco anos de profissão são jovens advogados. Um dia depois, já não são mais jovens advogados!

É nesse contexto que tento avaliar os efeitos do avanço científico, tecnológico e social sobre a profissão.

Nessas observações tenho encontrado, com muita facilidade, advogados e advogadas desestimulados, cansados, desanimados. O discurso é uníssono: a falência do poder judiciário e a inutilidade de nosso órgão de classe.

Tem se tornado difícil encontrar o advogado e a advogada destemidos, corajosos, cientes de sua importância numa causa, seguros de seu conhecimento, independentes.

É o mercado, portanto, o Senhor das regras. É a oferta e a procura. É o lucro ou o prejuízo e, com tais critérios, quem ousa afrontar uma ilegalidade? Quem ousa afrontar o abuso? Quem ousa discordar de quem tem ‘poder’?

Eu própria – que denunciei um promotor de justiça e que me posicionei contrária à Direção Estadual da OAB/SC, na gestão do advogado Paulo Roberto de Borba, sofro, hoje, vários processos, tanto do MPSC quanto da própria OAB/SC. Não fosse minha verve beligerante já teria sucumbido, sim, beligerante, pois se dependesse somente de meus valores cristãos não teria aguentado.

Mas comemoro essa data e justamente por isso torno pública minha opinião.

Sou ADVOGADA, livre e independente. Procuro manter em dia minha obrigação pecuniária perante a OAB/SC e procuro agir dentro do razoável a qualquer ser humano.

Festejo o justo, o correto. Busco isso incessantemente. Aceito e admito as limitações. Procuro superá-las. Não me julgo e aprendi – com os irresignados - a desprezar julgar os outros. Mas, acima de tudo, SOU ADVOGADA. Livre e independente.

Tenho opinião e tirocínio. Por isso, não festejo o poder e a autoridade. Festejo a liberdade e o Direito. Liberdade de pensar e sentir. Liberdade de escolha. Direito de pensar e sentir. Direito de escolha. Mas, justamente por causa disso, estou certa de que não é essa realidade que está posta que admiro.

Por isso, sigo em busca de mais advogados e advogadas destemidos, livres, independentes, corajosos.

Afinal, ter uma data comemorativa implica ter orgulho do que ela representa.

*Advogada e Presidente da 15ª Subseção da OAB/SC (Balneário Camboriú)

 


Conteúdo Patrocinado


Comentários:

Deixe um comentário:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Para fazer seu cadastro, clique aqui.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

ENQUETE

Secretaria de Educação de Itajaí está certa em “barrar” o Halloween nas escolas municipais?



Hoje nas bancas

Confira a capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯


Especiais

Entre a polícia e o tráfico, moradoras do Complexo da Penha ficam com os escombros

RIO DE JANEIRO

Entre a polícia e o tráfico, moradoras do Complexo da Penha ficam com os escombros

Inteligência, participação social e coordenação: como combater o crime sem chacinas

CHEGA DE CHACINAS!

Inteligência, participação social e coordenação: como combater o crime sem chacinas

Nascidos no caos climático

NOVA GERAÇÃO

Nascidos no caos climático

Afinal, quanto dinheiro o Brasil recebeu de financiamento climático?

CLIMA

Afinal, quanto dinheiro o Brasil recebeu de financiamento climático?

Boulos substitui Macêdo com desafio de levar temas sociais para Secretaria da Presidência

ESCALA 6X1

Boulos substitui Macêdo com desafio de levar temas sociais para Secretaria da Presidência



Colunistas

Rubens com a faca e o queijo na mão

JotaCê

Rubens com a faca e o queijo na mão

Novembro Azul

Charge do Dia

Novembro Azul

Queridonas

Jackie Rosa

Queridonas

Amanhecer

Clique diário

Amanhecer

Criador e criatura

Via Streaming

Criador e criatura




Blogs

Rubens Angioletti e Hilda Deolla demonstram espírito republicano

Blog do Magru

Rubens Angioletti e Hilda Deolla demonstram espírito republicano

Admitiu

Blog do JC

Admitiu



Podcasts

Ventos podem chegar a 80 km/h na região

Ventos podem chegar a 80 km/h na região

Publicado 07/11/2025 16:29





Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.