De Penha para o mundo
Câmeras flagram novo crime: o furto de airbags
Honda Civic foi arrombado numa transversal da avenida Eugênio Krause
Juvan Neto [editores@diarinho.com.br]
Uma nova modalidade de furto foi registrada em Penha: o estouro do painel do carro para arrancar o sistema de airbag. O furto foi no dia 25 de novembro, no centro da cidade, e chamou atenção pelo item levado pelos criminosos – um sistema desse, no mercado dos itens furtados, costuma render um bom dinheiro.
A ocorrência foi na rua Francisco da Costa Flores, uma transversal da avenida Eugênio Krause, no centro – nas imediações da sede da igreja evangélica Assembleia de Deus.
Câmeras de segurança mostraram uma pessoa transitando na via e ao se aproximar do veículo, um Honda Civic, o suspeito se agacha – o que pode ser visto no lado superior esquerdo da câmera. O arrombador teria contado com a participação de um comparsa. Os painéis foram abertos para a retirada do sistema de proteção pouco depois das 20 horas.
Portais especializados em veículos e peças estimam entre R$ 4 mil a R$ 20 mil cada sistema. No mercado de peças furtadas, encontra-se pela metade do preço e, mesmo assim, renden grana aos bandidos. No caso de Penha, as imagens foram publicadas originalmente pelo portal local Penha Online.
De acordo com o portal Autopapo, da CNN, especializado em veículos, o fenômeno de furto de airbags é novo. Há notícias do seu início em 2018 na Europa e nos Estados Unidos; no Brasil, os casos vêm sendo registrados pelo menos desde 2020. No caso de Santa Catarina, há registros a partir de 2022, em cidades do norte do Estado, como Joinville e Jaraguá do Sul.
Quadrilha especializada
No restante do Brasil, quadrilhas especializadas só neste tipo de roubo já foram presas, como foi o caso da operação Último Suspiro, uma das primeiras registradas no país, em 2020. Ela rolou no Distrito Federal e teve por objetivo desbaratar a organização criminosa especializada em furtos de airbags, com foco prioritário em carros de alto padrão.
Na ocasião, foram 22 mandados judiciais cumpridos com cinco prisões e 16 mandados de busca e apreensão. O crime, aparentemente, é lucrativo – e aí os criminosos passaram a adotá-lo.
O modus operandi do roubo de airbags é quase sempre o mesmo: os bandidos usam veículos roubados clonados, estacionam ao lado dos veículos escolhidos para serem furtados.
Enquanto um dos ladrões fica ao volante, o outro pela janela quebra o vidro do carro da vítima e adentra. Não há necessidade, em muitos dos casos, nem de abrir a porta. O painel é aberto e, em seguida, as bolsas dos airbags são desconectadas e levadas pela criminalidade.