ECONOMIA

CCR quer vender o aeroporto de Navegantes

Venda, que precisa do aval do governo federal, deve manter obrigações contratuais de investimentos com “novos donos”

Empresa diz que processo está em fase preparatória, sem acordos firmados (Foto: João Batista)
Empresa diz que processo está em fase preparatória, sem acordos firmados (Foto: João Batista)

O aeroporto de Navegantes pode ser vendido pela concessionária CCR, que está em processo de reorganização interna do grupo e pretende focar as operações em negócios mais lucrativos. De acordo com a agência de notícias Bloomberg, a companhia contratou quatro bancos pra ajudar na venda de 20 aeroportos na América Latina, 17 deles no Brasil, e cinco concessões de mobilidade urbana no Brasil.

No setor de aeroportos, a negociação envolveria principalmente os terminais internacionais. Ao DIARINHO, o grupo não respondeu questionamentos específicos sobre o aeroporto de Navegantes ...

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No setor de aeroportos, a negociação envolveria principalmente os terminais internacionais. Ao DIARINHO, o grupo não respondeu questionamentos específicos sobre o aeroporto de Navegantes, afirmando que “não há atualizações no momento”. A eventual venda das operações precisa de aval do governo federal, garantindo que as obrigações contratuais de investimentos nas concessões sejam cumpridas pelos novos “donos”.

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Durante a apresentação dos resultados financeiros da companhia, em fevereiro, o diretor-executivo da CCR, Miguel Setas, e o vice-presidente de Finanças do grupo, Waldo Perez, comentaram sobre as novas estratégias. Ainda não haveria nenhum acordo definitivo, nem um prazo específico pras transações, pois o processo é conduzido “sem nenhuma urgência”.

“Neste momento não há nenhuma transação, não há nenhuma operação que esteja sendo, enfim, estudada. Portanto, estamos numa fase preparatória, de acordo com aquilo que é a nossa estratégia”, disse Miguel Setas. A estratégia considera que o mercado é muito fragmentado no setor de aeroportos, havendo oportunidades de reestruturação.

Os cenários estão sendo analisados com os bancos. “Entendemos que 2025 é um ano em que o grupo estará mais atento a essas oportunidades de consolidação, sem nenhuma urgência. O objetivo é destravar valor e maximizar valor numa eventual transação e, portanto, vamos seguir o nosso calendário com muita serenidade sem nenhuma urgência adicional”, completou o executivo.

Segundo ele, diante de algum avanço no processo, o mercado será devidamente informado. O diretor relatou que, em 2024, foram feitas obras em 14 aeroportos, dentro das obrigações das concessões e que, em 2025, alguns compromissos com cronograma mais longo ainda estão em andamento.

Nos aeroportos dos blocos sul, que inclui Navegantes e Joinville, a empresa informou que as obras da primeira fase do plano de investimentos foram concluídas.

Terminais com movimentação em alta

Os terminais tiveram bons resultados no último trimestre de 2024, com alta de 9,1% no número de passageiros. Nos aeroportos internacionais, o aumento se deu pela consolidação de rotas internacionais, com maior ocupação dos aviões e maior frequência de voos. Ao menos seis empresas já estariam de olho nas concessões da CCR, com acordos podendo ser fechados até o fim do ano.

A previsão é que o grupo poderia levantar até R$ 10 bilhões com as vendas nos próximos anos, com recursos para pagamento de dívidas e investimentos em negócios mais estratégicos, como nas operações de rodovias, de onde vêm mais de 70% dos lucros da empresa. 

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Segundo a Bloomberg, a companhia trabalha com a consultoria financeira da Lazard e do Itaú Unibanco para o setor de aeroportos. Ao final do processo, deve ser definido o modelo de transação, que pode abranger terminais específicos ou todos os aeroportos. Para as concessões de mobilidade, que inclui metrôs e trens, a reorganização é com os bancos Goldman Sachs e BTG Pactual.

Classe empresarial ainda analisa impactos para terminais de SC (Foto: João Batista)

Venda deve manter obrigações e pode destravar obra da segunda pista

O vice-presidente regional da Facisc e diretor da Associação Empresarial de Navegantes (Acin), Rinaldo Luiz de Araújo, que acompanha as questões sobre aeroportos, relata que já faz algum tempo que a operação de venda da CCR vem tomando corpo. Ele observou que as obrigações das concessões devem ser mantidas.

“Independentemente das intenções da empresa, de repassarem as operações dos aeroportos, eles, ou quem assumir no lugar deles, permanecem com a obrigação de honrar os compromissos contratuais dos investimentos previstos nos contratos de concessões”, comentou.

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Do ponto de vista da classe empresarial catarinense, Rinaldo diz que o setor ainda avalia a situação em relação aos aeroportos do estado sob concessão da CCR. No caso de Navegantes, onde existe a cobrança pra inclusão da segunda pista entre os investimentos, a venda da operação pode ser servir pra uma definição.

“Entendemos que pode estar se criando nesse movimento da CCR mais uma oportunidade para solução definitiva do problema, com o atendimento da demanda da segunda pista”, afirma. A construção da segunda pista será foco de audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF) na segunda-feira.

A reunião vai contar com Rinaldo como representante da Facisc, autoridades do estado, de Navegantes e do governo federal, dirigentes da concessionária e de parlamentares que integram o grupo de trabalho criado pra discutir a obra. A audiência ocorre no âmbito de uma ação do governo estadual contra a União, cobrando a segunda pista e outras melhorias no aeroporto de Navegantes.

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Sobre a venda de aeroportos pela CCR, o secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias de SC, Beto Martins, também acompanha o tema, mas lembra que o assunto é de competência dos órgãos federais que fazem as concessões. O secretário entende, porém, que a eventual negociação da empresa não deve comprometer os investimentos previstos nos respectivos contratos.

 

Investimentos grandes em Curitiba

Conforme dados da CCR divulgados em fevereiro, o grupo investiu R$ 1,72 bilhão na modernização e expansão dos seus aeroportos no Brasil. A empresa destacou o projeto de engenharia pra implantação de nova pista em Curitiba (PR), que é uma obrigação da concessão, e a modernização do terminal de passageiros em Navegantes cujas obras ainda não foram concluídas.

As melhorias nos aeroportos previam novas áreas de embarque e desembarque de passageiros, esteiras de bagagens automatizadas, instalação de novos pátios, adequações nas pistas e das áreas de escape, conforme a legislação vigente, e a instalação de novas pontes para conexão com aviões.

Para 2025, o grupo projeta investir R$ 846 milhões nos aeroportos. No Brasil, os recursos serão aplicados nos contratos de construção da primeira fase de investimentos nos terminais dos blocos Sul e Central, na recuperação de pistas, melhorias operacionais, nos projetos da nova pista de Curitiba e no plano do novo terminal de Navegantes, entre outras melhorias.






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