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Depressão e culpa


Por muitos anos atendi pacientes com depressão. Em alguns casos, a pessoa tinha a personalidade depressiva desde nova e se percebia para baixo, não acreditava em si. Também é comum apresentar uma séria de enfermidades no decorrer da vida. Em outros casos, a pessoa que apresentava bom humor entrou em depressão em função de um acontecimento traumático. Esse artigo é voltado para essas pessoas.

Algumas dessas pessoas já apresentavam algumas características depressivas, mas nunca tinham apresentado nenhum evento depressivo até então. Outras não tinham traços depressivos na sua personalidade, mas a culpa no evento traumático foi tão severa que perdeu o sentido do seu futuro. Por anos pensava diariamente no fato e no que poderia ter feito diferente para mudar o ocorrido. A dificuldade de superar a culpa está entre as mais difíceis, pois não se pode alterar o passado, apenas o significado que se tem dele.

Anos atrás atendi uma paciente que já apresentava depressão há alguns anos. Quando questionada se lembrava de quando começou esse problema, me contou a seguinte história: tinha um filho depressivo que frequentemente ameaçava cometer suicídio, fato que a mobilizava para atendê-lo imediatamente.

Por anos isso se repetiu. Ele fazia tratamento, mas quando ficava mal sempre se reportava a ela. Os conhecidos consideravam que ela o superprotegia e que não deveria lhe dar tanta atenção, mas ela continuava atendendo os chamados do seu amado filho.

Com o tempo, foi construindo um medo de que isso realmente pudesse acontecer e por isso entrava em contato com ele sempre que solicitada, mesmo morando em uma cidade distante. Porém, um dia ela resolveu fazer o que os conhecidos lhe recomendavam, ou seja, não atender o telefonema do seu filho e, com isso, o deixar enfrentar seus “pesadelos”. Mais tarde recebeu a notícia de que ele tinha cometido suicídio.

Imediatamente construiu uma culpa enorme, não aceitava o fato de não ter atendido o telefonema do filho. Por mais que os amigos e parentes lhe confortassem, dizendo que ela tinha feito tudo que estava a seu alcance, ela passou a apresentar um pensamento cativo de culpa. Um pensamento não lhe abandonava: acreditava que seu filho ainda estaria vivo caso ela tivesse agido diferente.

Por anos, diariamente, remontava a cena em sua imaginação. Ela atendendo o telefonema e os inúmeros desdobramentos em que sempre seu filho estava vivo e bem. Realmente foi um golpe muito forte. Num caso assim, como criar a possibilidade de ela ultrapassar o “portal da esperança”? Como constituir um novo ponto de vista sobre o problema que pudesse ultrapassar essa depressão? A continuação desse artigo você lê na semana que vem.


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