O evento no Elume Park é promovido pela Procuradoria-Geral do Município de Itajaí, reunindo autoridades do Ministério da Defesa e outros setores ligados à indústria naval. O encontro é estratégico para a discussão de investimentos, o desenvolvimento de negócios e o fortalecimento do papel de Itajaí na indústria naval e de defesa.
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A programação começou nesta segunda-feira e segue até terça, com palestras e apresentações setoriais. Participam do evento o diretor do departamento de produtos de defesa, major brigadeiro do ar Claudio Wilson Saturnino Alves e o coordenador-geral da Comissão Mista da Indústria de Defesa, Daniel Fernandes, os dois do Ministério da Defesa.
Um dos objetivos do encontro é debater a atuação de Itajaí como um polo para a indústria de defesa, especialmente devido ao projeto das fragatas da Classe Tamandaré, em construção no TKMS Estaleiro Brasil Sul. Na terça, a comitiva do Ministério da Defesa terá reunião com o prefeito Robison Coelho (PL), na prefeitura.
Os convidados serão presenteados com placas alusivas à visita e obras da artista plástica itajaiense Lindinalva Deola. As peças artísticas são três aquarelas simbolizando a Igreja Matriz, a Igreja da Imaculada Conceição e o Bico do Papagaio, criadas exclusivamente neste mês para os membros da comitiva.
A visita a Itajaí será encerrada no estaleiro das fragatas, em recepção conduzida pelo diretor-executivo do consórcio Águas Azuis, Fernando de Queiroz. Os representantes do governo federal vão conhecer a fragata Tamandaré, o primeiro navio militar do programa construído em Itajaí e em fase de testes finais pra entrega à Marinha do Brasil até o final do ano.
Itajaí lidera criação da Frente Parlamentar da Economia do Mar
O setor náutico ganhou nova força pra estimular os negócios. Na semana passada, o Senado Federal criou a Frente Parlamentar da Economia do Mar, tendo o senador catarinense Esperidião Amin (PP) como o primeiro presidente. O grupo iniciou com 31 senadores e 23 deputados federais na formação.
A criação da frente teve participação do presidente da Câmara de Vereadores de Itajaí, Fernando Pegorini (PL), que articulou a iniciativa ainda no início do ano, junto com Amin. A ideia é que o grupo promova políticas públicas voltadas ao desenvolvimento do setor náutico, pesqueiro e de transporte marítimo.
Pegorini esteve na reunião de instalação da frente em Brasília (DF), onde Itajaí foi destacada como cidade referência na economia azul e berço da proposta que agora alcança projeção nacional. “Itajaí tem um papel fundamental no fortalecimento da economia do mar. Foi na câmara de vereadores que essa discussão começou, reunindo o setor náutico e levando a pauta até o Senado Federal”, frisou.
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O presidente do legislativo municipal citou a presença de grandes estaleiros na cidade, como Okean & Ferretti e Azimut. As empresas do setor em Itajaí, só na produção de barcos de lazer, geram cerca de quatro mil empregos diretos e respondem por mais da metade da fabricação nacional, contribuindo também para outros setores como turismo e serviços.
Em Brasília, Pegorini ainda pediu apoio pra Itajaí ser reconhecida como capital náutica do país e quer trazer a ideia de uma secretaria municipal da Economia do Mar. “A gente já vem debatendo o Porto de Itajaí, entre outras coisas, pra colocar numa secretaria, mas essa é uma ideia importante e eu peço o apoio político dos demais para que a gente possa sensibilizar o nosso prefeito Robison Coelho”, disse.
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Potencial econômico
Segundo informações do Senado, a economia azul responde por 7% do PIB brasileiro e 5% dos empregos formais, movimentando R$ 2 trilhões por ano, entre atividades de pesca, exploração de petróleo e gás, transporte marítimo e turismo náutico.
Para Leandro Ferrari, presidente da Associação Náutica Brasileira, a frente representa um "reconhecimento histórico" que tira o setor náutico da categoria de luxo. Conforme ele, o setor gera mais de 400 mil empregos diretos e indiretos apenas em Santa Catarina.
“É o único setor que integra e movimenta todas as cadeias econômicas do turismo, da hotelaria à gastronomia”, ressaltou. O empresário Ernani Parciornik, diretor-executivo do grupo Náutica e criador do Boat Show, também esteve na instalação da frente parlamentar.
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Ele reforçou a importância da iniciativa, mas alertou sobre os impactos que novos impostos podem causar na cadeia produtiva. O setor é contra propostas como a do IPVA para embarcações e o imposto seletivo. “Se essas medidas realmente forem aplicadas, será um golpe duro para quem trabalha e investe no setor náutico. Precisamos de incentivo, não de barreiras”, adiantou.