Herói
Odílio Garcia é homenageado por Turma da Marinha Mercante
Homenagem foi feita ao herói que salvou Itajaí de um incêndio gigantesco
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]






A turma que concluiu o curso de Aperfeiçoamento para Contramestre (APAQ-CTR), da Marinha do Brasil, prestou homenagem a Odílio Garcia. O curso que forma marinheiros de convés e os qualifica para a função de contramestre, teve formatura na primeira semana de outubro e a turma de 30 alunos decidiu levar o nome de herói de Itajaí.
A sugestão partiu de Hussam Ibrahim El Agha, de 33 anos, natural de Itajaí. Ele apresentou a ideia aos colegas e todos aprovaram. Hussam, que atualmente trabalha no rebocador do Porto de São Francisco do Sul, já atuou com a draga em Itajaí e foi marinheiro no ferry boat.
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“O curso visa o aperfeiçoamento do marinheiro de convés, para que ele siga a carreira e possa estar galgando outros cargos, até de maior responsabilidade, e dando espaço àqueles que são recém-formados nos cursos de moço de convés. Porque se esse marinheiro não se qualifica, ele fica na vaga de marinheiro e atrapalhando até o fluxograma da carreira de outros marítimos que são recém-formados. Isso ajuda a quem vem a progredir na carreira”, explica.
Hussam decidiu dar o nome da turma de Odílio Garcia para manter viva a história do herói. “É uma história que poucos conhecem, que deveria ser mais difundida. A turma tinha muita gente de fora, mas também da nossa região, e o pessoal não sabia quem era Odílio Garcia”, conta.
Para compartilhar a história com os colegas de classe, Hussam buscou informações no livro “Itajaí em chamas”, do historiador Magru Floriano. “O livro conta a história do episódio trágico e que esse herói salvou a nossa cidade. Ele também era da Marinha Mercante, como nós íamos nos formar. Só que ele era do setor de máquinas, nós somos do setor de convés”, finalizou.
Tragédia evitada
No dia 2 de fevereiro de 1965, Odílio trabalhava no navio Petrobras Norte, que abastecia tanques de gás da Liquigás, no bairro Cordeiros, em Itajaí, quando uma mangueira de gás se soltou, provocando uma forte explosão e um incêndio intenso. O risco era de uma tragédia gigantesca, já que a área tinha vários tanques de combustíveis próximos.
Para impedir que o fogo se espalhasse ou causasse uma explosão ainda maior, Odílio entrou no navio em chamas, localizou e abriu manualmente as válvulas de gás que alimentavam o fogo. A ação foi decisiva para evitar que a grande quantidade de gás no navio causasse uma explosão que poderia ter destruído o navio e boa parte dos arredores da cidade.
Odílio teve 90% do corpo queimado, foi levado ao Hospital Marieta Konder Bornhausen, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no dia seguinte. Odílio Garcia também foi eternizado dando nome ao Parque Naútico Odílio Garcia, que fica no bairro Cordeiros e próximo do local onde iniciou o incêndio.
Franciele Marcon
Fran Marcon; formada em Jornalismo pela Univali com MBA em Gestão Editorial. Escreve sobre assuntos de Geral, Polícia, Política e é responsável pelas entrevistas do "Diz aí!"