A retomada coloca Itajaí na rota pra voltar ao protagonismo como um dos principais portos do país e como indutor da economia e logística de Santa Catarina. Os números mostram os sinais da recuperação. Neste ano, até setembro, foram 325 navios recebidos nos quatro berços, com movimentação de 246.806 TEUs (unidade padrão de contêiner) e faturamento de R$ 105 milhões no primeiro semestre, superando os R$ 86,1 milhões de 2024 inteiro.
 
        
        
        
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A projeção do Porto de Itajaí é que o ano encerre com faturamento recorde de R$ 180 milhões. A arrecadação de ISS para o município também alcançou uma marca histórica, de R$ 2,4 milhões no primeiro semestre. Parte desse recurso volta pra sociedade na forma de projetos de cultura e esporte aprovados em leis de incentivo, estimulando também o desenvolvimento social. 
 
O plano de investimentos no Porto de Itajaí passa de R$ 844 milhões, conforme anúncio do governo federal. Entre as ações está a retirada dos destroços do navio Pallas, submerso na entrada do canal portuário há 132 anos. A previsão é realizar os mergulhos de avaliação ainda em novembro e concluir a retirada do casco soçobrado ainda no primeiro semestre de 2026.
  
Para isso, já estão sendo feitas tratativas junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para a recuperação arqueológica da embarcação. A retirada vai permitir a readequação dos molhes em Itajaí e Navegantes pra ampliar a segurança e capacidade de manobra de embarcações na nova etapa da bacia de evolução.
 
Na preparação pro complexo portuário receber navios até 400 metros, o Ministério de Portos e Aeroportos aguarda a análise do Tribunal de Contas da União (TCU) do projeto de concessão do canal de acesso, prevendo lançar o edital até o fim do ano. Será um novo avanço na modernização e aumento da eficiência das operações, com o aumento do calado pra 16 metros e R$ 311,1 milhões em investimentos ao longo dos 25 anos do contrato.
 
Em paralelo, o porto espera o edital de arrendamento definitivo, previsto pra 2026. Os estudos técnicos estão na fase final e devem ser concluídos ainda em outubro. O contrato prevê investimentos de R$ 2,8 bilhões. Outra medida em curso é a criação da Companhia Docas de Santa Catarina, empresa pública federal que será a autoridade portuária do complexo e vai garantir gestão própria no Porto de Itajaí.
  
Movimentação em alta
No acumulado do ano, a movimentação na área arrendada e no cais público do Porto de Itajaí chegou a 3,2 milhões de toneladas, 800% a mais que no mesmo período de 2024. Na área da JBS Terminais, foram movimentadas 2,7 milhões de toneladas até setembro – mais que o dobro do ano passado – e operados quase 240 mil TEUs. Agosto foi o melhor mês do período, com 38.333 TEUs movimentados.
 
No novo ciclo de crescimento, a estimativa é que o porto ultrapasse a movimentação dos últimos três anos, tanto em toneladas como em contêineres. Para o superintendente do Porto de Itajaí, João Paulo Tavares Bastos Gama, os dados refletem o momento do porto sob gestão federal, com estabilidade operacional, planejamento integrado e confiança do setor produtivo.
 
“Esse crescimento é resultado de um trabalho conjunto entre equipes técnicas, operadores e órgãos intervenientes, que devolve ao porto e à cidade o protagonismo logístico que sempre tiveram em Santa Catarina”, comentou. Com os resultados, Itajaí tem virado destaque nacional nas estatísticas.
 
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O Ministério dos Portos e Aeroportos reconheceu o porto com o “melhor semestre da história” dos portos brasileiros em 2025, após registro de quase 1500% de crescimento na movimentação de cargas. O terminal seguiu em alta mesmo com o tarifaço dos Estados Unidos. Conforme dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Itajaí foi o porto público que mais cresceu em agosto, com taxa de 412%.
 
JBS celebra resultados em um ano de operação
Desde o início das operações, a JBS Terminais movimentou mais de 300 mil TEUs, sendo 262 mil apenas em 2025, atendendo cerca de 2,4 mil clientes. Entre as operações de grande porte, foi destaque a importação de mais de 7,2 mil veículos da BYD, trazidos pelo maior navio cargueiro de carros do mundo.
 
O balanço marca um ano da JBS Terminais com linhas regulares no Porto de Itajaí, a partir de outubro de 2024. No período, a empresa consolidou resultados expressivos, retomou a movimentação de contêineres após quase dois anos de paralisação e alcançou marcos importantes para o setor portuário brasileiro.
 
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O resultado financeiro também evidencia a força da operação: já foram investidos mais de R$ 130 milhões no terminal e o lucro líquido acumulado neste ano atingiu R$ 60 milhões, superando em 12% o orçamento previsto. O crescimento da empresa está apoiado em medidas estruturantes..
 
A empresa destaca que a unificação das áreas operacionais, autorizada pelo Ministério de Portos e Aeroportos e pela Antaq, ampliou a eficiência logística e trouxe mais estabilidade às operações. Além disso, a duplicação da capacidade de atracação, agora com quatro berços disponíveis, permite ao terminal receber até três navios de grande porte ao mesmo tempo.
 
A integração das áreas para um único operador é inédita em Itajaí. A medida, segundo a empresa, beneficia trabalhadores portuários, amplia a previsibilidade para os clientes e serve como modelo-piloto para o futuro arrendamento definitivo do terminal. O projeto de concessão do governo federal prevê uma arrendatária tocando todo o porto.
 
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Ainda em setembro, a JBS conquistou a prorrogação do contrato transitório de arrendamento por dois anos ou até o leilão do porto, valendo o que acontecer primeiro. A decisão do Ministério de Portos e Aeroportos garante a continuidade das operações no Porto de Itajaí enquanto o governo federal prepara o edital do arrendamento definitivo.
 
O CEO da JBS Terminais, Aristides Russi Junior, comenta que a empresa conseguiu restabelecer a confiança no terminal e mostrar que Itajaí pode voltar a ocupar um lugar de destaque no cenário portuário brasileiro. “A unificação das áreas trouxe mais previsibilidade e eficiência para os nossos clientes, ao mesmo tempo em que reforça nosso compromisso de gerar desenvolvimento econômico para a cidade, para Santa Catarina e para o país”, avalia.
 
Os avanços também refletem na geração de empregos. “Hoje somos mais de 300 colaboradores diretos e mais de mil postos de trabalho indiretos ligados às atividades do terminal. Quero destacar o excelente trabalho da nossa equipe, que tem sido essencial para atingirmos esses resultados e superarmos desafios desde o início das operações”, completou.