Morre Marcelo Tomé, fotógrafo principal de Beto Carrero
Profissional português acompanhou João Batista Sérgio Murad desde São Paulo, e viu trajetória do parque
Juvan Neto [editores@diarinho.com.br]
Marcelo faleceu em Itajaí, após seu quadro agravar em decorrência de um AVC (Foto: arquivo pessoal)
Um dos profissionais pioneiros da instalação do Parque Beto Carrero World faleceu nesta quarta-feira no Hospital Maria Konder Bornhausen, em Itajaí: o português Marcelo Tomé, 87 anos, que se mudou pra Penha em 1993, a convite de João Batista Sérgio Murad, o Beto Carrero, de quem se tornou fotógrafo profissional e sobretudo, amigo.
Marcelo começou a parceria com Beto ainda em São Paulo – onde o “caubói brasileiro” fazia seus shows e apresentações. “Era um dos mais antigos parceiros, fotógrafo ...
Marcelo começou a parceria com Beto ainda em São Paulo – onde o “caubói brasileiro” fazia seus shows e apresentações. “Era um dos mais antigos parceiros, fotógrafo de confiança do Beto”, relembra o empresário e artista Everaldo Dal Pozzo, o Italiano, ao emitir uma nota de pesar.
Durante anos, Tomé acompanhava ações diversas de Beto Carrero dentro do parque – incluindo as vistas de personalidades ao complexo de diversão. Com a chegada das mídias digitais, o serviço free-lancer foi diminuindo, e ele então tornou-se comerciante no próprio parque.
“Foi quando o Beto, que se dava muito bem com ele, ofereceu uma sala comercial no parque, e ele criou um serviço de fotos de pessoas vestidas com roupas do Velho Oeste. Pagava a locação ao Beto e se tornou também uma atração”, narra Dal Pozzo.
Marcelo Tomé ainda contribuiu ao produzir belas fotos turísticas de Penha nos anos 90 e 2000. Nascido em Bragança, Portugal, em 1938, ele veio para o Brasil aos 14 anos e, com “muita luta e determinação, construiu uma história inspiradora”, pontuou Italiano, que durante anos atuou no Show Excalibur, interpretando o personagem Rei Artur.
Segundo Italiano, foi no início dos anos 60 que Tomé descobriu sua paixão pela fotografia e eternizou momentos únicos em trabalhos publicitários e em grandes reportagens. “Marcelo não foi apenas um fotógrafo, mas alguém que fez parte da história de muitos. Registrou cada detalhe da trajetória de Beto Carrero e de tantos artistas”, acrescentou.
O início de Tomé no Brasil, entretanto, não foi fácil. A chegada em Penha, período de instalação do parque, foi de muitas dificuldades – ele chegou a dormir na própria loja, no parque, até seu serviço gerar os primeiros frutos. “Sua dedicação e amor pelo que fazia o levaram longe. Conquistou seu espaço, sua casa, e, acima de tudo, o respeito e a admiração de todos”, diz o amigo.
Italiano guarda com carinho o acervo das fotos do show Excalibur durante vários anos – todas registradas por Marcelo, até mesmo já com idade mais avançada. Shows, apresentações do Beto no parque, closes do caubói e até uma das apresentações do Beto no “Domingo Legal”, com o saudoso Gugu, no SBT, ganharam registros das lentes de Tomé.
“Ele tinha olhar atento, capturou momentos que são agora memórias do turismo de Penha, de sua história”, reforçou o também amigo Mateus Carvalho. Tomé deixa dois filhos – Marcelo e Alexandre, uma neta e bisnetos. O velório iniciou nesta tarde, na capela mortuária no centro de Penha, e a cremação foi confirmada para amanhã, no crematório de Itajaí.
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