SAÚDE

Maternidade humanizada do SUS deve sair do papel em Itajaí

Reunião com prefeito discutiu medidas para o avanço do projeto

Unidade é prevista para o São Vicente, com proposta de atendimento diferenciado (Foto: Arquivo/Divulgação)
Unidade é prevista para o São Vicente, com proposta de atendimento diferenciado (Foto: Arquivo/Divulgação)
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O projeto da “maternidade humanizada de Itajaí”, com recursos do Novo PAC do governo federal, vai sair do papel. O compromisso pra continuidade dos trâmites burocráticos pra construção da obra foi assumido pelo prefeito Robison Coelho (PL). Ele aceitou avançar com o projeto em reunião na quarta-feira.

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Participaram da conversa o vereador Bruno da Saúde (MDB), o procurador-geral do município, Márcio Cristiano Dornelles Dias, e a secretária municipal de Saúde, Mylene Lavado. Na reunião ...

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Participaram da conversa o vereador Bruno da Saúde (MDB), o procurador-geral do município, Márcio Cristiano Dornelles Dias, e a secretária municipal de Saúde, Mylene Lavado. Na reunião foram apresentados dados sobre a demanda atual na maternidade do hospital Marieta Konder Bornhausen e a proposta da nova maternidade.

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“O hospital Marieta, nos últimos dois anos, realizou cerca de sete mil partos. Desses, cinco mil partos poderiam ter sido realizados numa maternidade humanizada, com cuidado diferente”, destacou o vereador Bruno. Defensor do projeto, ele explica que a maternidade do Marieta não deixará de existir com a nova obra. “São focos diferentes. A maternidade com foco na humanização, no cuidado da mãe e do bebê, para pacientes de baixa complexidade e o hospital Marieta manterá a sua maternidade para a alta complexidade”, esclareceu.

Segundo o vereador, agora o prefeito vai dar andamento aos trâmites para iniciar a construção da nova maternidade. “Nos próximos dias, o prefeito deve encaminhar a documentação da Prefeitura de Itajaí, que ainda estava faltando, ao Ministério da Saúde e logo depois assinar o convênio com a Caixa Econômica Federal pra ter a liberação [dos recursos]”, informa.

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O município ficará responsável pela construção da maternidade, com o governo federal repassando apenas os recursos conforme o avanço das etapas das obras. O cronograma de trabalho apresentado pela prefeitura na reunião prevê o lançamento da licitação para agosto, com início das obras em 2026. O prazo pra conclusão tem previsão de 12 meses.

A futura maternidade será construída em terreno público na avenida Adolfo Konder, perto da Escola Estadual Elfrida Cristino da Silva, no bairro São Vicente. Além da obra, a prefeitura fará a instalação de equipamentos. “Mas todos esses recursos, tanto para a construção [quanto] equipamentos, já estão garantidos pelo governo federal através do PAC”, frisou Bruno da Saúde.

O investimento da prefeitura no projeto é com a disponibilização do terreno para a obra. A gestão da futura maternidade ficará com o município, com atendimento 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS), se tornando a primeira maternidade pública municipal de Itajaí.

O projeto foi contemplado no Novo PAC em 2024, com a destinação de R$ 153 milhões para as obras e equipamentos. A estrutura terá oito mil metros quadrados, com centros cirúrgico e obstétrico, casa da gestante, banco de leite, diagnóstico por imagem, UTIs materna e neonatal, enfermarias e alojamentos, além de 100 leitos para partos humanizados.

Proposta de atendimento diferenciado 

O atendimento no local deve aliviar a demanda da maternidade do hospital Marieta, que é gerido pelo estado, atende toda a região da Amfri e é hoje a única opção pelo SUS para as gestantes de Itajaí. O projeto da maternidade municipal foi o único de Santa Catarina que ganhou recursos do PAC da Saúde, que contemplou 36 unidades em 21 estados.

A proposta da nova unidade é dar apoio emocional e físico às gestantes durante o trabalho de parto, com ações que promovam o vínculo mãe-bebê desde os primeiros momentos de vida. A maternidade seguirá o padrão do PAC da Saúde, com espaços para as equipes multiprofissionais, ambientes com controle de luminosidade, temperatura e ruídos.

A estrutura também terá áreas de parto com métodos naturais de alívio da dor, equipados com itens como bola de Bobath, escadinha e banheira. Outro espaço será pra gestantes e mães que necessitem de acompanhamento, mesmo sem internação e pra acolher mães de bebês internados que moram longe.

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Polêmica em abril

Apesar da importância do projeto, em abril a obra virou polêmica nas redes sociais, com críticas do vice-prefeito Rubens Angioletti (PL). Ele disse que a cidade não precisaria de mais uma maternidade e sugeriu o uso dos recursos pra construção de uma UPA pra atender a região do bairro Santa Regina, o que demandaria o envio de novo projeto. 

Na ocasião, o vereador Bruno da Saúde usou a tribuna pra defender o projeto do governo federal diante das dificuldades enfrentadas pelas mulheres que contam hoje somente com o hospital Marieta. O avanço do projeto, porém, esbarrou no custo mensal pra manter a maternidade, de R$ 12 milhões, com contrapartida de R$ 1 milhão do governo federal.

A prefeitura explicou, na época, que o projeto não foi recusado e que nem devolveu recurso porque o processo não tinha chegado na fase de contrato. A divisão da conta seria discutida com a Amfri e o governo estadual. Considerando que a nova maternidade atenderia cidades vizinhas, Itajaí buscaria acordo pra obter ajuda de custeio dos municípios da região.

Secretária de Saúde informou que o projeto foi retomado em março (Foto: Divulgação)

 

Prefeitura de Itajaí explica "mudança de ideia" sobre maternidade 

Em entrevista coletiva na tarde de quinta-feira, o vice-prefeito Rubens Angioletti (PL) e a secretária de Saúde, Mylene Lavado, falaram dos próximos passos do projeto. Rubens explicou que quando o novo governo assumiu a prefeitura neste ano, já acompanhou o assunto. 

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“Nós nos deparamos com um primeiro documento, feito em maio de 2024, no governo passado, rejeitando a maternidade, encaminhado ao Ministério da Saúde, tendo em vista o alto custo pra mantê-la”, disse. 

Em outro documento, de junho de 2024, ele informou que secretários de saúde da Amfri também demonstraram desistência da construção e da divisão dos custos que, pelos cálculos do governo atual, seriam maiores que os estimados em R$ 12 milhões mensais. 

Conforme o vice-prefeito, houve tratativa junto ao governo federal, no Ministério da Saúde, pra tentar usar os recursos para as UPAs, embora o dinheiro já estivesse “carimbado” pra nova maternidade. 

“Como a gente viu que a dificuldade é muito grande pra mudar, obviamente que a gente não vai perder o recurso. Nós vamos construir a maternidade aqui e depois a gente vai ter que chamar todo mundo pra ver como é que nós vamos pagar”, afirmou.

A secretária de Saúde informou que o projeto foi retomado em março, com e-mail ao Ministério da Saúde, dizendo que o município não concordava com a desistência e tocaria o processo. Desde então, teve várias reuniões e envio da maioria das documentações pro PAC Saúde, faltando o projeto físico da maternidade. 

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“Neste momento, a gente está dando os encaminhamentos e nós vamos saber a resposta do ministério em relação a realmente fazermos ou não a maternidade, ali por meados de outubro, se formos realmente aprovados ou não”, destacou.

Acordo prevê um período de transição entre a prefeitura e o estado (Foto: João Batista)

 

Governo de SC assume gestão do Ruth

O processo de estadualização do Hospital Municipal Ruth Cardoso, de Balneário Camboriú, foi apresentado pela prefeita Juliana Pavan (PSD) e pela secretária de Saúde, Aline Leal, na quinta-feira. O município detalhou o protocolo de intenções assinado com o governo estadual na quarta, que passa o hospital para as mãos do governo de SC. Segundo a prefeitura, o atendimento será mantido de portas abertas pras cidades da região. 

A mudança não vale de imediato. O acordo prevê um período de transição entre a prefeitura e o estado. A estadualização leva em conta as dificuldades enfrentadas pelo município na gestão e no custeio da unidade, que é municipal, mas atende às cidades vizinhas.

A reorganização administrativa do hospital prevê o lançamento de um edital, em breve, pra contratação na nova gestão do Ruth Cardoso, e promessa de melhorias no atendimento e qualificação dos profissionais. A expectativa é que a transição aconteça até setembro, segundo a Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina.




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