Três árvores que ficam no beco da rua Santo Antônio, nos fundos do asilo Dom Bosco, em Itajaí, correm o risco de serem cortadas se depender da vontade de um bombeiro comunitário e de uma autorização de corte do Instituto Itajaí Sustentável (Inis). As árvores só não foram pro chão ainda porque a Secretaria de Obras de Itajaí se recusou a fazer o corte. A direção do asilo também é contra a derrubada.
A queda de braço que vai decidir o futuro das árvores, que estão no local há décadas, se arrasta desde maio, quando o presidente do asilo, Denísio Dolásio Baixo, enviou ofício ao secretário de Obras ...
A queda de braço que vai decidir o futuro das árvores, que estão no local há décadas, se arrasta desde maio, quando o presidente do asilo, Denísio Dolásio Baixo, enviou ofício ao secretário de Obras, Tarcizio Zanelato, manifestando indignação e discordância com a autorização de corte das árvores.
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Já o bombeiro comunitário Rodrigo Cichoski Parodi, ouvido pelo DIARINHO, disse que fez a solicitação ao Inis porque as árvores têm raízes expostas e que atrapalham as calçadas. Nas justificativas enviadas ao Inis, o bombeiro comunitário alegou que as árvores são usadas como esconderijo de usuários drogas.
A sugestão dele é que as árvores deveriam ir pro chão e outras que não fossem de espécies invasoras fossem plantadas no local. O bombeiro comunitário ainda alegou que tem preocupação com a segurança de quem transita pela rua ou vive naquela região. “Imagina vocês noticiaram que um galho destes caiu sobre alguém”, completa.
Briga com secretário
Rodrigo ainda reclamou que a secretaria de Obras não promove a poda regular nas árvores, o que deixa a rua escura e perigosa à noite.
O secretário de Obras, Tarcizio Zanelato, informou ao DIARINHO que a prefeitura não fará mesmo o corte. “Quem quer cortar é um bombeiro que constrói quitinetes e no início do governo veio me dar um carteiraço. Eu falei que não iria cortar, porque o asilo é contra o corte e eu também. Ele me chamou de incompetente porque falei que não iria cortar”, conta o secretário.
Já o Instituto Itajaí Sustentável (Inis) não informou, até o fechamento desta matéria, se a autorização de corte de 2024 continua válida. Como a licença foi concedida na gestão anterior, a diretora-presidente do Inis, Maria Heloisa Furtado Lenzi, prometeu se inteirar do assunto para depois se manifestar.
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Poda pode resolver o problema, explica especialista
O técnico agrícola e tecnólogo em Gestão Ambiental, Heli Schlickmann, também foi ouvido pelo DIARINHO. Ele informou que a espécie plantada nos fundos do asilo é a ficus benjamina, a popular figueira exótica, e que as árvores têm mais de 15 anos. “É uma espécie altamente invasora, suas raízes têm capacidade de romper calçadas, muros, tubulações”, disse.
Heli entende que embora tenham sido plantadas de forma equivocada anos atrás, as árvores não precisam ser cortadas para que seja resolvido o problema. “Nesse caso poderia diminuir a altura e largura através de uma poda, ou reestruturar a calçada que está danificada, além de diminuir um pouco as raízes. São árvores muito bonitas”, ponderou.