Uma operação da Polícia Federal de São Paulo mirou um esquema de lavagem de dinheiro vinculado ao tráfico internacional de drogas. O chefão do crime mora em Itajaí e tem apartamento na rua 15 de Novembro, no centro da cidade, onde houve busca e apreensão na manhã desta terça-feira. A operação tinha como objetivo apreender a grana dos membros da quadrilha.
O líder do esquema foi preso na Alemanha nesta terça com apoio da Polícia Criminal Federal da Alemanha (Bundeskriminalamt – BKA), que executou a ordem de prisão. Também foram detidos o influenciador ...
O líder do esquema foi preso na Alemanha nesta terça com apoio da Polícia Criminal Federal da Alemanha (Bundeskriminalamt – BKA), que executou a ordem de prisão. Também foram detidos o influenciador Bruno Alexssander Souza Silva, o Buzeira, em Igaratá, interior de São Paulo, e o empresário Rodrigo Morgado, em Santos (SP).
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Em Mogi das Cruzes, na grande São Paulo, na casa de um contador do esquema, foram apreendidos dois carros de luxo. Um deles era uma McLaren 765 LT Spider 2022, avaliada em mais de R$ 5 milhões.
A operação, batizada de “Narco Bet”, é um desdobramento da “Narco Vela”, que combate o tráfico de drogas por embarcações no litoral brasileiro. Foram cumpridas 11 ordens de prisão e 19 mandados de busca e apreensão em Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Parte do dinheiro movimentado pelo grupo teria sido direcionada a empresas ligadas ao setor de apostas eletrônicas, as chamadas bets. Buzeira fazia parte do núcleo de lavagem de dinheiro por meio das apostas. Nas redes sociais, ele ostenta carros de luxo, mansões, joias, além de promover rifas e sorteios. Ele chegou a arrecadar mais de R$ 1 milhão com a brincadeira do “corte da gravata” no próprio casamento.
As investigações revelaram que o grupo tinha um sistema de lavagem e remessa de dinheiro para o exterior, envolvendo corretoras de criptomoedas e empresas de apostas on line, conhecidas como bets, para ocultar a origem da grana e disfarçar o patrimônio.
As medidas judiciais também determinaram o bloqueio de bens e valores que somam mais de R$ 630 milhões, para enfraquecer financeiramente a quadrilha e buscar reparação pelos danos causados.
Rapar a grana da quadrilha
Os investigados poderão responder por lavagem de dinheiro e associação criminosa, com indícios de atuação transnacional. “O foco da operação foi a descapitalização da organização criminosa. Pedimos o bloqueio de mais de R$ 630 milhões, que foi deferido pela Polícia Federal, além da apreensão de carros, aeronaves, jet-skis e imóveis em poder da quadrilha”, disse o delegado.