TRAGÉDIA EM SANTA CATARINA

Queda de balão em chamas mata oito turistas em Praia Grande

Todas as vítimas fatais foram identificadas; velórios começaram no domingo

Balão em chamas caiu próximo de posto de saúde de Praia Grande; 13 vítimas conseguiram saltar e sobreviver
Balão em chamas caiu próximo de posto de saúde de Praia Grande; 13 vítimas conseguiram saltar e sobreviver

A Polícia Científica de Santa Catarina divulgou a lista oficial com o nome das oito vítimas fatais da tragédia com um balão de ar quente, em Praia Grande, na manhã de sábado. A Polícia Civil já iniciou a investigação da tragédia, enquanto a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o Ministério do Turismo vão apurar o acidente, e também discutir a regulamentação do balonismo no Brasil.

Os corpos das vítimas fatais foram identificados por meio da perícia e liberados para os funerais que aconteceram em cidades de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Treze ocupantes do ...

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Os corpos das vítimas fatais foram identificados por meio da perícia e liberados para os funerais que aconteceram em cidades de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Treze ocupantes do balão sobreviveram ao acidente, cinco precisaram de atendimento médico e foram levados ao hospital de Praia Grande.

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A Polícia Civil trabalha com uma linha principal de investigação. A suspeita é que o incêndio tenha começado no próprio cesto do balão, possivelmente causado por um maçarico que não fazia parte da estrutura original da aeronave.

Esse foi o relato de mais de um dos ouvidos ao delegado que investiga o caso. As vítimas que sobreviveram ao acidente conseguiram se salvar porque pularam do balão.

Quem não conseguiu sair morreu com os ferimentos causados pelo fogo ou pela queda, ao saltar para fugir das chamas. “O piloto e outras 12 pessoas conseguem sair do balão, mas outras pessoas não conseguem, e, novamente, o balão acaba subindo involuntariamente”, disse o delegado-geral Ulisses Gabriel, chefe da Polícia Civil de Santa Catarina.

“A partir daí, quando ele [o balão] está numa certa altura, algumas pessoas acabam pulando. Três pessoas não pularam e acabaram morrendo abraçadas”, revelou. O local da queda do balão, próximo a um posto de saúde na área rural de Praia Grande, passou por perícia no final de semana.

Piloto tinha experiência

A empresa Sobrevoar Serviços Turísticos, dona do balão, manifestou solidariedade e respeito às vítimas. “Neste momento, expressamos nossos sentimentos aos familiares das vítimas, oferecendo nosso total apoio e nossas preces, colocando-nos à disposição para auxiliar em tudo o que for necessário”, diz o texto.

A empresa afirmou que cumpria todas as normas da Anac e que o piloto tinha “ampla experiência” e “tentou salvar todos a bordo”. Fundada em setembro de 2024, a Sobrevoar tinha autorização da prefeitura e está com as atividades suspensas por tempo indeterminado após o acidente.

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Governador e presidente lamentam

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, publicou nota afirmando que “estamos todos consternados com essa tragédia. As equipes seguem prestando todo o apoio necessário às famílias”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também publicou nota oficial, lamentando as mortes e colocando o governo federal à disposição das autoridades estaduais e municipais.

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“Quero expressar minha solidariedade às famílias das vítimas do acidente ocorrido com um balão na manhã deste sábado em Santa Catarina. E colocar o governo federal à disposição das vítimas e das forças estaduais e municipais que atuam no resgate e no atendimento aos sobreviventes”, diz o texto da nota, publicada nos perfis verificados do presidente nas redes sociais.

Sem regulamentação

A Anac informou ainda no sábado que está verificando a situação do balão que pegou fogo. Atualmente, o balonismo é praticado no Brasil como “atividade aerodesportiva”, esclareceu a Anac. Portanto, os voos de balão são feitos “por conta e risco dos envolvidos”. Não existe no país nenhuma habilitação técnica para pilotos de balão de ar quente nem certificação para atestar a segurança das aeronaves.

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Já o Ministério do Turismo informou em nota oficial que pretende avançar nesta semana em reunião com entidades interessadas na regulamentação da exploração do balonismo para fins turísticos no país. “A expectativa é que haja um avanço significativo nesse processo, em decorrência de uma reunião com as entidades envolvidas no tema”, informou a pasta.

Segundo o Ministério, o objetivo é fazer com que o país “possua uma regulamentação específica e clara para a operação de voos de balão em atividades turísticas, visando garantir a segurança dos praticantes e impulsionar o desenvolvimento desse segmento no Brasil”.

O Sebrae está envolvido nas discussões. As prefeituras de Praia Grande e da vizinha Torres (RS), região brasileira do balonismo, dizem buscar há anos regulamentação e maior profissionalização da atividade, diante do aumento da prática e do impacto dos passeios turísticos sobre a economia regional. As duas cidades estão numa região com cânions de grande beleza cênica, além de terem condições geográficas e meteorológicas propícias pro balonismo.

A Confederação Brasileira de Balonismo, em nota, esclareceu ter como objetivo fomentar a prática esportiva do balonismo, mas sem possuir qualquer competência para regular ou fiscalizar passeios turísticos. “Seguiremos atentos aos desdobramentos do caso e disponíveis para apoiar no que estiver ao nosso alcance, dentro das atribuições que nos cabem legalmente”, diz o texto do presidente da CBB, Johny Alvarez.

Adeus às vítimas

Fabio Luiz Izycki, 42 anos, e Juliane Jacinta Sawicki, 36: o bancário e a engenheira agrônoma, ambos gaúchos, eram namorados. O velório e o sepultameto de Juliane aconteceram na comunidade Rui Barbosa, na cidade de Carlos Gomes, no Rio Grande do Sul, no domingo. Não há informações sobre o velório de Fabio.

Leandro Luzzi, 33 anos: o patinador artístico era diretor técnico da Federação Catarinense de Patinação Artística e fundador de uma escola da modalidade em Brusque. Atuava como técnico da seleção brasileira e fazia o passeio com o namorado, que sobreviveu. O velório e o sepultamento ocorreram em Indaial.

Everaldo da Rocha, 53 anos, e Janaina Moreira Soares da Rocha, 46: o casal fazia o passeio com os filhos, que sobreviveram. O velório começou às 9h30 de domingo no cemitério Parque Jardim das Flores, em Joinville, no norte catarinense.

Leane Elizabeth Herrmann, 70 anos: fazia o passeio com a família. O funeral ocorre neste domingo em Concórdia, no meio-oeste catarinense.

Leise Herrmann Parizotto, 37 anos: médica de um posto de saúde em Blumenau, estava no passeio com a mãe, Leane. As duas são veladas juntas em Concórdia.

Andrei Gabriel de Melo, 34 anos: oftalmologista de Fraiburgo, no oeste de Santa Catarina. O velório acontece na câmara de vereadores do município desde às 14h de domingo, com sepultamento previsto para as 9h desta segunda-feira.

Oito pessoas morreram no acidente com o balão
Oito pessoas morreram no acidente com o balão

 

Os sobreviventes

Elvis de Bem Crescêncio (piloto)

Leciane Herrmann Parizotto

Thayse Elaine Broedbeck Batista

Marcel Cunha Batista

Claudia Abreu

Rodrigo de Abreu

Victor Hugo Mondini Correa

Laís Campos Paes

Tassiane Francine Alvarenga

Sabrina Patrício de Souza

Fernando da Silva Veronezi

Leonardo Soares Rocha

Luana da Rocha



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