Araquari

Furto de coroas e depredação da igreja de Nossa Senhora do Rosário, fundada por quilombolas, causa revolta

Igreja é a sede da centenária Dança do Catumbi, manifestação cultural e religiosa afro-brasileira na localidade do Itapocu

Fotos Divulgação / Associação nossa Senhora do Rosário Legenda: Eliete Corrêa é a rainha da Festa do Rosário dos Pretos, e acredita que motivação é o racismo
Fotos Divulgação / Associação nossa Senhora do Rosário Legenda: Eliete Corrêa é a rainha da Festa do Rosário dos Pretos, e acredita que motivação é o racismo
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A Igreja de Nossa Senhora do Rosário, na comunidade quilombola do Itapocu, em Araquari, foi novamente alvo de vandalismo e furto, na madrugada da última sexta-feira.

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Desta vez, criminosos invadiram o local e levaram as coroas da imagem de Nossa Senhora, além de provocar danos ao patrimônio histórico reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

O episódio gerou indignação entre moradores e devotos locais, dada a ancestralidade da igreja, anfitriã da cultura da Dança do Catumbi, originária de escravizados há mais de 100 anos. As professoras Eliete Corrêa e Eller Cristina Müller se manifestaram publicamente, nas redes sociais, assim como a Associação Nossa Senhora do Rosário, mantenedora da igreja e da tradição do Catumbi. 

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As professoras associaram os crimes à intolerância religiosa e ao racismo estrutural. Além dos furtos, outras duas coroas foram jogadas no chão, bandeiras religiosas rasgadas e uma estátua de Santo Expedito teve a cabeça arrancada, entre outros danos. 

"Não é apenas vandalismo, é um ataque à fé e à cultura de um povo historicamente marginalizado", falou Eller, que também é descendente de negros escravizados.

De acordo com Eliete, esta é a quarta invasão à igreja nos últimos meses — em janeiro, toda a fiação elétrica foi furtada. Ela afirma que a comunidade católica do Itapocu está chocada com o furto das coroas, símbolos da tradicional Festa do Rosário, celebrada desde o século XIX.

As educadoras pedem que eventuais informações ou pistas sejam repassadas às polícias Militar e Civil, e relatam a urgência de políticas públicas que valorizem a cultura quilombola e combatam os ataques às expressões religiosas negras. 

“Os criminosos praticam atos vergonhosos sem a esperança de punição e se acovardam entre as pessoas que os defendem e se dizem cristãos, cúmplices. Mas que cristão persegue outra religião? Cristão que é cristão, em pleno século 21, não deveria ter essa postura”, finalizou Eller. 

Ataques em série

Esse é terceiro caso de ataques às crenças da comunidade afro-brasileira no norte do Estado nos últimos dois meses. Em abril, o terreiro de quimbanda liderado pelo sacerdote Eric Piedade foi ameaçado nas redes sociais, em Barra velha; em 7 de maio, um cartaz de cunho neonazista foi fixado na porta do terreiro de umbanda Casa de Ogum e Iansã, do Pai Rocha. Ambos ficam no bairro Quinta dos Açorianos. Os casos são sendo investigados.

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