O golpista chamou a vítima pelo nome e escreveu o endereço na moradora. Depois, ele mandou áudios com ameaças, se identificando como Júlio César, do bairro São Vicente.

O golpista chamou a vítima pelo nome e escreveu o endereço na moradora. Depois, ele mandou áudios com ameaças, se identificando como Júlio César, do bairro São Vicente.

Num áudio, o homem disse que está fazendo contato porque “guris” que vendem drogas para ele estariam sendo denunciados pela mulher para a polícia e “criando problema”.

As ameaças vêm nas mensagens seguintes: “Eu vou te dar 10 segundos aí pra tu está ouvindo meu áudio e está me retornando pra gente esclarecer o que que tá acontecendo”, diz. A moradora questionou se o homem estava falando com o número certo. Ele respondeu que sim, e avisou que seus “guris” estão perto da casa da vítima, com “ordem de execução contra a tua vida e a vida da tua família”.

Em outro áudio, o homem repetiu as ameaças, alertando que vai mandar invadir a casa e “resolver na bala”.

A mulher alvo das ameaças encerrou a conversa e bloqueou o contato em seguida. “A minha primeira atitude foi ligar pro 190 [Polícia Militar], que disse que era golpe e pediu pra ir online ou fisicamente na polícia”, informou. A moradora esteve na Divisão de Investigação Criminal (DIC), mas foi orientada a ir na delegacia da rua Brusque pra registar o boletim de ocorrência.

Convencer vítimas a transferir grana

“Por mais que sabemos ser golpes, os áudios são intimidadores. Um cidadão pode estar caindo, ainda mais porque tentaram aplicar no horário da madrugada”, comentou. Outra versão do mesmo golpe já foi denunciada em Itajaí por comerciantes do centro. Eles receberam mensagens de que seriam alvo de bandidos armados que se não fizessem pagamentos para uma conta pix.

Prática é usada pra convencer vítimas a transferir grana

O golpe de ameaças por telefone é conhecido da Polícia Civil e está listado na cartilha do órgão com dicas para prevenção. A estratégia do golpista é fazer contato com a vítima dizendo que ela estaria “decretada à morte” por ter passado informações à polícia.

Normalmente, a mensagem cita o endereço da vítima e nomes de familiares pra dar credibilidade à história. Há versões do golpe em que o bandido afirma que fotos da vítima estão circulando em grupos de WhatsApp de criminosos. A mesma tática é usada contra comerciantes. Ao final, o golpista exige grana para não cumprir as ameaças.

“Por mais verdadeira que pareçam as ameaças, não faça transferências bancárias”, orienta a Polícia Civil.