O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) firmaram nesta sexta-feira, um acordo inédito com uma empresa norte-americana especializada no rastreamento de transações em blockchain. A parceria garante acesso temporário à ferramenta Reactor, suporte técnico e treinamento para equipes de investigação.

O objetivo é reforçar a apuração de crimes financeiros digitais, como golpes com criptomoedas, lavagem de dinheiro e outras operações ilegais que usam a tecnologia blockchain para esconder a origem e o destino dos valores. A ferramenta permitirá rastrear transações, mapear conexões entre envolvidos e dar mais agilidade aos trabalhos.

No MPSC, o uso ficará a cargo do CyberGAECO, enquanto no MPRJ será operado pela Coordenadoria de Inteligência da Investigação (CI2). Para a Procuradora-Geral de Justiça de SC, Vanessa Wendhausen Cavallazzi, o acordo é um “divisor de águas” no combate ao crime. “Temos que optar pelo caminho do estrangulamento financeiro dessas organizações criminosas, e essa ferramenta vai turbinar a persecução penal em lavagem de capitais”, afirmou.

O Procurador-Geral de Justiça do MPRJ, Antonio José Campos Moreira, destacou que a criminalidade na internet exige tecnologia de ponta para ser combatida. Já o coordenador do CyberGAECO, promotor Eliatar Silva Junior, ressaltou que o sistema poderá ser usado também em investigações de crimes como pornografia infantil, tráfico de drogas e estelionatos digitais.