SANTA CATARINA
Reunião termina sem acordo e greve da Celesc vai pra Justiça do Trabalho
Negociações vão seguir com mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT)
João Batista [editores@diarinho.com.br]

A greve dos trabalhadores da Celesc, que completa uma semana nesta segunda-feira, será discutida no Ministério Público do Trabalho (MPT). A solicitação foi feita pelas entidades sindicais após as últimas reuniões, na quinta e na sexta-feira, terminarem sem acordo entre a categoria e a direção da empresa.
Os representantes sindicais criticaram que a empresa não apresentou nenhuma proposta nova nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2025/2026. O principal ponto debatido foi o pagamento do anuênio, benefício retirado pela Celesc em 2016 para novos contratados.
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O anuênio é um adicional pago por tempo de serviço, correspondente a 1% do salário-base acrescido a cada ano trabalhado. A Celesc explica que o benefício foi extinto na época, em comum acordo entre as partes, devido à manutenção da concessão da Celesc Distribuição e porque o adicional já tinha deixado de ser uma prática de mercado.
Os sindicatos dos eletricitários defendem o pagamento do anuênio para todos os trabalhadores, garantindo igualdade na remuneração de funcionários que têm a mesma função. Hoje, 52% da categoria não recebem o adicional. Segundo a Celesc, a concessão do benefício somaria R$ 787 milhões, gerando “impactos significativos na sustentabilidade da empresa”.
A Celesc reafirmou o compromisso de buscar uma solução responsável e equilibrada para manter a saúde financeira. “A Companhia apresentou números, trouxe novas análises e simulou diferentes cenários a partir das propostas apresentadas pela Intercel, reforçando que a questão deve ser tratada com cautela”, informou em nota.
Trabalhadores esperavam nova proposta
Os sindicatos esperam uma nova proposta da Celesc na reunião de sexta-feira, mas não houve avanços. A empresa argumenta que o pacote já apresentado na semana anterior traz melhorias concretas nos benefícios e nas condições de trabalho, como reajuste do vale-alimentação, um vale extra no início de 2026, reajuste salarial e de outros direitos pelo índice de inflação.
Segundo a empresa, a proposta garante a reposição integral da inflação em todos os direitos do ACT e não retira ou reduz nenhum benefício. “A empresa também reforçou compromissos com a estabilidade do quadro de pessoal, a renovação de benefícios tradicionais e a manutenção de programas de saúde, bem-estar e acessibilidade para todos os empregados”, completou a Celesc.
Com a falta de consenso, os eletricitários prometem intensificar a mobilização pelo estado. A categoria mantém apenas serviços de urgência e emergência. Os atendimentos nas lojas seguem suspensos. A Celesc orienta que os clientes usem os canais online, por aplicativo e via WhatsApp para serviços como segunda via e pagamento de conta.
João Batista
João Batista; jornalista no DIARINHO, formado pela Faculdade Ielusc (Joinville), com atuação em midia impressa e jornalismo digital, focado em notícias locais e matérias especiais.