A polêmica envolvendo o padre Fábio de Melo e o ex-gerente da cafeteria Havanna, em Joinville, teve novos desdobramentos. Jair José Aguiar da Rosa entrou com ação contra o religioso e anunciou que também vai processar a empresa. Ele afirma ter sido demitido após a repercussão de um vídeo nas redes sociais. A informação foi divulgada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Turismo, Hospitalidade e de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Sitratuh), por meio de postagem no Instagram.

Segundo o advogado do ex-funcionário, Eduardo Tocilo, a empresa teria responsabilizado apenas o trabalhador para conter os efeitos da repercussão online. “Na tentativa de se blindar, jogaram toda a culpa em cima do empregado”, declarou o defensor.

Jair foi desligado do cargo quase um mês após o episódio, que envolveu uma discussão sobre doce de leite na cafeteria. Ele afirma que não teve contato com o padre no momento da confusão. “Não falei com ele, nem ele falou comigo. Quem questionou o doce de leite foi um rapaz forte, de regata vermelha. As câmeras de segurança mostram isso”, disse Jair em entrevista ao programa Tá na Hora, do SBT, na última quinta-feira.

O ex-gerente contou que a situação afetou sua saúde emocional. Diagnosticado com três síndromes ligadas à exposição pública, afirmou que entrou em depressão e precisou trancar a faculdade, a três meses da conclusão do curso. “Minha vida virou do avesso. Tenho medo de sair na rua, sinto muita vergonha”, desabafou.

Em nota enviada ao programa, padre Fábio de Melo se manifestou. “Nunca levantei minha voz com a intenção de ferir ou prejudicar alguém”, escreveu. Ele criticou os julgamentos precipitados nas redes sociais e afirmou que, se causou algum mal, deseja dialogar. “O amor é sempre oferecer e perdoar”, disse.

O caso, que começou com um mal-entendido aparentemente simples, evoluiu para uma disputa judicial, com acusações de exposição indevida, demissão sem justificativa e danos à saúde mental. As ações judiciais seguem em andamento.