Uma operadora de caixa de 29 anos, grávida de seis meses, denunciou que desde que descobriu a gestação vinha sofrendo assédio moral e perseguição do gerente da unidade do bairro São Vicente. Ela enfrenta uma gravidez de risco e mesmo com laudos e prontuários médicos seu superior dizia que ela estava inventando a gestação e que os exames seriam falsos.
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Ela chegou a ser ameaçada pelo gerente do supermercado e já registrou dois boletins de ocorrência contra o homem. Em uma das vezes, ela foi colocada para fora do Fort, à força, porque se recusou ...
Ela chegou a ser ameaçada pelo gerente do supermercado e já registrou dois boletins de ocorrência contra o homem. Em uma das vezes, ela foi colocada para fora do Fort, à força, porque se recusou a pegar peso. “Os próprios policiais mandaram eu procurar meus direitos”, contou. Os maus tratos acontecem desde abril e se tornaram recorrentes na vida profissional da gestante.
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Atestado médico
Desde o dia 18 de junho, a operadora de caixa tem um atestado para evitar esforços físicos, incluindo levantamento de peso e movimentação exagerada. No próprio atestado, é informado que a gestante não precisa ser afastada das atividades laborais, apenas necessita de adequações no serviço.
Uma das coisas mais comuns na gravidez é a necessidade constante de urinar. Até isso estava sendo controlado pelo gerente e precisou ser colocado no atestado médico.
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Segundo a grávida, ela teve infecção urinária por ser impedida de ir ao banheiro. “Ele falou que eu estava passeando demais e que não iria mais no banheiro. Fiquei quase duas horas sem poder ir ao banheiro”, relatou.
Um atestado do dia 7 de abril trouxe a seguinte recomendação: “Paciente gestante necessita liberação para ir ao banheiro quando necessário e para se alimentar”. Até quantas vezes ela fazia refeição era controlado.
O caso foi denunciado à Polícia Civil. No boletim de ocorrência, a funcionária relatou que não é liberada para se alimentar, só podendo fazer uma refeição após as 17h.
Surpresa e repúdio
A reportagem do DIARINHO ouviu o Fort Atacadista, que se surpreendeu com as ações do gerente da unidade do São Vicente. Em nota, o supermercado informou que o funcionário já foi demitido.
De acordo com a empresa, um processo interno será aberto para apurar os detalhes do caso. O supermercado ainda repudiou veemente o comportamento do ex-funcionário.
O Fort Atacadista ressaltou que treina constantemente suas equipes para garantir o acolhimento dos colaboradores diante das mais diversas necessidades. A empresa ainda destacou que “tem o respeito e a empatia entre seus valores inegociáveis”.