PENHA

Servidoras da Câmara abrem guerra contra vereadora

Manu (PP) alega que 10 servidoras do Legislativo não têm provas, mas todas são unânimes na queixa

Câmara enfrenta segundo episódio polêmico envolvendo parlamentar e ativista da causa animal (Fotos Arquivo/CVP)
Câmara enfrenta segundo episódio polêmico envolvendo parlamentar e ativista da causa animal (Fotos Arquivo/CVP)

Uma sequência de denúncias coloca a vereadora Emanoelly Rodrigues da Silva, a Manu do Adote Penha (PP), no centro de uma polêmica na Câmara de Vereadores. Em documento protocolado e assinado por funcionárias efetivas, são relatados episódios de assédio moral, constrangimento, intimidação e uso indevido de prerrogativas parlamentares que, segundo as denunciantes, têm prejudicado o ambiente de trabalho e afetado a saúde mental da equipe. As servidoras afirmam que a parlamentar, que também é ativista da causa animal, tem adotado postura autoritária, desrespeitosa e invasiva.

Manu é acusada de assédio moral, filmagens indevidas e intimidações (Fotos Arquivo/CVP)

Não é a primeira vez que Manu entra no alvo das polêmicas. Ainda este ano ela viu arquivada uma comissão parlamentar que visava cassá-la por quebra de decoro. “Ela chega a filmar sem permissão, investigar vida pessoal de servidor fora do âmbito do Legislativo e fazer uma verdadeira devassa na vida de todos, quando deveria estar fiscalizando o Poder Executivo”, disse uma fonte ao DIARINHO.

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“Para se ter ideia, de todas as servidoras efetivas da casa, em número de 10, nenhuma quis dividir com ela a função de coordenar a Procuradoria da Casa, porque ela tumultua tudo”, acrescenta. 

Há ainda acusações, segundo contam, de declarações públicas humilhantes nas redes sociais, exigências fora do horário de expediente e tratamento mais agressivo direcionado às mulheres da equipe — o que, segundo as servidoras, configura violência de gênero. “É incrível, pois vem de uma mulher”, comenta.

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As servidoras pedem providências da mesa diretora para apurar os fatos e garantir o respeito aos direitos dos trabalhadores.

“Vou à Justiça, se preciso...”

Ouvida pelo DIARINHO, Manu disse que a vítima é ela, e que há uma retaliação por conta de ser oposição ao atual governo. “Fizeram uma carta contra mim e não teve um comunicado à mesa diretora e ao presidente”, frisou, referindo-se ao vereador Luciano de Jesus (PP) que comanda o legislativo. “As colocações não são verdadeiras; vou à Justiça, se preciso, e solicitar prova de tudo que estou sendo acusada”, complementa.

Manu afirmou à reportagem que soube da carta por uma das funcionárias que assinou o documento, mas teria se arrependido. “Ela foi constrangida”, acredita. Infelizmente, estamos passando por isso”, apontou.

A parlamentar ainda disse que é a segunda vez que a acusam no parlamento, sem lhe dar direito de defesa e a “tratando como criminosa”. “Minha primeira denúncia, de suposto assédio moral, foi arquivada sem prova”, afirma. 

Segundo servidoras há “violência de gênero” por parte da parlamentar (Fotos Arquivo/CVP)

O presidente da câmara, Luciano de Jesus, confirmou o recebimento da carta na última segunda. “Tomamos ciência do caso; as servidoras nos procuraram e vamos ler a carta”, informou Jesus. “Vamos apurar os fatos individuais, sem jamais tolher o direito dela em ser vereadora”, frisou. Para Luciano, será necessário diálogo e respeito, mas a Câmara não pode prescindir do trabalho das servidoras. “Eu entendo as preocupações da vereadora, mas há um rito a ser seguido no Legislativo”, disse.

 

Câmara afastou Manu da Procuradoria da Mulher

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Após as acusações de assédio moral e violência de gênero – negadas publicamente pela parlamentar –, a vereadora Manu foi afastada da Procuradoria da Mulher na terça-feira. A proposta foi feita a partir de requerimento verbal apresentado pelo vereador Diego Matiello (MDB) – esposo de uma das servidoras efetivas do Legislativo e que entrou em rota de colisão com Manu. O pedido de afastamento de 120 dias foi aprovado por cinco votos a quatro.

O afastamento da Procuradoria, segundo a Câmara, não implica em prejuízo às demais atividades parlamentares. Três parlamentares — Luiz Fernando Vailatti (União), Maurício da Costa (MDB) e Élio Quintino da Silva Junior (PRD), o Elinho — se ausentaram da reunião antes da votação. 

A mesa diretora da Câmara informou que irá começar agora a ouvir as servidoras e a própria vereadora denunciada, com o objetivo de apurar os fatos, segundo informou o presidente, Luciano de Jesus (PP), visando garantir a transparência no procedimento interno.

Esse é mais um episódio polêmico envolvendo Manu, que é ativista da causa animal. Em 2024, ela invadiu a Prefeitura de Penha com um pitbull ferido, exigindo que o então prefeito Aquiles da Costa (MDB) liberasse atendimento veterinário ao cão.

Na segunda, Manu reagiu ao seu uso da tribuna, chegando a colar um papel com a inscrição “investigar não é crime” na testa, e sugerindo que é vítima de machismo. “Enfrento denúncias porque esse vereador é homem? Porque tem um saco no meio das pernas?”, questionou, referindo-se a Matiello.

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A progressista afirma que está sendo “perseguida” porque manteve sua postura de oposição a Aquiles e ao atual prefeito, Luizinho Américo (PL), além de cobrar atos de transparência junto a servidores da casa. Ela afirma que aguarda a comunicação da decisão do afastamento para tomar as medidas cabíveis.






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