Diz aí, prefeita!

"Eu sou a maior fiscalizadora do meu governo"

A prefeita de Balneário Camboriú, Juliana Pavan (PSD), falou sobre os 100 dias de governo à jornalista Fran Marcon e ao colunista Jotacê

Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]

FOTOS: FABRÍCIO PITELLA
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Quais metas foram cumpridas nesses 100 dias de governo?

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Juliana: Embora o período seja curto, nós já conseguimos fazer muitas entregas nesses 100 primeiros dias de governo. Eu vejo que BC não pode parar. Nós tivemos um grande ...

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Juliana: Embora o período seja curto, nós já conseguimos fazer muitas entregas nesses 100 primeiros dias de governo. Eu vejo que BC não pode parar. Nós tivemos um grande avanço, onde já nos primeiros dias de governo colocamos em prática o horário estendido até as nove horas da noite em unidades básicas de saúde que são estratégicas na cidade, para poder desafogar as filas do hospital, da UPA e do PA. Nós assumimos o governo com um problema grave da falta de neuropediatra. Nesses próximos dias, nós teremos a contratação de dois neuropediatras para atender na saúde pública.

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Eu não posso ficar de braços cruzados esperando uma terceirização"

 

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A Saúde de BC tem sido tema de várias denúncias. Houve uma fiscalização do município que constatou muitas falhas no hospital Ruth Cardoso, mas as reclamações não se restringem a ele. O que está acontecendo com a saúde da cidade?

Juliana: A Saúde precisa ser reestruturada. Eu, enquanto vereadora, já tinha conhecimento de algumas problemáticas. Um dos problemas são as filas intermináveis do Ruth Cardoso. Na minha visão, se você estende o horário das unidades de saúde, o trabalhador tem a possibilidade de procurar essa saúde primária antes de ir para o hospital. Hoje, o Ruth Cardoso necessita de uma terceirização. Nós encontramos um hospital onde tinha vários agravantes, dentre eles a própria gestão interna. Hoje, nós temos uma gestão mais humanizada onde, sim, tivemos um agravante nos últimos dias com relação à empresa que assumiu o pronto-socorro. Eu sou a maior fiscalizadora do meu governo. Hoje isso já está controlado. Tanto que eu mesma, quando cheguei aqui, já mostrei o vídeo que eu recebi de uma servidora do Ruth Cardoso que trabalha lá dentro há mais de oito anos. O vídeo que ela fez com o PS vazio, o hospital limpo e organizado. Nós adquirimos, inclusive, 22 leitos com recurso próprio do município. Eu não posso ficar de braços cruzados esperando uma terceirização. Até porque nós tivemos a suspensão daquele processo de terceirização que vinha da gestão passada, que os valores não eram compatíveis com a realidade de hoje. [Já tem o novo modelo de edital?] Já estamos com todo o encaminhamento, só que eu não posso ficar de braços cruzados esperando oficializar.

 

"A Saúde precisa ser reestruturada"

 

Tornou-se pública a desavença entre a direção do Ruth Cardoso e o comando da saúde na cidade, com relação às denúncias feitas no hospital. Alguém está de saída?

Juliana: Primeiro, não foi a diretora que fez as denúncias. As denúncias foram anônimas, que chegaram num veículo de comunicação em BC. Esse veículo de comunicação entrou em contato com a secretária e com a diretora, agendando para que elas pudessem estar no hospital. Como naquele momento ela [a secretária] estava no gabinete comigo, a diretora do hospital recebeu a imprensa. O que aconteceu? A matéria saiu, a Câmara de Vereadores compreendeu que tinha sido a diretora que tinha feito a denúncia. Tanto que teve um vereador que depois reconheceu que a acusação que ele trouxe estava errada e pediu desculpas à secretária e foi conversar comigo no gabinete. [Haverá alguma mudança no secretariado?] Teremos mudança no secretariado com toda certeza. Aqueles que não estão conseguindo acompanhar a agilidade no serviço que precisa ser oferecido para a comunidade, obviamente não vai continuar. [Já temos nomes?] Ainda estamos fazendo essa avaliação. 

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"Eu sou a maior fiscalizadora do meu governo"

 

Nesses três primeiros meses de governo tem alguma área que a senhora gostaria de ter avançado, mas que não conseguiu deslanchar?

Juliana: Olha, a questão da Educação, eu queria ter avançado muito mais no início do governo, porém o que encontramos foi um gravíssimo problema com relação à parte estruturante das escolas. Eu vejo que é um grande desafio que o nosso governo tem pela frente, que nós não estamos de braços cruzados, já estamos colocando em prática algumas ações. Porém, quando se fala do estado caótico, da questão estruturante das escolas, nós apresentamos, nós levamos para a Câmara de Vereadores um relatório minucioso, com valores e imagens que chocam. Foram feitos milhões de investimentos em reformas, mas alguma coisa não está batendo. Se a condição que nós encontramos é caótica na estrutura das escolas, aonde que se perderam os investimentos dos últimos anos? [Vai ter auditoria?] Nós já encaminhamos à controladoria e obviamente já está sendo encaminhado ao Ministério Público.

 

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"Teremos mudança no secretariado com toda certeza"

 

O decreto emergencial prevê R$ 70 milhões para obras e investimentos na rede escolar. Como chegou à conclusão sobre esses valores?

Juliana: Mais ou menos isso. Esse relatório, como cada unidade tem um tipo de área, foi feito o cálculo pelo m². A gente tem o orçamento do telhado, o orçamento da parte elétrica, só que para tudo isso estar bem detalhado, você tem que ter projeto de todas essas escolas, coisa que nós não encontramos. O que nós encontramos foram reformas que estavam acontecendo de anos anteriores e que estão lá, intermináveis, com problemas, onde estamos notificando, cobrando reformas que estão de qualquer jeito. [E mesmo com esse investimento de R$ 70 milhões, não haverá avanços na ampliação no número de vagas e nem redução no número de compra de vagas nas creches particulares?] Nós reduzimos em cerca de 40% o número da compra de vagas. Essas crianças voltaram para a rede pública, onde nós tivemos, sim, ampliação de salas de aula no início do governo. Inclusive com o ensino integral, um grande avanço também para a Educação. [Há críticas no sentido de que a ausência do processo licitatório, característica de situações de emergência, pode favorecer algum tipo de corrupção...] Quem não está no serviço público não sabe como funciona. Um processo de licitação, vocês sabem, demora muito e tem que ser muito cauteloso e de muita responsabilidade. A questão da dispensa de licitação, em alguns casos, no início de novos governos, que não vêm de reeleição, são extremamente necessários. Um exemplo: pegamos uma secretaria sem asfalto. A gente precisa cobrir buracos, fazer um monte de coisa, a gente tem que fazer, a cidade não pode parar. Tudo está sendo feito com total amparo do Tribunal de Contas, de uma forma bem transparente.

 

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"Nós reduzimos em cerca de 40% a compra de vagas. Isso era um compromisso de campanha"

 

O tempo que a senhora foi vereadora foi impedida de fiscalizar. Hoje, no governo, isso mudou? Todos os vereadores poderão fiscalizar?

Juliana: A minha relação com a Câmara de Vereadores é uma relação tranquila, uma relação de respeito, até porque o Poder Legislativo tem a sua autonomia. Todos os vereadores têm total liberdade e passe livre para visitar as secretarias e buscar as informações. Tanto que os vereadores da oposição eu acho que todos já foram me visitar.

 

"A minha relação com a Câmara de Vereadores é uma relação tranquila, uma relação de respeito, até porque o Poder Legislativo tem a sua autonomia."

 

Como está sendo a adaptação dos servidores às mudanças do Funservir? A prefeitura debaterá a reforma do BCPrevi?

Juliana: A reforma da Previdência é extremamente necessária não só em BC, como outros municípios precisam se adequar à Lei Federal de 2019, sancionada pelo ex-presidente. Nós determinamos que a partir de agora vai valer para todos os novos concursos, não afetará os servidores que já estão no serviço público. Nós conseguimos equacionar e agora, enfim, teremos nos próximos dias esse projeto debatido na Câmara. Em relação ao Funservir, eu fui na Unimed onde temos o credenciamento para atender o servidor público, e nós corríamos o risco de ter a suspensão deste credenciamento. Nós encontramos um déficit alarmante dentro do Funservir e corria o sério risco de, nos próximos meses, não ter mais o plano de saúde. Nós tomamos conhecimento disso, conseguimos equacionar, e hoje o servidor público de BC tem o seu plano de saúde garantido. [E a dívida com a Unimed está sendo paga parcelada?] Sim, isso tudo já está sendo equacionado de forma responsável.

BC terá decoração e atrações de Páscoa?

Juliana: O turismo não pode ser visto somente como festa e evento. Turismo é negócio! Você gera emprego, renda, fomenta a questão social do município. Toda cidade, quando tem o turismo muito forte, precisa tratar como negócio. Não foi o que aconteceu nos últimos anos. O orçamento que foi deixado para o turismo em BC é um absurdo. [Qual o valor que foi deixado?] Cerca de R$ 14 milhões para todas as ações que nós precisamos desenvolver. Carnaval, ações da temporada, aniversário do município, o Natal, enfim, a própria Páscoa. A Páscoa precisa ser resgatada a parte religiosa. Nós estamos encaminhando pra Câmara a suplementação do nosso gabinete para enviar recurso.

A senhora polemizou na ação com moradores de rua confrontados em vídeo. Como está o atendimento dessas pessoas em vulnerabilidade social?

Juliana: Fizemos aquela ação no início do governo e estamos fazendo constantemente. Eu procuro estar a par do que está acontecendo. O Resgate à Vida BC vem ao encontro daquilo que nós estamos praticando: resgatando vidas, encaminhando para o mercado de trabalho, encaminhando para o seu local de origem quando querem, para a internação quando aceitam, porém esbarra na legislação federal. O vídeo, quando ele foi postado, ele traz um impacto, mas em momento algum eu fui desrespeitosa, em momento algum eu quis "limpar a rua". Não, eu estou fazendo o meu trabalho, para que a gente possa dar dignidade para essas pessoas. [A senhora se arrepende do vídeo?] Nem um pouco. Tanto que as ações ainda acontecem. Não me arrependo, sabe por quê? Porque eu quero que as pessoas entendam que em BC tem ordem pública. Em BC eu não vou ficar de braços cruzados. Até porque naquele dia, muitas das pessoas que nós abordamos falaram que nas cidades vizinhas mandaram para BC, porque eles iam conseguir melhores condições. Não é assim que funciona. A cidade não é uma terra sem lei.

 

"Nós encontramos um déficit alarmante dentro do Funservir e corria o sério risco de, nos próximos meses, não ter mais o plano de saúde"

 

Leitores denunciaram o problema do tráfico na esquina da marginal Oeste com a rua Dom Henrique, no acesso à Vila Real. A GM não chegaria nessa esquina barra pesada. Como está o policiamento?

Juliana: Com relação a essa denúncia, eu desconheço, até porque a GM de BC não foge das suas responsabilidades. Tanto que nós lançamos o BC Mais Segura, programa que fortalece a integração das forças de segurança por toda a nossa cidade. Todas essas entradas e saídas estão sendo monitoradas. Tanto é que nós iremos abrir um processo de licitação, o edital está sendo construído, para que tão logo possamos ter em BC a Muralha Digital, que nada mais é que fortalecer todas as entradas e saídas da cidade e também a questão dos bairros, para que tenhamos reconhecimento facial, saber quantas pessoas entram, identificar placa de carro.

O seu candidato a governador é o prefeito de Chapecó, João Rodrigues? Pode haver uma composição entre ele e o governador Jorginho Mello?

Juliana: É natural que o meu pré-candidato seja o prefeito de Chapecó, até porque é do meu partido. No momento que eu mais precisei ele esteve ao meu lado participando das caminhadas, me ajudando na campanha, pedindo voto. Eu falo abertamente que ele é o meu pré-candidato a governador. Nessas tratativas podem haver algumas situações de união com outros partidos. Mas acredito que, sim, nós teremos João Rodrigues como candidato ao governo no ano que vem.

 

"O turismo não pode ser visto somente como festa e evento. Turismo é negócio!"

 

O ex-prefeito Fabrício Oliveira segue no comando do PL em BC, e comenta-se que o deputado Carlos Humberto deixará a sigla. A senhora deve receber o deputado no PSD?

Juliana: Com toda certeza. Isso tudo é uma tomada de decisão que ele vai ter nos próximos meses. E, obviamente, como já fiz convite para ele, fiz para outras lideranças da nossa cidade. [Independentemente de ele continuar no PL?] Independente. O deputado Carlos Humberto terá o meu apoio. Na política, você tem que colocar em prática a fidelidade. Eu sou muito fiel e cumpro com a minha palavra.




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