Segundo ela, Cristina Angioletti, eleita como segunda princesa, seria sobrinha do vice-prefeito de Itajaí, Rubens Angioletti. Ana Júlia também questiona a eleição da rainha, Yasmin Rafaela Back, alegando que a jovem tem vínculos pessoais com duas juradas: Camilly Ceccon, atual Miss Itajaí, e Marlise Ceccon Rocha, empresária do setor moveleiro.
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De acordo com Ana Júlia, fotos divulgadas nas redes sociais comprovariam a amizade entre a rainha e as juradas. “Depois que a gente viu as fotos, percebemos que a rainha é a melhor amiga da Miss Itajaí. E quem estava de jurada era a Miss Itajaí junto com a mãe dela”, afirmou.
Ela também alegou que a líder comunitária da Canhanduba, bairro da rainha eleita, esteve presente na mesa dos jurados durante o concurso, o que, segundo ela, fere o princípio de isenção.
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Outro ponto levantado foi um erro no anúncio da primeira princesa. Ana Júlia contou que, durante a cerimônia, a apresentadora Flávia Jordão anunciou Maria Eduarda Bernardes como vencedora da faixa. No entanto, nos bastidores, a secretária de Agricultura, Flávia Sehn, teria demonstrado surpresa ao ouvir o resultado e dito que a vencedora correta seria Gabriela de Souza.
Ainda segundo Ana Júlia, que diz ter presenciado a conversa, houve um momento de hesitação, mas a decisão foi manter o resultado como estava. “Foi uma falta de respeito com todas as candidatas. Ficou a sensação de que foi algo comprado”, afirmou.
Ana Júlia também relatou que, antes do concurso, a própria secretária Flávia Sehn teria ido até a casa de Yasmin Back para convidá-la pessoalmente para participar da disputa.
Prefeitura nega irregularidades
Procurada, a Prefeitura de Itajaí negou todas as acusações. Informou que os jurados foram escolhidos por critérios técnicos, com base na experiência em concursos de beleza, moda, oratória e eventos públicos.
Sobre a votação, a administração explicou que cada jurado preencheu sua ficha individualmente. As fichas foram lacradas em envelopes e levadas para a secretaria de Agricultura, onde a apuração foi feita por um servidor da secretaria de Comunicação, com uso de uma planilha no Excel.
Segundo a prefeitura, o processo seguiu as regras do regulamento oficial. No caso da segunda princesa, houve empate entre duas candidatas, e o critério de desempate foi o voto de Minerva do presidente do júri, como previsto nas normas do concurso.
A administração confirmou a existência de uma planilha oficial com os votos, mas informou que o documento não será divulgado para proteger a privacidade das candidatas. Também reforçou que nenhuma denúncia formal foi registrada até o momento.
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Sobre a indicação das candidatas, a prefeitura explicou que as representantes são escolhidas pelas próprias comunidades rurais, por meio de seus líderes locais, sem interferência do executivo.
Quanto ao suposto parentesco entre Cristina Angioletti e o vice-prefeito, a prefeitura declarou que “não há fundamentos em nenhuma das alegações apresentadas”.