POLUIÇÃO
Emasa investiga substância tóxica que apareceu no rio Camboriú
Amostras de água foram colhidas para análises de laboratório
João Batista [editores@diarinho.com.br]

A presença de uma substância tóxica que apareceu no rio Camboriú e chegou a interromper a captação e tratamento de água pela Emasa na sexta-feira é investigada pela Emasa, com acompanhamento do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (Ima). O órgão estadual, junto com outras entidades, fez vistoria e fiscalizou áreas próximas ao ponto de captação no trabalho pra esclarecer a ocorrência.
O acompanhamento envolve as prefeituras de Balneário Camboriú e Camboriú, a Emasa, a Fundação de Meio Ambiente de Camboriú (Fucam), a empresa Ambipar e o colegiado de secretários de Meio Ambiente da Amfri, entre outros órgãos. A situação segue sendo monitorada e com ações de contenção, coleta de amostras e mapeamento do curso do rio.
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Segundo o relatório do secretário de Meio Ambiente de Balneário Camboriú e presidente do colegiado de Meio Ambiente da Amfri, Nelson Oliveira, a resposta foi imediata após a detecção da poluição. Ainda na sexta-feira houve mobilização de órgãos regionais e estaduais e encaminhamento de amostras para análise com apoio do Ima.
À noite, a Ambipar, prestadora de serviços à Petrobras, instalou barreiras de contenção no leito do rio, em parceria com a Emasa, prevenindo maior dispersão do material tóxico. Já no sábado, as ações contaram com a presença de técnicos do Ima de Florianópolis e de Itajaí. Junto com técnicos das prefeituras, eles realizaram mapeamento fluvial e terrestre e vistorias aéreas com drones.
O gerente de Fiscalização e Emergências Ambientais do Ima, Anderson Ricardo Staub, acompanhou a ocorrência e destacou que a investigação segue em andamento. “No sábado já não havia resquícios visíveis de lançamentos irregulares. Agora é aguardar as análises do laboratório para avançar na investigação”, comentou.
Segundo ele, uma das dificuldades será encontrar a origem da poluição. “É uma ocorrência de difícil rastreamento por não haver um ponto de lançamento, entretanto vamos seguir monitorando e fiscalizando as margens com objetivo de evitar novas ocorrências”, disse.
As investigações poderão identificar o responsável e as causas do lançamento da substância no rio Camboriú. Segundo a equipe técnica do Ima, as coletas foram feitas pela Emasa, sendo que o órgão estadual acompanha e também aguarda os resultados das análises.
Retomada do abastecimento
A Emasa retomou o tratamento e o abastecimento de água no sábado, após a instalação da barreira de contenção. A Emasa confirmou, por laudo do laboratório Beckhauser & Barros, credenciado pelo Ima, que a água no município está dentro dos parâmetros de qualidade. “Não foram detectados coliformes ou escherichia coli, e os índices de turbidez, pH, nutrientes e metais encontram-se em conformidade. O fósforo total (0,094 mg/L) está próximo do limite para ambientes lóticos (0,10 mg/L), mas ainda dentro do permitido”, informou a Emasa. O laudo aponta nível elevado de matéria orgânica na água bruta, indicador de possível presença de esgoto no manancial. A condição, embora não impeça o tratamento de remover contaminantes, reforça a necessidade de ações preventivas e de atenção redobrada.
Sobre a paralisação da captação, a Emasa frisou que a medida seguiu protocolos operacionais. “Agimos rapidamente para identificar o risco e só retomamos o tratamento quando tivemos a certeza da segurança”, disse o diretor técnico Jefferson Andrade. A investigação sobre a origem da contaminação continua. “A Emasa segue acompanhando a investigação e manterá a população informada sobre o andamento do caso”, informa.
Ao DIARINHO, o Ima explicou que, conforme as informações coletadas pelos fiscais no local, verificou-se acúmulo de óleo não derivado de petróleo e espuma, o que pode indicar algum lançamento, ainda não identificado, a montante do ponto de captação, afetando o rio Camboriú. “Até o momento, não foi identificado o ponto exato do lançamento nem o possível responsável. A Emasa relatou que realizou coleta de amostras da água para análise, tendo sido solicitadas cópias dos resultados”, esclareceu.
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João Batista
João Batista; jornalista no DIARINHO, formado pela Faculdade Ielusc (Joinville), com atuação em midia impressa e jornalismo digital, focado em notícias locais e matérias especiais.