A moção de repúdio que declarou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “persona non grata” em Itajaí provocou reação da Intersindical dos trabalhadores portuários. Nesta semana, a entidade encaminhou uma carta de desagravo à Câmara de Vereadores de Itajaí, criticando a aprovação da moção pelo Legislativo.
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A proposta de tornar Lula “persona non grata” partiu do vereador Victor Nascimento (PL) e foi aprovada na semana passada. Um dos principais motivos para o pedido foi a federalização ...
A proposta de tornar Lula “persona non grata” partiu do vereador Victor Nascimento (PL) e foi aprovada na semana passada. Um dos principais motivos para o pedido foi a federalização do Porto de Itajaí. Apenas a vereadora Hilda Deola (PDT), que chamou a moção de “ridícula”, votou contra.
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Na semana passada, em nota de desagravo, o superintendente do Porto de Itajaí, João Paulo Tavares Bastos Gama, também criticou a medida e respondeu ao vereador Victor Nascimento sobre o que considerou “mentiras e leviandades” ditas pelo parlamentar contra o presidente Lula.
Na segunda-feira passada, foi a vez da Intersindical se manifestar. A carta de desagravo, assinada pelo presidente da Intersindical, Ernando João Alves Júnior, o Correio, e por lideranças de seis sindicatos, fez um histórico das ações de Lula em prol do Porto de Itajaí, destacando medidas pra tirar o terminal da crise nos últimos anos.
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O texto lembrou, inclusive, a indicação da CPI do Porto e que o então secretário de Portos do governo Bolsonaro teve contribuição para a crise que deixou o terminal esvaziado, bem como o movimento que defendia a privatização total do porto.
O documento diz que Lula “não mediu esforços para, mais uma vez, impulsionar a movimentação portuária em Itajaí, evocando o edital transitório para o Ministério dos Portos e fazendo com que a movimentação de contêineres após dois anos iniciasse sua retomada”.
Para a Intersindical, a decisão de tornar Lula “persona non grata” só incita a polarização e a intolerância, quando o caminho deveria ser o da resolução de conflitos, do diálogo, do respeito às autoridades constituídas e à democracia. A entidade ainda chamou a atenção pra problemas reais e projetos importantes para a cidade.
“Esperamos que esta Casa esteja preocupada de que forma contribuirá para a expansão portuária, o trânsito caótico, a construção do píer de passageiros, a manutenção da carga geral, que foi a modalidade que salvou os trabalhadores e a cidade quanto não havia interesse dos operadores de contêineres”, lembrou.