O Procon de Santa Cataria atua para identificar se há bebidas falsificadas contaminadas com metanol no estado. Em São Paulo, além das mortes já confirmadas pelo governo estadual, foram nove pessoas internadas desde junho por envenenamento e há 15 casos suspeitos de intoxicação em investigação.
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O governo paulista confirmou que uma das mortes tem a ver com consumo de bebida contaminada e apura a origem das outras fatalidades. Na terça-feira, foram apreendidas em vários locais da capital paulista 112 garrafas de vodca que podem ser falsas. O Ministério da Justiça diz que pode haver distribuição de bebidas contaminadas para outros estados. A Polícia Federal investiga uma possível rede de distribuição.
“Na hora de consumir algum produto, verifique a embalagem ou se há erros de português no rótulo. Isso são indícios de bebidas falsificadas. Tendo qualquer sintoma, além de procurar um médico, denuncie ao Procon/SC. Estaremos recebendo essas informações para apurar todos os casos”, afirma a diretora do Procon/SC, delegada Michele Alves.
Segundo nota divulgada pelo Ministério da Justiça, os casos “apresentam padrão inédito e diverso” justamente por afetar diferentes tipos de bebidas, como gin, uísque, vodca, entre outros. A intoxicação por metanol, além de risco sanitário coletivo, caracteriza emergência médica de extrema gravidade.
O Procon/SC diz que reforça sua atuação no combate a produtos falsificados e contrabandeados e informa que tem feito fiscalizações para investigar medicamentos, vestuário, brinquedos e bebidas alcoólicas. Um treinamento para identificação e combate a bebidas alcoólicas falsificadas será realizado em novembro pra fiscais dos Procons em todas as cidades.
Além disso, o Colegiado Nacional dos Procons Estaduais (Cnpe), da qual a diretora do Procon catarinense é vice-presidente, estuda o tema para alcançar um padrão nacional de combate a bebidas falsificadas. Além dos casos registrados, a chance de ter casos não notificados é alta. Por isso, o Procon ressalta das denúncias.
Canais de atendimento:
- Procon/SC: (48) 3665 9046 – Atendimento virtual da Catarina
- Disque-Intoxicação da Anvisa: 0800 722 6001
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- Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina: 0800-643-5252 (emergência) ou (48) 3721-9083
- Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (CCI): 0800-771-3733
- Zap Denúncia: (48) 3665-9057
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- Central 151
Orientações ao consumidor
Além dos telefones de emergência, o consumidor precisa saber que o metanol não tem cheiro, não tem cor e não altera o sabor da bebida, sendo difícil de ser percebido. Não é recomendável fazer “testes caseiros” para identificar a substância, como cheirar a bebida, pois a confirmação só é possível em laboratório.
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O Procon orienta a compra de bebidas em fontes confiáveis, sempre com a exigência de nota fiscal ou comprovação de origem. A falsificação ou adulteração de bebidas constitui crime previsto no Código Penal e na lei 8.137/90 e prevê prisão e multa aos responsáveis.
Sinais de alerta:
- Bebidas alcoólicas com preços muito abaixo do mercado
- Ponto de venda informal
- Embalagens com rótulo mal impresso, torto ou com erros de português
- Ausência de CNPJ, lote ou data de validade
- Lacre violado
- Vidro com rebarbas
- Turvação ou alteração de cor em bebidas que deveriam ser transparentes, como vodca e gin.
Sintomas
Os sintomas de envenenamento por metanol podem começar entre seis e 12 horas após a ingestão. Os sinais são parecidos com uma ressaca comum, por isso a busca por socorro emergencial, em até seis horas do início dos sintomas, é fundamental pra evitar o agravamento da situação.
Primeiros sintomas (até seis horas do consumo):
Dor abdominal intensa, sonolência, falta de coordenação, tontura, náuseas, vômitos, dor de cabeça, confusão mental, taquicardia e pressão arterial baixa
Sintomas entre seis e 24 horas após o consumo:
Visão turva, fotofobia, visão embaçada, pupilas dilatadas, perda da visão das cores, convulsões e coma.
Casos graves:
Cegueira irreversível, choque, pancreatite, insuficiência renal, necrose de gânglios, tremor, rigidez, lentidão dos movimentos e morte.
Orientações aos vendedores
Uma nota técnica da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) orienta os donos de bares, restaurantes, casas noturnas, hotéis, organizadores de eventos, mercados, atacarejos, distribuidoras, plataformas de comércio eletrônico e aplicativos de entrega sobre a prevenção e resposta a riscos de adulteração de bebidas com metanol.
Entre as medidas estão comprar bebidas de fornecedores regulares e exigir nota fiscal, fazer a conferência de marca, produto, teor alcoólico, volume e número de lotes indicados na nota com as informações dos rótulos e caixas, e não receber garrafas violadas, sem identificação do fabricante e com indícios de irregularidades.
Se o fornecedor identificar algo suspeito, ele deve interromper imediatamente a venda do lote envolvido, registrar horário e responsáveis, preservar as evidências e guardar uma amostra para perícia.
Na região de Itajaí e BC, bares já se movimentam pra destacar aos clientes a origem de seus produtos. Em Balneário Camboriú, o Tribus Bar, divulgou comunicado em que lista os fornecedores da casa. “Trabalhamos exclusivamente com fornecedores oficiais e marcas reconhecidas no mercado, todos com nota fiscal, lacre de fábrica e procedência comprovada”, informou.