Normas de Santa Catarina (Decreto 1.792/2008 e Lei 18.828/2024) garantem a travessia gratuita de ferry-boat entre Itajaí e Navegantes para pessoas com deficiência, autistas e pacientes em tratamento contra o câncer, fibromialgia e hemodiálise. O problema é que o governo do estado não repassa os valores dessas gratuidades à empresa que opera o serviço, a NGI Sul – mesmo sendo uma obrigação.
Continua depois da publicidade
Sem esse ressarcimento, o prejuízo fica na conta da concessionária, que calcula bancar mais de R$ 500 mil dos passageiros isentos. “É um direito importante, mas do jeito que está, tá insustentável ...
Sem esse ressarcimento, o prejuízo fica na conta da concessionária, que calcula bancar mais de R$ 500 mil dos passageiros isentos. “É um direito importante, mas do jeito que está, tá insustentável. A conta não fecha”, afirma o diretor da empresa, Paulo Henrique Weidle.
Continua depois da publicidade
Empresa vai cortar horários
Com dificuldades financeiras, a NGI Sul confirmou que prepara um plano de redução nas operações. A travessia entre os bairros Machados, em Navegantes, e Barra do Rio, em Itajaí, deve ser suspensa nos fins de semana. As travessias do centro e dos bairros também serão interrompidas entre 23h e 5h.
Continua depois da publicidade
A medida busca reduzir gastos e preservar a saúde financeira da empresa, além de evitar que cortes mais drásticos sejam feitos futuramente.
Tarifa sem reajuste desde 2017
Outro ponto que pressiona o caixa da empresa é o congelamento da tarifa. Desde 2017, a NGI Sul tenta autorização para rever os valores cobrados dos usuários, mas não tem retorno da Agência Reguladora de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc). Com os custos operacionais subindo ano após ano, a concessionária afirma que o serviço pode ser ainda mais comprometido se não houver reajuste.
Atualmente, a travessia custa R$ 1,45 para pedestres, R$ 1,85 para bicicletas, R$ 2,30 para motos e R$ 9,05 para carros. Segundo a empresa, 90% dos usuários do ferry-boat entre Itajaí e Navegantes são pedestres, ciclistas e motociclistas. “Há uma impressão errada de que a tarifa cobrada pelos carros é capaz de pagar as contas da empresa, mas na verdade o que paga são essas categorias”, explica PH. “O que se compra hoje em dia com R$ 1,45?”, questiona, ao defender a necessidade do reajuste.