Publicado 08/11/2025 10:31
Se tem uma coisa que a casa do povo da mariscolândia domina com maestria é o uso do verbo “viajar” — e não, infelizmente, não estou escrevinhando sobre sonhar com uma cidade melhor. Estou falando das diárias, aquele mimo pago com o dindim do contribuinte e que, em Penha, virou sinônimo de abuso, descaso e cara de pau institucionalizada.
Justificar depois
A Constituição Federal é bem clara: vereador serve para legislar e fiscalizar. Dois verbos simples, curtos, fáceis de entender — mas que, ao que tudo indica, alguns parlamentares da terra do Beto Carrero, decidiram riscar do dicionário. No legislativo de Penha, o lema parece ser outro: “viajar e justificar depois”.
Quatro
Faltando um mês para acabar o primeiro ano da legislatura, o vereador Maurício da Costa, o Lito (MDB), resolveu mostrar à população o tamanho da sua “contribuição” legislativa. Foram quatro projetos de lei. Isso mesmo, quatro.
Só um
E desses quatro projetos do Lito, três foram arquivados com parecer jurídico contrário — em bom português, não tinham fundamento legal. O único aprovado foi em conjunto com outros vereadores sobre o uso de patinetes, além de um projeto de decreto para conceder o ilustre e muito útil título de Cidadão Honorário ao deputado estadual bocudo e entisicado Ivan Naatz (PL).
Punhado de projetos arquivados
Mas a verdadeira obra-prima do Lito está nas cifras: R$ 17.510,59 em diárias, fora as passagens de avião. O contribuinte penhense paga, o vereador embarca e, de volta, traz na mala um punhado de projetos arquivados. Que baita troca, hein?
Nove zeros
E se Penha tem um vice nesse pódio da gastança, o ouro vai para o colega de bancada Diego Matiello (MDB), com diárias que já ultrapassam R$ 20 mil. No campo legislativo, o resultado também é digno de nota: nove projetos arquivados com parecer jurídico contrário e um único destaque, o Projeto de Lei 112/2025, que dá nome à Capela Mortuária — uma obra que, ironicamente, ainda está em construção.
Farra
É difícil entender qual “interesse público” justifica tamanha farra com o dinheiro de quem paga imposto em dia. Enquanto o povo enfrenta buracos, filas e promessas, a Câmara parece mais preocupada em acumular milhas do que resultados. E assim segue o espetáculo: o contribuinte aplaudindo de pé — de raiva, não de orgulho.
Tapa na cara
A verdade é que a farra das diárias que, infelizmente, não acontece apenas na Penha — é mais do que um escândalo contábil. É um tapa na cara do povo penhense, um retrato da velha política que insiste em resistir ao tempo e ao bom senso.
Carimbar passagens
Em vez de legislar e fiscalizar, alguns vereadores preferem carimbar passagens, tirar fotos “institucionais” e colecionar justificativas criativas para gastos injustificáveis. No fim das contas, fica a sensação amarga de que, em Penha, o turismo político continua sendo o setor mais lucrativo da city do Beto Carrero.
Foto (Divulgação) O vereador Diego de Penha é medalha de ouro no quesito diárias. Parabéns!!!
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