O cirurgião plástico Hosmany Ramos, de 79 anos, será julgado na próxima quarta-feira pelo crime de tentativa de homicídio contra C.J.S., de 59 anos, morador do bairro Cabeçudas, em Itajaí. O julgamento, que será às 9h no fórum da cidade, será comandado pelos promotores José da Silva Junior e Laura Emelianne Noronha Pin. 

O crime foi no Dia do Trabalhador, em maio deste ano. Segundo a denúncia do Ministério Público, Hosmany se apresentava como cirurgião plástico Hugo Pitanguy, que supostamente seria irmão de Ivo Pintanguy,  para tentar ganhar a confiança da vítima. Ele marcou uma visita a terrenos entre os bairros Praia Brava e Cabeçudas, alegando interesse na compra das propriedades. 

Durante o trajeto, após visitarem algumas áreas, Hosmany pediu para parar o carro na rua Tereza Francisca Pereira, alegando necessidade de fazer xixi. Quando retornou ao veículo, o médico sacou um revólver e disparou contra a cabeça de C.J.S. A vítima conseguiu reagir, lutou com o atirador e, com a ajuda de populares, deteve Hosmany até a chegada da Polícia Militar. 

A arma usada, um revólver Smith & Wesson calibre 32 com numeração raspada, foi apreendida. C.J.S. foi levado ao hospital Marieta com ferimentos, mas sem risco de morte. 

De acordo com o relato da vítima ao Ministério Público, o crime estaria relacionado a uma disputa judicial envolvendo sua esposa, que tentava abrir uma filial da universidade mexicana ISEP no Brasil. A mulher vinha recebendo ameaças, e Hosmany teria sido contratado para matar C.J.S. em meio ao conflito. 

Bandidão

Hosmany Ramos, natural de Rubim, Minas Gerais, ganhou destaque nacional tanto pela carreira como cirurgião, trabalhando inclusive com o renomado Ivo Pitanguy, quanto pelo envolvimento no crime. Ele foi condenado a mais de 50 anos de prisão por crimes como homicídios, roubo de aviões, contrabando de veículos e estelionato. 

Preso pela primeira vez em 1981, Hosmany fugiu em saídas temporárias de Natal em 1996 e 2008, sendo recapturado nas duas ocasiões. Durante os períodos foragido, escreveu livros e chegou a ser preso novamente em 2009, ao tentar fugir para a Europa com um passaporte falso. 

Seus crimes foram declarados prescritos em 2016, e ele foi libertado. Em 2017, tentou concorrer ao cargo de deputado federal pelo partido Avante, mas foi impedido devido à Lei da Ficha Limpa. No mesmo ano, voltou a atuar como cirurgião plástico, registrado no Conselho Regional de Medicina do Tocantins (CRM-TO). Mais recentemente, em fevereiro deste ano, foi acusado de furtar um celular em um supermercado de Palmas (TO).